Além do Cidadão Kane

segunda-feira, 31 de março de 2008

PROMOÇÃO DO FEUDALISMO TIBETANO

A promoção do feudalismo tibetano continua a desenrolar-se, sob o alto patrocínio da CIA. Os atuais protestos no Tibete, em ligação com os Jogos Olímpicos na China, haviam sido planejados e discutidos em Julho de 2007 em Nova Delhi sob a égide do embaixador estado-unidense, do sr. Jamyang Norbu que se apresenta como escritor exilado e desse bandalho do Dalai Lama que se apresenta como "líder espiritual" do Tibete. O objetivo era fazer mais uma das "revoluções coloridas", ao estilo da CIA. A seguir àquela reunião a sra. Paula Dobriansky, sub-secretária de Estado dos EUA, neocon membro do PNAC, efetuou uma visita ao sr. D. Lama para coordenação. A dita sra. Dobriansky já estivera envolvida nas tais 'revoluções coloridas' na Europa do Leste. Promover revoltas com a cobertura do governo norte-americano é uma atividade muito rentável para alguns. A estratégia delineada em N. Delhi previa uma marcha de exilados e protestos dentro do Tibete, sempre com financiamento ciático. Está tudo a ser seguido ao pé da letra. A orquestração nos meios de comunicação que se dizem "de referência" não podia, é claro, deixar de faltar.

resistir.info


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OBSCENIDADE

Tony Blair, o criminoso que foi co-responsável pela morte de um milhão de pessoas no Iraque, irá ensinar religião na Universidade de Yale. O ex primeiro-ministro britânico aguarda nomeação. O presidente daquela universidade estado-unidense, sr. Levin, assevera ser "essencial que exploremos como os valores religiosos podem ser canalizados para a reconciliação e não para a polarização". A notícia está no Guardian .
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sexta-feira, 28 de março de 2008

Coerência Política


Continuo achando que a coerência é o único meio que existe para levar as pessoas a crerem novamente nos políticos. Não é possível que a partir de um "saco de gatos", produzido por meio de coligações espúrias, se queira fazer o Povo acreditar que um Programa de Governo será diferente dos outros Programas de Governo que envolvem coligações também absurdas e contraditórias. Que mágica haverá de ser feita para demonstrar que aquele que até pouco tempo atrás estava unido a governos corruptos e incompetentes, hoje mudou tanto que pode estar junto a Partidos que se empenham em mostrar que são diferentes e que têm planos para governar de forma honesta e competente. Será que a chamada "classe política" continua achando que o Povo é burro, ou eu serei burro por não entender que tudo não passa de estratégia para chegar ao poder e fazer tudo, exatamente, como todos antes fizeram?


Assumi as posições do Partido Comunista do Brasil porque há 86 anos ele mantem uma coerência - até em alguns momentos trágica, quando teve seus militantes torturados e assassinados por forças da reação -, mas que em momento algum transigiu na defesa dos interesses do Povo e no ideal de mudança radical de uma sociedade injusta, corrupta e exploradora. Portanto, por toda essa história de lutas, revezes e conquistas, não queiram me ver ao lado das forças reacionárias, mesmo que seja para conquistar o Poder e depois deixá-las de lado. A honestidade política inclui os adversários, mesmo àqueles contra os quais lutamos durante toda a vida.
Rosalvo Maciel
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terça-feira, 25 de março de 2008

Opinião: A Ditadura Reencarnada

Por Alipio Freire
O que leva alguém a escrever e publicar, a partir de uma série de mentiras, um artigo com o título Em 2008 remunera-se o terrorista de 1968, nos dias da visita da senhorita Condoleezza Rice ao Brasil, poucos depois da invasão e bombardeio do território equatoriano pelas forças do narco-presidente Álvaro Uribe, para assassinar militantes das Farc? O que se pretende ao retomar a expressão “terrorista” no título e corpo de um texto, repetida ad nauseam, quando todos sabem dos esforços de Miss Condie para tentar nos convencer de que invasões de fronteiras e desrespeito a soberanias nacionais devem ser considerados “legítima defesa”, desde que se trate de perseguir o que o governo a que serve considere unilateralmente como “terrorista”? Essas perguntas, pelo menos por enquanto, ficarão sem resposta. Observado o contexto em que a Folha de S. Paulo publicou o artigo do jornalista Élio Gaspari, vamos ao texto.

