O antigo Pantera Negra e jornalista de investigação Abu-Jamal está entre os presos norte-americanos conhecidos internacionalmente, como o líder nativo Leonard Peltier e os cinco patriotas cubanos que se infiltraram nas organizações terroristas anti-Castro. O seu primeiro julgamento em Filadélfia perante um júri declaradamente racista considerou-o culpado pela morte de um agente da polícia. Já na prisão, Abu-Jamal continuou a produzir cinco minutos de comentários de rádio sobre notícias relativas à luta contra o imperialismo e o racismo. Jornais de todo o mundo recolheram esses comentários e publicaram-nos.
Além do Cidadão Kane
quinta-feira, 30 de abril de 2009
No corredor da morte
O antigo Pantera Negra e jornalista de investigação Abu-Jamal está entre os presos norte-americanos conhecidos internacionalmente, como o líder nativo Leonard Peltier e os cinco patriotas cubanos que se infiltraram nas organizações terroristas anti-Castro. O seu primeiro julgamento em Filadélfia perante um júri declaradamente racista considerou-o culpado pela morte de um agente da polícia. Já na prisão, Abu-Jamal continuou a produzir cinco minutos de comentários de rádio sobre notícias relativas à luta contra o imperialismo e o racismo. Jornais de todo o mundo recolheram esses comentários e publicaram-nos.
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Catástrofe humana
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quarta-feira, 29 de abril de 2009
Vietnã festeja aniversário de vitória contra EUA
O secretário-geral do Partido Comunista do Vietnã, Nong Duc Manh, esteve presente às comemorações em Hanói, que festejam o dia da reunificação nacional (30 de abril) e o 1.º de maio, dia internacional dos trabalhadores.
Em um discurso de homenagem ao presidente Ho Chi Minh, o dirigente do PCV em Hanói, Nguyen The Cao, destacou a glória do líder da Revolução Vietnamita e dos mortos em combate durante a luta, ressaltando também as vitórias do país no empenho por fazer avançar a renovação na república socialista.
O Vitetnã festejará na quinta-feira, em uma grande comemoração, a entrada das tropas na antiga Saigón, agora Cidade de Ho Chi Minh, que colocou fim à presença de tropas americanas no território nacional.
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Mulheres migrantes sofrem múltiplas discriminações na Europa
Por Talita Mochiute, do Aprendiz
Para a pesquisadora, que esteve no Brasil para participar do Colóquio Internacional Tolerância e Direitos Humanos, em São Paulo (SP), a primeira questão a ser considerada é que as migrações das mulheres têm especificidades em relação à dos homens. Uma delas refere-se ao lugar ocupado pelas migrantes no mercado de trabalho do país que as recebem.
Segundo Adelina Miranda, na Itália, aproximadamente 70% das mulheres imigrantes trabalham no serviço doméstico ou em atividades ligadas ao cuidado de crianças e idosos. Essa proporção é semelhante em países como Espanha ou na Grécia.
"O trabalho doméstico não é considerado trabalho", afirma a pesquisadora.
A profissão e a tarefa dessas mulheres não têm o mesmo valor e reconhecimento social que as atividades produtivas. "O modo como essas mulheres se colocam no mercado de trabalho é atravessado pelas questões inter-étnicas. A maioria das migrantes domésticas é negra ou do Leste Europeu", complementou a professora.
Para Adelina, a divisão sexual do trabalho também ajuda a entender a colocação das mulheres migrantes no mercado e as formas de discriminação. A divisão entre trabalho feminino, associado à atividade doméstica e de assistência, e de trabalho masculino, ligado ao setor produtivo, expressa uma hierarquia de gênero e aponta para a desqualificação do trabalho feminino. "O maior problema é enxergar esse fenômeno histórico como natural. Outro aspecto que merece atenção é a invisibilidade dessas mulheres", enfatizou.
Demanda por profissionais
O grande número de mulheres nos serviços domésticos e de assistência a idosos e crianças pode ainda ser compreendido, conforme a visão da antropóloga, pelo problema do envelhecimento da população na Itália, Espanha e França e a falta de serviços do Estado para atender esse público.
