(Poema escrito a 21 de novembro de1965, numa cela do Quartel da Polícia do Exército, no Rio de Janeiro, ao qual o autor foi recolhido por haver participado de uma manifestação contra a ditadura, em frente ao Hotel Glória, no instante mesmo em que ali chegava o ditador para inaugurar a Conferênciada OEA. Desse protesto participaram,entre outros, os companheiros AntônioCallado, Jayme de Azevedo Rodrigues,Carlos Heitor Cony, Márcio Moreira Alves, Flávio Rangel, Glauber Rocha,Joaquim Pedro de Andrade e MárioCarneiro, todos eles presos — e aos quais é dedicado este poema.)
É preciso que Amor seja a primeira
palavra a ser gravada nesta cela.
Para servir-me agora e companheira
seja amanhã de quem precise dela
Não sei o que vai vir, mas se desprende
dessa palavra tanta claridão,
que com poder de povo me defende
e me mantém erguido o coração.
No muro sujo, Amor é uma alegria
que ninguém sabe, livre e luminosa
como as lanças de sol da rebeldia,
que é amor, é brasa e de repente é rosa.
Thiago de Mello
Publicado no livro Faz Escuro Mas Eu Canto. A anção do Amor Armado (1966).In: MELLO, Thiago de. Vento geral, 1951/1981: doze livros de poemas. 2.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1987
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Um comentário:
Agora entendo o pq do nome de thiago,
este poema é lindo demais da conta!!!!!!!!!!!!
Printemps
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