Cartum de Carlos Latuff


Cuba

Espanta-me terem colocado como primeira pergunta no debate da televisão CNN em inglês, no primeiro debate eleitoral logo após a renúncia de Fidel, o que fariam os dois candidatos do Partido Democrata para “ajudarem” Cuba a entrar na democracia.
Valha-me-Deus-minha-Nossa-Senhora, e quem disse que Cuba precisa de ajuda? Principalmente vinda desses aí. E quem são eles para dizerem que não existe democracia em Cuba? A Ilha, com I maiúsculo, vai muito bem, obrigada. E afirmo isso porque sou cubana de alma – e quando sobra grana, de corpo também – e tenho autoridade pra falar do país como se fizesse parte dele. Eu o defendo como se fosse meu país. Ou melhor, como se fosse meu pai e mãe, o que é mais garantido.
Em Cuba, a democracia começa pelos cargos políticos que são a título de colaboração. Fidel Castro ganha um salário inferior a 30 dólares por mês, bem diferente do que publicou a revistinha Forbes, em 2006, apontando o Comandante como o homem mais rico do mundo.
E saber que a grande mídia em massa por aí tem coragem de publicar manchetes asquerosas no dia da renúncia de Fidel. “Cuba vai ser livre?” “Cuba finalmente será capitalista?” Ilude-se quem pensa que Cuba será capitalista, parafraseando o companheiro Frei Betto em entrevista ao Estadão. Cuba não só não será jamais capitalista, como não vai mudar. Ela não precisa de mudanças.
E o que é a porcaria do capitalismo, afinal? Por que os Estados Unidos, em vez de criticarem tanto Cuba, não tratam de tomar conta do seu próprio país?
Porque Cuba continua firmemente atacando o império, mas não parou no tempo por isso. A Ilha possui uma das melhores medicinas do mundo e, quero aqui ressaltar, é gratuita. E Cuba também tem um dos melhores ensinos do mundo e, quero aqui ressaltar, é gratuito. Porque Cuba tem seguramente os melhores cantores do mundo e, quero ressaltar aqui, não são vistos em clínicas médicas se recuperando por vício em drogas, porque lá isso aí é utopia. Estou falando de um país que não chega a centésima parte do tamanho do imperiozinho. Estou falando de um país que tem menos de 10, dos quase 300 milhões de mão-de-obra dos EUA e que ainda sim possui, proporcionalmente, um melhor país contruído.
Estou falando de Cuba, onde as mulheres, mesmo sem maquiagem, são lindas. E onde os homens descem dos ônibus nas paradas para darem às mãos e ajudarem os mais velhos a desembarcar.
E os EUA, afinal, investem no quê? Tecnologia? Criticam tanto que a informática cubana é inexistente, mas estive lá e eles têm um tal de... não sei se americano já ouviu falar, software livre. Livre, de liberdade, freedom, se é que tem algum americano aí que não me entende. E isso é normal, porque os americanoss não se dão ao trabalho de compreender o português.
Ah, claro, não posso ser hipócrita e esquecer de mencionar que os EUA investem em GPS para carros de aluguel e em máquinas de vender doces e caixas automáticos, porque, afinal, isso é imprescindível. Lá, tecnologia e overdose são mais importantes que cuidar da saúde, da educação, da cultura. É preferível ter um CD da Britney Spears a ter um clássico do Compay Segundo.
É, os EUA são muito bons em substituir pessoas por máquinas. Em transformar tudo num grande fast food, onde se entra, faz o pedido em inglês, mesmo se tratando de um país que fale outra língua. E, mesmo pagando – e caro –, as pessoas são obrigadas a limpar a mesa porque, se o estabelecimento for contratar funcionário pra fazer a limpeza, fica mais caro. E no final a gente sai de lá sem saber realmente o que comeu e com um buraco no estômago e na conta bancária.
A verdade é que os Estados Unidos e o mundo têm inveja de Cuba. Porque lá o presidente não faz discurso de terno e gravata e fala com o coração e não com a mão no bolso. Porque em Cuba o governo quer salvar o mundo e não ajudar a matá-lo. Porque em Cuba não importa de que diabo de partido você é. Porque em Cuba político vai por amor à pátria e não por um alto salário. Porque em Cuba Deus é um só, mesmo que o país seja possuidor de inúmeras religiões. Porque Cuba tem a salsa e o daiquiri e os Estados Unidos só têm a sua medíocre vaidade capitalista.


Silvia Valim é jornalista.

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segunda-feira, 24 de março de 2008

Fidel Castro: Bush no céu

A imprensa cubana publica hoje uma Reflexão de Fidel Castro, acompanhando as declarações de George W. Bush sobre o Iraque, as idas e vindas do vice de Bush, Dick Cheney, e de seu candidato presidencial, John McCain. O título, Bush no céu, mostra que Fidel deixou a presidência de Cuba mas não as tiradas sarcásticas. Leia na íntegra
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sexta-feira, 21 de março de 2008

Demos fazem piada com a epidemia


O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM), sugeriu hoje que a população do Estado use calças compridas, meias e tênis - provavelmente camisas com mangas compridas, também - para evitar o aumento dos casos de dengue. Além disso mandou confeccionar 500.000 cartazes para alertar a população - como se ninguém soubesse que existe dengue no Rio de Janeiro -. Se cada cartaz custa R$ 0,10, serão R$ 50.000,00 que poderiam ser usados para ajudar a eliminar o mosquito. Talvez fosse melhor que todos, homens e mulheres, usassem a burka, assim nem o rosto estaria correndo o risco de ser atacado pelo mosquitinho sem-vergonha...
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Ocupação do Iraque: maior derrota americana pós-Vietnã

Os cinco anos da ocupação militar do Iraque pelos Estados Unidos marcam a pior derrota militar sofrida pelo país desde a Guerra do Vietnã. Após o longo período de ocupação, os EUA não garantiram domínio militar sobre a nação árabe, controlam áreas restritas do território e encontram-se sem saída para o impasse que criaram, em que a permanência ou a retirada ainda são questões sem resposta para a atual — e a futura — administração americana.

Por Humberto Alencar

Cuba ajudou carrasco de Che a voltar a enxergar

Médicos cubanos restauraram a visão do soldado boliviano que executou, há 40 anos, o guerrilheiro cubano-argentino Ernesto Che Guevara, o que transformou o militar num improvável garoto-propaganda dos ideais revolucionários.
Mario Terán entrou para a história como o jovem sargento do Exército escolhido para executar o líder guerrilheiro capturado em 9 de outubro de 1967, o que o transformou num vilão para aqueles que veneravam Che.
Quase quatro décadas depois, o algoz, já idoso e aposentado, foi operado de catarata graças a um programa médico comandado pelos cubanos. A massificação desse tipo de cirurgia é considerada um exemplo dos benefícios da revolução socialista de Cuba.
O desfecho irônico do papel de Terán num dos grandes dramas do século 20 foi revelado no ano passado, quando o seu filho escreveu uma carta para o jornal de Santa Cruz de La Sierra El Deber agradecendo aos médicos cubanos.
Poucas pessoas tinham prestado atenção para o fato até o fim de semana passado, quando as autoridades comunistas de Cuba alardearam a cirurgia de Terán como um grande golpe de propaganda às vésperas do aniversário da morte de Che.
“Quatro décadas depois da tentativa de Mario Terán de destruir um sonho e um ideal, Che retorna para ganhar mais uma batalha”, disse o Granma, o jornal que é o porta-voz oficial do Partido Comunista.
“Agora um homem idoso, ele (Terán) poderá de novo observar as cores do céu e da floresta, apreciar o sorriso de seus netos e assistir aos jogos de futebol”, acrescentou o jornal cubano.
Não foi possível ter acesso imediato a Terán ou a seu filho, mas um dos editores de El Deber, Leopoldo Vega, confirmou que a carta foi publicada no ano passado.
Terán foi beneficiado pela chamada Operação Milagre. Trata-se de um programa financiado por petrodólares venezuelanos, no qual uma equipe de médicos cubanos oferece tratamento oftalmológico gratuito para pobres de toda a América Latina.
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quarta-feira, 19 de março de 2008