A socióloga e membro do laboratório Migrinter da Universidade de Poitiers (França), Marie-Antoniette Hilly, analisando as migrações contemporâneas a partir da dinâmica do mercado de empregos, destaca o paradoxo que envolve as medidas contra as migrações tomadas pelos Estados europeus.
"Os Estados protegem suas fronteiras, mas necessitam de novos trabalhadores migrantes para suas economias", comenta a socióloga, que também estava presente no Colóquio Internacional Tolerância e Direitos Humanos. No entanto, só a mobilidade de pessoas qualificadas é encorajada.
Outro paradoxo apontado pela pesquisadora é que a globalização incentiva o intercâmbio entre as nações e a diminuição das fronteiras, enquanto o Estado tende a se proteger de acordo com a conjuntura econômica. "É preciso pensar na questão da hospitalidade e da cidadania num contexto de globalização", disse Marie-Antoniette.
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segunda-feira, 27 de abril de 2009
Em depoimento, repórter desmente versão de cárcere privado no Pará
Está de parabéns o repórter - um trabalhador que foi obrigado a cumprir uma pauta recomendada, mas que não aceitou mais compactuar com essa farsa. Talvez tenha lhe voltado a mente o horror presenciado pela repórter Marisa Romão, que em 1996 foi testemunha ocular do Massacre de Eldorado dos Carajás e não aceitou participar da farsa montada pelos latifundiários e por Almir Gabriel, vivendo desde então sob ameaças de morte.
A consciência deve ter pesado, ou o peso de um falso testemunho deva ter influenciado. O certo é que Haor não aceitou participar até o fim de uma pauta encomendada, tal quais os milhares de crimes que são encomendados no interior do Pará. Uma pauta que mostra a pistolagem eletrônica praticada por alguns veículos de comunicação e que temos o dever de denunciar.
Desde o início, a história estava mal contada. Um novo conflito agrário no interior do Pará, em que profissionais do jornalismo teriam sido usados como escudo humano pelo MST e mantidos em cárcere privado pelo movimento, em uma propriedade rural, cujo dono dificilmente tinha seu nome revelado. Quem conhecia e acompanhava um pouco da história desse conflito sabia que isso se tratava de uma farsa. A população, por sua vez, apesar de aceitar a criminalização do MST pela mídia e criticar a ação do movimento, via que a história estava mal contada.
As perguntas principais eram: como o cinegrafista, utilizado como escudo humano - considero aqui a expressão em seu real sentido e significados -, teria conseguido filmar todas as imagens? Como aconteceu essa troca de tiros, se as imagens mostravam apenas os "capangas" de Daniel Dantas atirando? Como as equipes de reportagem tiveram acesso à fazenda se a via principal estava bloqueada pelo MST? Por que o nome de Daniel Dantas dificilmente era citado como dono da fazenda e por que as matérias não faziam uma associação entre o proprietário da fazenda e suas rapinagens?
Para completar, o que não explicavam e escondiam da população: as equipes de reportagem foram para a fazenda a convite dos proprietários e com alguns custos bancados - inclusive tendo sido transportados em uma aeronave de Daniel Dantas - como se fossem fazer aquelas típicas matérias recomendadas, tão comum em revistas de turismo, decoração, moda e Cia (isso sem falar na Veja e congêneres).
Além disso, por que a mídia considerava cárcere privado, o bloqueio de uma via? E por que o bloqueio dessa via não foi impedimento para a entrada dos jornalistas e agora teria passado a ser para a saída dos mesmos? Quer dizer então que, quando bloqueamos uma via em protesto, estamos colocando em cárcere privado, os milhares de transeuntes que teriam que passar pela mesma e que ficam horas nos engarrafamentos que causamos com nossos legítimos protestos?
Pois bem, as dúvidas eram muitas. Não apenas para quem tem contato com a militância social, mas para a população em geral, que embora alguns concordassem nas críticas da mídia ao MST, viam que a história estava mal contada. Agora, porém, essa história mal contada começa a ruir e a farsa começa a aparecer.
