Além do Cidadão Kane

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Maciça mobilização em Honduras contra eleições sob regime de fato

por ABN
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Traduzido por Rosalvo Maciel

Uma maciça multidão marchou nesta quinta-feira pelas ruas de Tegucigalpa, a capital de Honduras, para repudiar a realização de eleições sob um regime de fato.

“Não às eleições” gritavam os manifestantes frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde realizaram um ato para expressar seu repúdio às eleições sem o restabelecimento do estado de direito e sem o presidente legítimo, Manuel Zelaya, informou a Prensa Latina.
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O dirigente das bases do Partido Liberal, Rassel Tomé, ratificou a oposição da Frente Nacional contra o golpe de Estado em participar das eleições se forem organizadas pelos golpistas.
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O dirigente social explicou que no clima de repressão, perseguição de dirigentes e de assassinatos de membros da resistência é impossível a realização de eleições transparentes e confiáveis.
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Também recordou que a Frente sustenta que as eleições de 29 de novembro próximo só poderão ser legítimas com a restauração imediata da ordem constitucional e da recolocação no poder do presidente constitucional.
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Na ocasião, a esposa de Zelaya, Xiomara Castro, disse que as eleições não terão validade nem serão reconhecidas pela comunidade mundial se forem organizadas por quem usurpou o poder em 28 de junho passado.
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Durante a marcha, os participantes do protesto expressaram sua oposição ao candidato liberal, Elvin Santos, a quem acusam de ser um dos promotores do golpe de Estado.
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A mobilização percorreu zonas de classes medias e altas, onde não havia ido durante as 68 jornadas de resistência pacífica contra o regime de fato.
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O coordenador geral da Frente, Juan Barahona, ratificou que as mobilizações prosseguirão até a vitoria do povo e a realização de uma assembléia constituinte para refundar Honduras.
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Por sua parte, a vice-chanceler legítima, Patricia Licona, manifestou que os golpistas não são reconhecidos por governo algum nem pelos organismos internacionais, e acrescentou que só os funcionários de Zelaya são aceitos como representantes do país ante as autoridades de outras nações e organismos multilaterais do planeta.
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Os ministros e outros funcionários do governo constitucional iniciaram nesta quinta-feira um programa na Radio Globo para dar a conhecer suas posições em relação à grave crise desencadeada após o golpe.
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Outro dos colaboradores de Zelaya, Carlos Orbin Montoya, apontou que o mandatário regressará a Honduras, apesar das ameaças contra sua vida, e sublinhou que essa é uma decisão já tomada.
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Por sua vez sustentou que a resistência pacífica do povo deve preparar as condições de regresso do chefe de Estado e protegê-lo.
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