Bush 'comemora' cinco anos de selvageria

Bush, o duble de ditador, presidente e clow, comemorou hoje o 5º aniversário da invasão do Iraque. Eivado de mentiras, os argumentos para a invasão de um País independente começaram pela torpe, cruel e criminosa destruição dos edifícios do World Trade Center de Nova Iorque como tem sido exaustivamente demonstrado através de investigações paralelas principalmente pelo Reopen 911, organização civíl norte-americana dedicada a detectar as inconguências existentes entre os fatos e os relatórios oficiais sobre o 11 de setembro. Todos os indícios levam a crer que o planejamento e execução do ataque foi feita pela CIA e a derrubada final dos prédios realizada com o uso de explosivos numa implosão controlada. O atentado, atribuido imediatamente a Al Qaeda, originou a invasão do Iraque que em cinco anos destruiu não só o país que atualmente existe na região da mesopotâmia, mas também a maior parte dos sitios arqueológicos daquele que foi o berço da Humanidade. A barbárie norte-americana levou a destruição e a morte para milhares de civis, provocou o exílio de 4 milhões de iraquianos, a morte de 4000 soldados norte-americanos ( muitos deles latino-americanos alistados com a promessa de ter seu green card ), 60 mil feridos e mutilados além de já ter consumido mais de 500 bilhões de dólares. Tudo isso em nome de um atentado que foi levado a cabo pelo próprio sistema norte-americano e da mentirosa alegação da existência de armas de destruição em massa que jamais foram encontradas pelo simples fato de que nunca existiram. E tudo isso foi praticado não pela "ditadura" cubana, mas pelos arautos da "democracia", os Estados Unidos da América.

Isto foi o que o tirano comemorou no dia de hoje: a morte, a destruição, a miséria e a fome do Iraque.

Vasco Malleiro
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Mídia não quer que vítimas da ditadura recebam indenização

Há muito, Veja e seus acólitos na mídia golpista não se conformam com qualquer legislação que garanta às vítimas da ditadura o direito à indenização.
Esta é a base de uma campanha contra os R$ 1.627,00 da pensão que o ex-guerrilheiro Diógenes Oliveira passará a receber, segundo determinação da Comissão de Anistia da Secretaria de Direitos Humanos.
A alegação é que em 1968, Orlando Lovecchio, atingido por uma bomba colocada no Consulado Americano, em ação que contara com a participação de Diógenes, e que não tinha por objetivo atingi-lo, perdeu a perna e há quatro anos passou a receber, através do INSS, uma pensão por invalidez, no valor de R$ 571,00, determinada por lei aprovada pelo Congresso Nacional.
Veja não critica o valor irrisório da pensão de Lovecchio, nem sugere a sua elevação. Limita-se a utilizá-lo para condenar a indenização dada a Diógenes.
E age assim, porque quer fazer crer que Lovecchio foi vítima de Diógenes e não de uma situação cuja responsabilidade cabe à ditadura.
Se o regime instalado em 1964, através de um golpe, não tivesse se inclinado para a tortura e o terrorismo de Estado, sob orientação direta de Washington, com o intuito de intimidar o povo, não haveria bomba no Consulado Americano, nem Lovecchio teria perdido a perna.
O outro absurdo que Veja procura mesquinhamente sugerir é que a pensão de Diógenes é um prêmio pela bomba no Consulado, apesar de saber que se trata de uma reparação pela perseguição, prisão e tortura que sofreu, como milhares de outros brasileiros que lutaram pelo restabelecimento da democracia no país.
Pela lógica de Veja, Lovecchio deve seguir com a minguada indenização para que ela possa fazer proselitismo contra a pensão de Diógenes e outras vítimas da ditadura.
Pela nossa modesta lógica, Lovecchio também é vítima do regime, e o Congresso Nacional está na obrigação de rever a sua decisão e conceder-lhe uma indenização justa.
WALTER FÉLIX
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terça-feira, 18 de março de 2008

Lançamento da Campanha "Hands Off Venezuela" no Rio de Janeiro



Especialmente dedicado aos leitores brasileiros, fica a indicação da seguinte atividade: Exibição do documentário:“No Volverán – A Revolução Venezuelana Agora”Seguido de debate sobre o momento que atravessa a Revolução Venezuelana
25 de Março (terça-feira)
18 horas
Sindipetro – Av. Passos, 34 – Centro – RJ

Bolívia será o terceiro país da América Latina livre de analfabetismo

Face aos avanços percentuais elevados da alfabetização na Bolívia, prevê-se que este será o terceiro país da América Latina a ser declarado livre de iletrados para o final de 2008, graças ao programa "Yo sí puedo" que se implementa desde 1º de Março de 2006. "Nosotros creemos que hasta fines del 2008, Bolivia podría declararse como el tercer país libre de analfabetismo en América latina", declarou Dausá.Ele informou que existem dois países livres de analfabetismo na América Latina, Cuba que logrou eliminar este mal social do seu território em 1961 e a Venezuela que o conseguiu em 2005, onde se realizou a tradução do método "Yo sí puedo" nas línguas originárias indígenas para lograr uma maior aceitação. Nesse sentido, disse que no caso da Venezuela conseguiu-se a desconcentração das universidades, as quais educam nos municípios. "Eso se logra cuando tienes una población que aprendió a leer y escribir".E acrescentou que em Cuba se conta com uma alta percentagem de jovens universitários e que os trabalhadores desse país contam com uma grande percentagem de escolaridade média (ensino secundário). Nesses países em que se conseguiu universalizar o ensino e acabar com os grupos de poder dentro das universidades, aplicou-se um segundo programa denominado "Yo sí puedo seguir" com o objectivo de aprofundar o ensino, disse o embaixador.Dausá disse que dentro de este processo de alfabetização, Bolívia é o 22º país onde se estabelece o método cubano que goza de uma amplia aceitação internacional pela sua metodologia e pedagogia.
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segunda-feira, 17 de março de 2008