*Max Costa é jornalista de Belém, é da secretaria geral do PSOL
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Ministério Público investiga contrato entre Serra e Abril
A representação ao MPE foi proposta por três parlamentares Psol-SP — o deputado federal Ivan Valente e os deputados estaduais Carlos Giannazi e Raul Marcelo. Segundo ele, a Secretaria da Educação desconsiderou a existência de outras publicações da área, beneficiando a editora contratada.
Além disso, o governo Serra não consultou os educadores e passou para a fundação privada os endereços pessoais dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização. Essa irregularidade permite outras destinações comerciais aos seus dados particulares.
O promotor Antonio Celso Campos de Oliveira Faria, designado para ocaso, oficiou a FDE — órgão do governo estadual responsável pela contratação —, solicitando que esclareça os motivos da contratação ecogitando a suspensão do contrato. A diretora de projeto especiais da FDE foi intimada a prestar depoimento nos próximos dias.
Na avaliação de Ivan Valente, o despacho inicial do Ministério Público já é uma importante vitória para o movimento dos professores diante das arbitrariedades e desmandos do governo Serra na área da educação. “Vamos acompanhar a tramitação do processo e pressionar para que os responsáveis por esta contratação que lesa os cofres e os interesses públicos sejam punidos com o rigor da lei”, declarou o parlamentar.
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Combatendo por dentro os terroristas do Alpha 66
Esta conversa ocorreu a 1 de Abril de 2009. A nossa equipe de filmagens recebeu a aprovação do Departamento de Justiça para falar com "o prisioneiro", com um guarda da prisão presente na sala. Antes da sua detenção em 1998, Gerardo Hernandez dirigia as operações de agentes da Segurança do Estado Cubano que infiltravam grupos violentos na área de Miami com o objetivo de impedir que levassem a cabo ataques terroristas em locais turísticos em Cuba. Tomamos apontamentos completos e cuidadosos.
[*] Gerardo Hernadez: um dos Cinco Heróis Cubanos presos nos EUA.
· Ver também http://www.granma.cubaweb.cu/miami5/index.html
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domingo, 26 de abril de 2009
Declaração contra os monopólios de sementes no Iraque
“O objetivo da Ordem 81 (da Autoridade Provisória da Coalizão) é facilitar o estabelecimento de um novo mercado de sementes no Iraque, um mercado que força os agricultores iraquianos a comprar anualmente às corporações transnacionais sementes, inclusive as que estão geneticamente modificadas. A lei permite às empresas estadunidenses terem um controle absoluto sobre as sementes dos agricultores durante vinte anos. Os agricultores iraquianos tem que firmar um contrato e pagar uma ‘taxa tecnológica’, alem de outra taxa pela licença anual. A Ordem converteu a utilização das sementes em algo ilegal, o mesmo tempo que penaliza com pesadas multas e penas de prisão o uso de sementes ‘similares’.”
Atualmente, existe uma conspiração contra a liberdade dos agricultores para utilizar as sementes que estavam usando durante gerações. Monsanto e outras corporações transnacionais tentam monopolizar a produção de alimentos no planeta. Nada menos. A resistencia a este plano é crucial. Na Alemanha, o intento da Monsanto de monopolizar o milho foi recentemente proibido pelo governo, em meados de abril. Mas os países mais fracos são presa fácil: como o Iraque.
Historicamente, a Constituição iraquiana proibia a propriedade privada dos recursos biológicos. Os agricultores no Iraque têm trabalhado de forma quase livre, sem regulamentações, mediante um sistema informal de provimento de sementes. As sementes de colheitas anteriores e o livre intercambio de plantas entre os agricultores tem sido desde sempre a essência da pratica da agricultura no Iraque.
A Ordem 81 da APC
No entanto, tudo isto já é historia. No dia 26 de abril de 2004, Paul Bremer, o administrador da Autoridade Provisória da Coalizão (APC), promulgou e firmou a Ordem 81, que proíbe aos agricultores reutilizar as sementes cultivadas das novas variedades relacionadas na lei. Quando se reclama a propriedade de uma colheita, as sementes que foram guardadas de colheitas anteriores estão proibidas e os agricultores têm que pagar royalties a quem tem registrada a semente: ao dono.
