Denúncias contra governos de SP e RS revelam mar de lama da direita
Caso Alstom em São Paulo, caso Detran, no Rio Grande do Sul. O mar de lama, alardeado pela direita, pelos caciques do PSDB e do DEM (ex-PFL), e pela imprensa inunda, tudo indica, os quintais daqueles que posam de reis da honestidade e da pureza.
Mau cheiro em São Paulo
Em São Paulo, a notícia de que a empresa francesa Alstom teria distribuído propinas para autoridades estaduais precisou aparecer primeiro no The Wall Street Journal, um dos principais dos EUA, para ser noticiada pela TV Globo, timidamente. O caso envolve denúncias de pagamento de propinas para “azeitar” a venda de equipamentos para o Metrô de São Paulo e para a Usina Hidrelétrica de Ita, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Propinas na América do Sul
Um ex-diretor da Alstom, o engenheiro José Sidnei Colombo Martini, chegou a ser nomeado, em 1999 – no governo de Mário Covas – presidente de uma estatal paulista, a Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE). Dois anos depois, ele mandou comprar dela, sem concorrência, equipamentos no valor de R$ 4,82 bilhões. Os negócios entre a Alstom e o governo paulista superam R$ 1,3 bilhão, em 139 contratos (assinados desde 1989), envolvendo o Metrô, a Cesp, CPTM, CTEEP, Dersa, Eletropaulo, Emae, Prodesp e Sabesp, entre outras estatais. Eles são investigados, desde novembro de 2007, pelas justiças da França e da Suíça, onde a Alstom é acusada de pagar propinas em países da América do Sul e da Ásia.
Lama no governo gaúcho
No Rio Grande do Sul, as revelações estão amparadas em uma prova forte, uma fita divulgada pelo vice governador Paulo Feijó (DEM-RS), que comprova o esquema de corrupção e pode envolver a própria governadora Yeda Crusius. Para apurá-las, a Assembléia gaúcha instaurou a CPI do Detran, que vai investigar fraudes que chegam a R$ 44 milhões no Detran gaúcho. As provas contra a Yeda Crusius se acumulam, sendo forte a pressão para a cassação de seu mandato. Isso seria um grande vexame nacional para os caciques do PSDB que posam de “guardiões da ética”. Com a revelação das fitas comprometedoras, Yeda e Paulo Feijó tornaram-se inimigos políticos, e a governadora acusa o vice de querer implodir seu governo.
Protesto tratado a porrete
Quando estudantes, trabalhadores e agricultores foram para as ruas protestar contra Yeda, no dia 11, a reação da governadora não podia ter sido pior: ela mandou a Brigada Militar impedir que a manifestação se aproximasse do palácio do governo. A consequência lembrou a ditadura militar: violência policial, cassetetes, balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes. No total, 12 manifestantes e quatro policiais ficaram feridos. Doze manifestantes foram presos, inclusive o motorista do carro de som e os músicos levados para animar o protesto.
Leia o original em Classe Operária
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