Mulheres no Iraque: "É como estar numa grande prisão"


O sofrimento das mulheres no Iraque desperta uma preocupação crescente, com cada vez mais relatos de mortes, violações e seqüestros, além da intimidação e da opressão generalizadas. Três mulheres iraquianas falam de como é viver sob a ameaça da violência.
(Os nomes das entrevistadas foram alterados. "Leyla" é de Anbar e é ativista numa organização de defesa dos direitos das mulheres. "Amina" coordena uma associação humanitária de Bagdá que ajuda órfãos e desabrigados. "Mona" é administradora em Basra. As três participaram de uma conferência sobre as necessidades das mulheres em conflitos, realizada em Amã, na Jordânia, em dezembro de 2006).
Qual o impacto da guerra sobre as mulheres iraquianas?
Leyla: O conflito interno causa tanto efeitos diretos quanto indiretos nas mulheres daqui. Como efeito direto, as mulheres iraquianas perderam de alguma forma a identidade e o status com tudo o que está acontecendo no país. Por exemplo, as mulheres parlamentares não podem assumir totalmente seu status e seu papel. Elas representam apenas números exigidos para preencher as listas eleitorais.
Os efeitos diretos e indiretos sobre as mulheres não podem ser separados da situação geral, em particular a divisão sectária. Houve 500 divórcios forçados por mês, simplesmente porque maridos e esposas tinham origens diferentes.
Amina: O conflito teve um impacto direto sobre as mulheres, tanto material quanto moralmente. Deslocamentos, assassinatos, seqüestros e casos de violações criaram uma atmosfera de terror e ansiedade. Acima de tudo isso, já o medo de perder membros da família devido a todos estes riscos e ameaças. De qualquer forma, há um lado positivo, já que os laços familiares tornaram-se mais importantes.
A violência sectária também afetou fortemente a situação social da mulher iraquiana. O índice de divórcios cresceu, causando danos materiais e psicológicos para as mulheres. A mulher iraquiana caiu dentro de uma grande prisão. Ale do mais, a situação financeira e econômica dos homens, a maioria desempregada, piorou, o que põe um peso extra sobre as mulheres.
Mona: Os conflitos internos afetam os fundamentos da sociedade. Eles com freqüência São gerados pela perda generalizada da segurança e por intervenções externas. Eu penso que o problema no Iraque é passageiro. Tenhamos esperança de que este é um problema que terá um fim dentro de certo tempo, com a determinação do povo iraquiano de reconstruir seu país.
Como as mulheres iraquianas lidam com isso? Elas conseguem, ainda por cima, ajudar os outros?
Amina: Falando por mim mesma, vendo o sofrimento dos iraquianos em geral e das mulheres em particular, e querendo fazer alguma coisa a respeito, eu decidi abrir um abrigo para os órfãos. Eu trabalho para unir crianças de diferentes seitas e religiões, sunitas, xiitas, cristãos, fazendo com que, de alguma forma, esse lugar represente um pequeno Iraque, com toda sua diversidade religiosa.
Fazendo isso, eu também quero ressaltar o fato de que a religião é para Deus e nosso país é para todos. As pessoas podem viver juntas sem serem privadas de sua liberdade e de sua individualidade.
Mona: Toda família tem medo do que pode acontecer aos seus membros. Como indivíduos vivendo em nossa sociedade, nós mantemos silêncio sobre o que acontece. A mulher fica sem saída nestas circunstâncias e não pode voltar a atividade até que isso termine.
Leyla: Apesar de que a mulher iraquiana esteja sem saída hoje, ela ainda pode sar muita assistência cultural e econômica, quando possível. Por exemplo, eu pude ajudar 600 pessoas deslocadas com ajuda humanitária fornecida pelo CICV.
As mulheres no Iraque também podem contribuir disseminando os valores religiosos da maneira correta. Isso é particularmente importante nestes dias, considerando que alguns meios de comunicação ignoram completamente a mulher iraquiana e seu sofrimento, especialmente em Bagdá, reforçando o sectarismo.
Como vocês vêem o futuro da mulher iraquiana?
Mona: A mulher iraquiana tem provado que tem muito potencial, embora todas as trágicas histórias que temos ouvido sobre o que elas passam estão longe da realidade que é muito, muito pior.
Leyla: Eu não tenho nenhuma visão clara ao olhar o futuro da mulher no Iraque. Em Anbar, nós não vivemos situações de sectarismo ou de violência doméstica, graças à natureza de nossa comunidade, composta por tribos e famílias que mantêm relações próximas.
Amina: Para mim, o futuro da mulher iraquiana será brilhante e positivo, mas somente depois que a tragédia que nós estamos vivendo agora tenha terminado e quando todas essas milícias desapareçam. A mulher iraquiana é forte e ela tem passado neste teste histórico, em particular por ajudar os outros a manterem sua humanidade e sua autoconfiança.
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domingo, 16 de março de 2008