A Ordem tem sua origem na USAID no Iraque (Agencia estadunidense de ajuda para o desenvolvimento internacional), que confirma que os programas de ajuda estrangeira são fundamentalmente programas de “oportunidades de negocio”, desenvolvidos para beneficio das empresas estadunidenses e européias. Isto se encaixa perfeitamente com a estratégia estadunidense para o futuro da agricultura no Iraque, que vai de encontro a um sistema de dependência das grandes multinacionais que vendem produtos químicos e sementes.
O objetivo da Ordem 81 é facilitar o estabelecimento de um novo mercado de sementes no Iraque, um mercado que força aos agricultores iraquianos a comprar anualmente às corporações transnacionais sementes, inclusive as que estão geneticamente modificadas. A lei permite às empresas estadunidenses terem um controle absoluto sobre as sementes dos agricultores durante vinte anos. Os agricultores iraquianos têm que firmar um contrato e pagar uma “taxa tecnológica”, alem de outra taxa pela licença anual. A Ordem converteu a utilização das sementes em algo ilegal, ao mesmo tempo em que penaliza com pesadas multas e penas de prisão o uso de sementes “similares”.
O futuro da agricultura, em perigo
As empresas pretendem ter os mesmos direitos em todo o mundo, também nos Estados Unidos. Isto porá em perigo o futuro da agricultura ecológica e independente. Muitos países em vias de desenvolvimento na África, Ásia e especialmente Afeganistão, Índia e Iraque padecem estas leis ilícitas e o monopólio dos gigantes da agricultura. Estas leis injustas afetarão de maneira mortal ao futuro da agricultura. Temos de trabalhar contra esta intenção d monopolizar a agricultura, que pertence a todos porque é o produto da terra. Tal como o ar e al água, às sementes não se pode monopolizar.
Por tudo isso, fazemos um chamamento a todas as organizações, aos ativistas, aos defensores dos produtos ecológicos e aos agricultores, às organizações pela paz, ao movimento verde, ao movimento contra a globalização, aos sindicatos e às organizações de agricultores a que unam suas forças para exigir a liberdade de patentes sobre as sementes e a biodiversidade e a que informem sobre as práticas criminais das corporações.
Temos de apoiar e defender a desobediência civil dos agricultores no Iraque e em qualquer parte do mundo.
Exigimos dos governos europeus que protestem contra esta tentativa canalha de privatização da agricultura iraquiana e pedimos que sigam o exemplo alemão proibindo as tentativas de privatização e o monopólio da agricultura.
Exigimos das Nações Unidas e da FAO que condenem estas praticas.
Exigimos do presidente dos Estados Unidos que revogue a Ordem 81 e que empeça as tentativas da Monsanto e de outras empresas de monopolizar a produção de alimentos, o que se pressupõem um crime, não só contra os agricultores como também contra a humanidade e o planeta.
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sábado, 25 de abril de 2009
Revista 'The Economist' prega desagregação da América Latina
A conservadora revista britânica The Economist, em um editorial publicado na edição desta semana, cobra uma nova postura do governo brasileiro em relação a Cuba e Venezuela, de denúncia dos que “usam o antiamericanismo como um pretexto para o autoritarismo”. O argumento é falso e capcioso — altivez, independência e democracia no sentido popular do termo nada têm a ver com “antiamercanismo”.
Fazendo um “balanço” da Cúpula das Américas e das novas políticas do presidente norte-americano, Barack Obama, para a América Latina, a revista afirma que os Estados Unidos estão tentando convencer a região de que são “uma força para o bem”. O “bem”, no caso são os interesses dos quais a The Economist é porta-voz — o capital monopolista.
Pregando a divisão da região, a revista diz que para responder a esta nova postura do governo norte-americano, segundo a revista, o Brasil e outros países deveriam mostrar uma atitude mais firme, para garantir que “a relativamente recente adoção da democracia e dos direitos humanos na região seja sustentável”. A revista repete o tom autoritário do regime liberal, para quem democracia e direitos humanos só valem se for de acordo com sua cartilha rota.
