Além do Cidadão Kane

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

TREMEI ASSASSINOS! (2)

Argentina condena ex-militares à prisão perpétua por massacre



Nesta segunda-feira (15), o tribunal argentino sentenciou prisão perpétua para três ex-militares argentinos pelo fuzilamento de 19 presos políticos em 1972, na base Almirante Zar de Trelew. A prisão perpétua foi para Jorge Del Real, Carlos Amadeo Marandino e Luis Emilio Sosa.

O tribunal decidiu absolver Rubén Norberto Paccagnini e Jorge Enrique Bautista. No caso do acusado de Jorge Bautista, que atuou como juiz do massacre em Trelew, na qualidade de instrutor militar, a advogada denunciante solicitou o cumprimento efetivo da condenação.

O Tribunal Federal de Comodoro Rivadavia também ordenou a extradição de Roberto Guillermo Bravo, apontado como o autor intelectual do massacre e residente nos Estados Unidos. A justiça deste país denegou este trâmite em 2008, apesar de que segundo as queixas, Bravo “mentiu em seu ingresso, quando negou ter investigações sobre ele”.

A causa, levada a juízo em abril de 2009, acumulou uma extensa plataforma probatória sobre os feitos do Massacre de Trelew. As defesas dos acusados convergiram em negar a lesa humanidade dos delitos julgados, sua inscrição em plano sistemático de terrorismo de Estado, para pedir a prescrição e, em alguns casos, a anistia dos réus.

Em suas alegações finais, aceitaram em parte os feitos e a veracidade dos testemunhos aportados pela acusação, mas objetaram a doutrina da Corte Suprema de Justiça da Nação e da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a imprescritibilidade dos crimes de lesa humanidade e sua aplicabilidade em 1972.

O massacre de Trelew marcou os 40 anos de um plano clandestino de repressão e foi o ensaio geral do terrorismo de estado, que teve sua máxima expressão durante a ditadura naquele país (1976 – 1983). Na sala do tribunal estavam familiares e amigos dos assassinados que aplaudiram o veredito do tribunal.

Fonte: TeleSur
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