O furor bélico de Uribe

No campo da geopolítica latino-americana, o mês de março começou mal. Faz lembrar o massacre de Ciénaga, que Gabriel García Márquez, com rigor histórico, inseriu na sua obra Cem Anos de Solidão. O mesmo García Márquez, como ativista político e ganhador do Nobel de literatura em 1982, testemunhou, ainda jovem, a maior tragédia político-social vivida pela Colômbia. Uma tragédia consumada em 1948 e referente ao assassinato de Jorge Eliécer Gaitán. Ela fez com que a Colômbia não aprumasse até hoje e alcançasse os títulos de o país de maior número de jornalistas assassinados e de fornecedora de 80% da cocaína encontrada no planeta. García Márquez acompanhou o episódio da morte de Gaitán, líder da União Nacional da Esquerda Revolucionária (Unir) e com a eleição de 1950 garantida para a Presidência da Colômbia. Gaitán foi eliminado a mando da norte-americana Central Intelligence Agency (CIA), em 9 de abril de 1948, conforme já concluiu o próprio García Márquez. Nesta semana, as forças militares da Colômbia invadiram o território equatoriano para atacar acampamento de membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), organização que nasceu com natureza insurgente em 20 de junho de 1964. A propósito, o serviço de inteligência militar colombiano tinha a informação de estar nesse acampamento o chamado comandante Raúl Reyes, interlocutor responsável pelas negociações com o Equador, a Venezuela e a França, sobre a libertação de políticos colombianos e estrangeiros seqüestrados. Raúl Reyes era o segundo do vértice de governo das Farc e dado como sucessor de Manuel Marulanda Vélez, apelidado de Tiro Fijo e próximo a completar 78 anos em maio. À luz do direito internacional, do chamado direito das gentes, a Colômbia praticou atos condenáveis. E isto mostra que o presidente Álvaro Uribe pouco se importa com as normas de convivência civilizada com coirmãos. Quando do Plano Colômbia, Uribe já pouco se importara com o fato de os ventos levarem os herbicidas, derramados por aviões da americana DynCorp nos plantios colombianos de coca, para o território do Equador, a causar graves problemas de saúde na população rural, além da contaminação dos rios, do envenenamento de rebanhos e da perda de plantios. A Colômbia afrontou a soberania equatoriana. O lícito seria, por meio de cooperação bilateral, a expedição de mandado internacional de captura, com posterior pedido de extradição, diante de acordos firmados ou de convenções subscritas. Mas, como esperar práticas civilizadas de um Álvaro Uribe Vélez, portador de curriculum vitae nada recomendável e conhecido fâmulo do presidente norte-americano, George W. Bush, que imediatamente saiu em sua defesa. Bush impôs à Colômbia, depois do fracassado Plano Colômbia, iniciado com Bill Clinton, o atual Plano Patriota, que, como o anterior, disfarça a política interesseira e imperialista chamada "guerra de baixa intensidade". A relação custo-benefício em relação à invasão do Equador foi bem pensada por Uribe, que agora faz o jogo diversionista, fala em genocídio e em representar contra Chávez, junto à Corte Penal Internacional. Seu chefe de polícia, general Oscar Naranjo, acusou Chávez de repassar às Farc cerca de 300 milhões de dólares e, depois de chamado de mentiroso pelo ministro venezuelano do interior, foi acusado de alianças com o narcotráfico internacional. Importante recordar que Uribe, no governo de Andrés Pastrana que o antecedeu, foi sempre contrário a acordos de paz com a guerrilha. Ele apoiou os paramilitares, como prefeito de Medellín, deputado e governador de Antioquia. Em Medellín quis implantar um projeto social da lavra de Pablo Escobar. Uribe sempre teve ligações estreitas com os riquíssimos irmãos Ochoa, narcotraficantes sócios de Escobar no Cartel de Medellín, extraditados para os EUA e que, depois de barganha, voltaram à Colômbia, com os bens e fazendas preservados. Na passagem pela direção do departamento de aviação civil, Uribe forneceu habilitações para pilotos de narcotraficantes. Seu pai, Alberto, morto pelas Farc por ligações com os paramilitares, teve um helicóptero apreendido na chamada Tranqüilândia, ou seja, no parque de refino de cocaína construído por Pablo Escobar.
Wálter Fanganiello Maierovitch

sábado, 15 de março de 2008

Segundo o presidente Cossiga, os serviços de inteligência organizaram o 11 de setembro

O ex-presidente da República Italiana, Francesco Cossiga, tem a reputação de falar abertamente. Em uma lacônica declaração, Cossiga declarou que "o rei está nu". Segundo Cossiga, como sabem todos os dirigentes ocidentais - embora nenhum o tenha dito -, foram os serviços de inteligência norte-americanos e israelenses que perpetraram os atentados de 11 de setembro de 2001.O prestigioso diário italiano Corriere Della Sera publica na sua edição eletrônica de 30 de novembro a posição assumida pelo ex chefe de Estado italiano Francesco Cossiga, que afirma que todos os serviços secretos do mundo sabem que os "ataques" de 11 de setembro de 2001 contras as Torres Gêmeas do WTC, em Nova Iorque, foram orquestrados pelos serviços secretos norte-americanos e do Oriente Médio.Presidente do Senado italiano desde 1983 até sua eleição como Presidente da República, Cossiga foi considerado um homem honesto e incorruptível durante todo o período de seus mandatos, até 1992, o que lhe valeu o respeito geral, inclusive de seus adversários políticos. mas se viu obrigado a renunciar depois de haver ganho a hostilidade do establishment político e da OTAN ao tornar pública a existência da "Operação Gládio" e o papel da aliança atlântica na organização da dita operação.As revelações de Cossiga deram lugar a uma investigação parlamentar, durante o ano de 2000, sobre as atividades de Gládio na Itália. Assim se soube que os serviços secretos norte-americanos e dos paises da OTAN haviam perpetrado ações terroristas " sob bandeiras falsas" que causaram inúmeras vítimas entre a população civil. Seu objetivo era atribuir aqueles atos terroristas a diversas organizações de esquerda para atiçar assim a cólera contra os comunistas e poder exigir mais ações por parte do Estado.Cossiga comenta agora a maior mentira da história que se contou à população mundial. Segundo o artigo do Corriere Della Sera: "Nos fizeram crer que Bin Laden havia confessado (ser o autor) do ataque de 11 de setembro de 2001 contra as torres de Nova Iorque - quando em realidade os serviços secretos norte-americanos e europeus sabem perfeitamente que aquele desastroso ataque foi planejado e executado pela CIA e o Mossad, para acusar de terrorismo aos paises árabes e assim poder atacar o Iraque e Afeganistão". Já em 2001, o ex-presidente Cossiga havia posto em dúvida a teoria oficial sobre o complô, propagada pela administração Bush. Cossiga ressaltou que o ataque não se poderia realizar sem a conivência do pessoal dos sistemas de radar e da segurança aérea norte-americanas. Os especialistas em construção mostraram que a simetria e a cronologia dos desabamentos das torres só poderia ser resultado do uso de explosivos, já que o incêndio não pode ter dado lugar à tragédia.É notável que este prestigioso diário cite agora as declarações de tão respeitado chefe de Estado. Isso tira toda a credibilidade das afirmações de que a chamada "teoria da conspiração" é um exagero.Existem esforços tendendo a atrair mais firmemente a atenção dos políticos europeus de alto nível sobre o fato de que nada justifica sua submissão ao Estados Unidos no tocante aos massacres contra a população e às guerras de agressão, entre as quais se inclui a suposta "Operação Liberdade Duradoura"(«Operation Enduring Freedom») e para que se entenda que se trata neste caso de um crime contra a Humanidade - com todas as conseqüências pessoais que implica esse delito, como se mostrou durante o julgamento de Nuremberg.

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quarta-feira, 12 de março de 2008

O QUE MAIS IRRITA A BURGUESIA...


O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

Por Agence Cubaine de Nouvelles 10 de Março de 2008 Agencia Cubana de Noticias
La Hojilla, programa da Venezuelana de Televisão, selecionou, durante vários meses até ontem 5 de março, dados e frases que refletem com precisão o plano imperialista de fazer com Chávez o mesmo que fizeram com Milosevic depois da guerra genocida de Kosovo: julgá-lo no Tribunal Penal Internacional. CONTINUAR...
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terça-feira, 11 de março de 2008

O "escândalo" dos cartões

Por Bernardo Kucinski
O governo Lula tem o portal de gastos mais detalhado e transparente de todos os tempos. Mas parte da mídia tenta passar a idéia de que o governo é o mais leniente e corrupto de todos os tempos. Uma inversão espetacular do sentido dos fatos.

CONTINUAR...
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domingo, 9 de março de 2008

Bateu, levou...

A PERGUNTA:

Lula pediu licença para entrar na favela?

A RESPOSTA:

NÃO PRECISA... SÃO TODOS COMPANHEIROS !!! ELE DISSE QUE SE SENTIU EM CASA !!!
FLAVIO Campo Bom - RS

A CONTRA-RESPOSTA:


Com certeza o FLAVIO tem razão. Só a burguesia retrógrada não aceita que o Presidente da República seja companheiro do Povo. Para ela, para essa elite que não quer perceber que os mais humildes são a imensa maioria, é de importância absoluta que o Presidente esteja o mais distande possível dessa gente que é considerada por ela, por princípio, bandida. É verdade, Flávio, esse povo do morro, da favela, do sertão, os desamparados, os humilhados, os pobres, esses são os companheiros do Presidente e o Presidente é companheiro deles, pela primeira vez na história do Brasil.
Rosalvo Maciel
Parobé - RS
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Promessa de Mudança

Por elaine tavares – jornalista
Ele pareceria um rei, tamanha a beleza. A bermuda despojada, uma camisa em tom pastel e um boné surrado que gritava, em vermelho sangue, uma palavra muito pouco ouvida na universidade: favela. CONTINUAR...
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O Povo

Por Pablo Neruda
Passeava o povo suas bandeiras rubras
e entre elas na pedra que tocaram
estive, na jornada fragorosa
e nas altas canções da luta.
Vi como passo a passo conquistava.
Somente a resistência dele era um caminho,
e isolado era como pedaços partidos
de uma estrela, sem bocas e sem brilho.
Juntos na unidade feita em silêncio,
eram o fogo, o canto indestrutível,
o lento passo do homem na terra
feito profundidades e batalhas.
Eram a dignidade que combatia
o que foi pisoteado, e despertava
como um sistema, a ordem das vidas
que tocavam as portas e se sentavam
na sala central com suas bandeiras.
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quarta-feira, 5 de março de 2008

Especialistas suspeitam envolvimento dos EUA em incursão militar no Equador

ESPECIALISTAS do respeitável centro norte-americano de investigação COHA destacam num comunicado emitido na segunda-feira, dia 3, "que é muito possível que os Estados Unidos estejam envolvidos na incursão militar colombiana no Equador.
Na operação morreu o comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Raúl Reyes.
Analistas do Council on Hemispheric Affairs questionam particulamente o papel desempenhado pelo Southcom, isto é, o chamado Comando Sul dos EUA — com base em Miami e que maneja as operações estadunidenses na região — no "planejamento, no fornecimento e na realização" da intervenção colombiana em território equatoriano.
"Existem bons indícios para especular que o plano na íntegra parece ter um nível o bastante sofisticado para os militares colombianos, que comumente são considerados de incompetentes, corruptos, ligados ao narcotráfico e pouco propensos a enfrentarem o perigo", afirma o documento.
Fundado em 1975, o COHA é um "think tank" e é considerado um grupo de acadêmicos norte-americanos especialistas em temas do hemisfério.
"A contribuição norte-americana pôde ter incluído a entrega de dados de inteligência, baseados em detectores de satélites de calor, de bombas inteligentes e de alguns dos inúmeros treinadores no país", precisa o COHA, ao salientar que se autorizou o uso de helicópteros Black Hawk, providos no contexto do Plano Colômbia. (Jean-Guy Allard)

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segunda-feira, 3 de março de 2008

As patas de Mr. Bush

Sem dúvida está o dedo do Império por trás da agressão sofrida pelo Equador por parte do governo fantoche de Álvaro Uribe. Tudo do que necessitava Washington era "provar"o envolvimento da Venezuela com o "terrorismo". Se essas "provas" são obtidas envolvendo uma situação de risco de confronto militar, não há dúvida que é muito melhor para o imperialismo norte-americano. Com isso abrem-se possibilidades de que as chamadas Forças de Paz da ONU, isto é o Exército norte-americano, sejam convidadas a intervir nesse possível conflito, assegurando assim um modo "legal" de tentar derrubar os governos democráticos da Venezuela e da Bolívia. É evidente que a situação é extremamente útil para as pretenções de Bush, que se considera o xerife anti-terrorista do mundo, de enfiar seus mariners no território da Venezuela e garantir o petróleo venezuelano para o bem-estar da burguesia insaciável dos EUA. Note-se a rapidez com que os militares colombianos encontraram documentos "provando" que o Presidente Hugo Chaves financiou, ou financia, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia... É de importância indiscutível que os paises mais progressistas da América Latina se mantenha atentos a essas manobras imorais da política expansionista dos Estados Unidos.

Valesca Moroli
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domingo, 2 de março de 2008

O Comandante Raul Reyes caiu em combate no Equador

Hernando Calvo Ospina
Publicado em Rebelión

Pela primeira vez na história das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC, nascidas nos campos colombianos no início dos anos sessenta, é morto um de seus dirigentes máximos: Luis Edgar Devia Silva, mais conhecido como Raul Reyes, membro do Secretariado, máxima instância dessa organização político-militar.
Reyes, havia sido e principal negociador da organização guerrilheira durante as conversações de paz com o governo, entre 1998 e 2002, que terminaram frustradas pelo presidente Andrés Pastrana.
Nesses anos o comandante viajou por vários países da América Latina e Europa, junto a outros quadros guerrilheiros para explicar a estratégia e objetivos de sua organizacão. Foi recebido por presidentes, primeiros ministros, empresários, intelectuais e um grande número de políticos. Em 1997, na Costa Rica, havia participado do único encontro que tiveram as autoridades dos Estados Unidos com as FARC.
Por pressão de Washington e da grande oligarquia colombiana, o presidente Pastrana terminou com as conversações, dando inicio a uma guerra aberta, à qual continuou raivosamente o presidente atual Álvaro Uribe Vélez, apoiando-se nas forças narco-paramilitares criadas pelas Forças Armadas do Estado.
Como reação aos atentados de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos declararam as FARC organização terrorista, adicionando-les a acusação de narcotraficante. Quase todos os governos do mundo fizeram o mesmo, mesmo que não estivessem muito convencidos.
Disse o governo colombiano, e repetem todos os grandes meios de comunicação mundiais, que essa é uma grande vitória militar. Se equivocam, e muito. Reyes era um quadro político, não tinha comando sobre as forças militares das FARC. É um tremendo erro, que dificulta enormemente o caminho para qualquer diálogo e libertação dos prisioneiros. Reyes era a ponte. O porta vóz da organização.
Mas existe um detalhe muito delicado nesse acontecimento. Reyes morreu em território equatoriano, a escassos dois quilômetros da fronteira. O próprio Reyes, em entrevista ao autor desta nota, disse que as FARC respeitam as fronteiras dos paises vizinhos e não interferem em seus assuntos internos. Mas é muito possível que ante a perseguição militar tenham passado para o Equador para se salvaguardar.
Raul Reyes caiu sob o fogo de bombardeios, dizem as autoridades colombianas. O Ministro da Defesa especificou com um infantilismo irreal: as bombas sairam da Colômbia, tendo-se o cuidado de não violar o espaço aéreo equatoriano (sic!).
As tropas oficiais violaram o território do país vizinho. E a violação foi dupla: os militares ingressara nele para recolher o corpo do dirigente e os de outros guerrilheiros.
Mas, foi uma violação territorial, ou o governo da Colômbia contava com a autorização de Quito? É difícil de crer nisso tendo em conta que o presidente equatoriano Rafael Correa sempre declarou sua neutralidade frente ao conflito colombiano. A realidade é que essa é uma nova prova de que o governo colombiano e Washington seguem apostando na guerra.

Hernando Calvo Ospina é escritor e jornalista residente na França. Colaborador do Le Monde Diplomatique. Autor do livro a ser lançado: “Colombia: Historia del terrorismo de Estado”
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sábado, 1 de março de 2008

Quem é Barak Obhama


Neste pequeno artido o companheiro Luiz Bicalho revela alguns elementos para reflexão sobre o Senador e pré-candidato a Presidente dos EUA pelo partido democrata. Trata-se de uma discussão importante para aqueles que lutam contra as politicas raciais e contra o racismo, quando alguns comemoram que ele pode ser o presidente negro dos EUA.

As eleições presidenciais nos EUA começam com a definição de candidatos pelos partidos Democratas e Republicanos (os dois maiores partidos burgueses). O partido democrata, que conseguiu uma vitória parlamentar nas ultimas eleições (fez maioria na Câmara dos deputados, que se renova de dois em dois anos nos EUA), tem chances de chegar a Presidência. Dois de seus candidatos desafiam a lógica até hoje existente na política dos EUA: uma mulher (Hylarry Clinton) e um negro (mestiço, na realidade): Barack Obama. A candidatura de Obama parece crescer e atingir níveis de participação popular, segundo os grandes jornais. Mas, o que defende na realidade o Sr. Obama? Obama tem um site ( http://www.barackobma.com) onde expõe suas propostas:
Sobre o Iraque: Obama declara-se contra a guerra e propõe a retirada das tropas em 16 meses. Propõe fechar a base de Guatanamo.
Irã: Se o Irã abandonar seus programas nucleares, nós ofereceremos incentivos para melhorar o comércio, investimentos econômicos e relações diplomáticas normais. Se não, aumentaremos a pressão econômica e o isolamento político.
Relações Internacionais: Os EUA devem liderar, liderar a luta contra os programas nucleares do Irã e Coréia do Norte e contra o terrorismo. Ampliar o tratado de não proliferação de armas nucleares, para aumentar as sanções a Coréia do Norte e Irã. Aumentar a presença diplomática (consulados), particularmente na África. Ajudar os estados mais fracos a reduzir a pobreza, a desenvolver seus mercados. Dar aos comandantes das tropas da ONU mais “flexibilidade”. Aumentará os investimentos para modernizar as forças armadas dos EUA. Aumentará em mais 65 mil os efetivos do exercito e em 27 mil os de fuzileiros.
Israel: Trabalhará por dois estados – Israel e Palestino.
Imigração: Obama propõe aumentar a segurança das fronteiras (leia-se – aumentar a repressão contra a entrada de imigrantes ilegais). Propõe além disso que se punam os empregadores que dão emprego a imigrantes ilegais. Que se aumente as oportunidades de imigração legal (não explicita como). Que se promova o desenvolvimento econômico do México para evitar a imigração (também não explicado). Propõe aumentar a velocidade e a capacidade do FBI de checagem dos ilegais.
Economia: Diminuir impostos pagos pelos pobres e pela classe média. No comercio Internacional, preservar os empregos americanos. Acordos comerciais que abram o mercado para os bons produtos norte-americanos. Pressionará a OMC para que os paises acabem com subsídios ou outras barreiras contra as exportações norte-americanas. Defende o NAFTA. Melhorar as condições e a requalificação dos trabalhadores demitidos.Mais créditos para o desenvolvimento de energia renovável. Liberdade Sindical, sem intimidação pelos empregadores.Defende o direito de greve. Aumento do Salário Mínimo. Criação de um sistema de avaliação dos cartões de crédito. Isentar da declaração de falência as famílias que provarem terem chegado a esta condição em virtude de despesas médicas. Fornecer um crédito fiscal a Empresas que mantenham suas matrizes nos EUA, que aumente o numero de seus empregados nos EUA, que forneça seguro saúde, aposentadoria e também que dê sustento aos empregados que servem as forças armadas.
Saúde: Criar um novo seguro saúde nacional. Aumentar concorrência entre produtoras de remédios. Incentivar medicamentos genéricos.
Aposentadoria: As leis atuais de falência protegem os bancos antes dos trabalhadores. Obama propõe-se a inverter isso, a colocar os aposentados no primeiro lugar da lista de credores. É contra privatizar (ainda mais) a previdência. Estes são os principais pontos encontrados no seu site, sobre o seu programa. Antes de comentarmos o que eles dizem, notemos que o que ele não diz: a revogação do Ato Patriótico, aquela lei dos EUA que permite a prisão sem provas, sem assistência legal, a lei que permite a polícia investigar por “caracteres raciais”, reintroduzida após ter sido derrubada nas revoltas negras do final dos anos 50 e início dos anos 60.Obama faz o seu discurso na primeira primária – Estado de Iowa – onde ele explica que precisamos unir novamente a América, que não podemos aceitar a divisão entre estados republicanos e democratas. Obama propõe-se a aumentar os impostos para as empresas que transfiram fábricas para o exterior, desenvolver novas formas de energia para combater as empresas petrolíferas, trazer as tropas do Iraque de volta para casa e unir a América e o mundo no combate ao terrorismo e às armas nucleares. Unir a América. Patriotismo. Combater as grandes corporações e manter o sistema. Garantir direitos trabalhistas e dos sindicatos. Se olharmos na história, num momento de grande crise, houve um presidente americano que também assim se dirigiu ao povo americano: Rosevelt. Olhando o discurso, pode-se perguntar: porque nenhum analista não fez esta comparação? Mas Obama é um pouco mais que isso. Obama, no seu discurso para um sindicato de metalúrgicos relembra que ele apoiou a greve dos metalúrgicos. E que já disseram que “o que é bom para a GM, é bom para os EUA”, agora é hora de dizer “o que é bom para os sindicatos, é bom para os EUA”. A verdade é que todos eles tem medo do que esta comparação significa: será que a crise chegou e a saída é outro Rosevelt? E lembremos, não há no discurso de Obama nenhuma “liberdade” que se possa defender. Aumento das verbas para Forças Armadas, aumento do efetivo das Forças Armadas, aumento do controle das fronteiras, mais verbas para o FBI. Nem uma palavra sobre o Ato Patriótico. A crise econômica está chegando e pode ser que uma alternativa que a burguesia americana se dê é tentar construir outro “grande acordo” a la Rosevelt. Mas, existem as condições para tal? O mundo mudou desde 1930, não existe o estalismo como a grande barreira que impeça as massas de correr rumo a revolução. Por outro lado, as forças do marxismo estão bem fracas, ao final destes 70 anos de luta. A reconstrução que se faz, se faz lentamente, embora com alguns saltos, tanto positivos como negativos. Nós mantemos a confiança que a classe trabalhadora, inclusive nos momentos difíceis que estão chegando – e todo trabalhador americano que está perdendo emprego sabe o que isso significa – e temos certeza que os trabalhadores saberão resolver seus próprios problemas. Muito provavelmente passarão pela experiência de ter um negro (mestiço, para os nossos padrões) na Presidência, passarão por um presidente que promete muitas coisas e fará várias delas. Por um presidente que continuará a defender o capitalismo (unir todos, o que inclui a burguesia), um capitalismo mais humano que não tem condições de existir e que se revelerá ao fim e ao cabo tão brutal quanto o outro. Um presidente que defende uma política externa que leva os EUA de volta ao terreno da ONU, para dar mais “liberdade” aos comandantes da ONU, para aumentar as forças armadas, “re-equipa-las”. Um presidente que diz defender a liberdade sindical, o direito de greve e os direitos civis e nada fala do 'ato patriótico'. Não, não serão tempos fáceis, mas a classe saberá encontrar seus caminhos e armar-se para a sua vitória em um futuro próximo.
Luiz Bicalho
MNS -Movimento Negro Socialista
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