A publicação reconhece uma verdade parcial ao afirmar que o “antiamericanismo” na América Latina foi estimulado pela “atitude autoritária e arrogante” do governo de George W. Bush. O governo de Bush, segundo a revista, transformou os Estados Unidos em um “alvo fácil para aqueles que, como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, gostam de culpar um bode expiatório estrangeiro pelos problemas de seus países”.
Bush tem lá sua parcela de culpa, mas a “atitude autoritária e arrogante” é do regime norte-americano, independentemente de quem seja o presidente. Citando a postura de Obama de tratar os países da região como “iguais” durante a cúpula de Trinidad e Tobago, a revista afirma que, no entanto, o novo presidente dos Estados Unidos “parece determinado a desarmar os críticos antiamericanos”.
Trata-se de mais uma falseta. Os críticos “antiamericanos” na verdade são os líderes democratas da região de lutam pela independência efetiva da América Latina. A crítica é ao regime norte-americano e não ao povo e ao país Estados Unidos.
Fazendo peças para dizer meias verdades e muitas mentiras, a revista afirma que entre as novas políticas de Obama para a região está o relaxamento das restrições a viagens e ao envio de remessas a Cuba por parte de cubano-americanos, mas cobra o fim definitivo do “embargo” à ilha, que classifica como “injusto, ilógico e contraproducente”.
Outras mudanças na diplomacia norte-americana citadas são o apoio de Obama à luta contra o narcotráfico no México e sua postura “polida” com Hugo Chávez. Para a The Economist, no entanto, “assim como seu antecessor (George W. Bush), Obama inteligentemente reconhece a nova posição do Brasil como o líder da América do Sul”. Pura malandragem!
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Pôncio Pilatos lavou as mãos
A fórmula de Insulza é apagar do mapa o criminoso acordo. Raúl declarou em Cumaná que Cuba jamais se reintegrará à OEA. Utilizando uma frase lapidar de Martí expressou que primeiro "unir-se-á o mar do Sul ao mar do Norte, e nascerá uma cobra de um ovo de águia".
Nessa mesma ocasião, respondendo a um hipotético passo de Obama, que oferecia conversar com Cuba sobre democracia e direitos humanos, respondeu-lhe que o governo de Cuba estava disposto a discutir qualquer tema com ele, com base no mais absoluto respeito à igualdade e soberania dos dois povos. O nosso povo sabe muito bem o significado e a dignidade dessas palavras.
Raúl declarou que Cuba estava disposta a exercer clemência se os Estados Unidos os recebia e punha em liberdade os Cinco heróis antiterroristas cubanos.
Contudo, tanto o governo dos Estados Unidos quanto os contra-revolucionários de dentro e de fora de Cuba reagiram com todo tipo de arrogância.
A AP e algumas outras agências de notícias insinuaram divisões no seio do governo revolucionário.
Segundo a AP, "um destacado ativista dos direitos humanos" expressou que "a maioria das duas centenas de presos cubanos prefere cumprir longas sentenças na Ilha que ser trocada por cinco agentes comunistas presos nos Estados Unidos como sugeriu o presidente Raúl Castro.
"É opinião quase unânime entre os presos não serem trocados por militares presos em flagrância, fazendo espionagem nos Estados Unidos", disse a agência invocando o chefe da mal chamada "Comissão Cubana de Direitos Humanos e Conciliação". Seria bom saber agora quais qualifica com esse conceito. O papa João Paulo II não distinguia entre presos políticos e presos comuns quando visitou Cuba e pediu clemência para um número deles. Realmente, nos Estados Unidos, a maioria dos qualificados como presos comuns é, em geral, o pessoal mais pobre e discriminado.
"Obama, contudo — expressa mais para frente a agência AP —, poderia padecer consequências políticas graves se acedesse a trocar os cinco agentes comunistas condenados por espionagem em 2001. O chefe do grupo foi envolvido na morte de quatro exilados, quando seus aviões foram derrubados por aviões de guerra cubanos em 2001." Por acaso essa notícia não é uma ameaça ao presidente dos Estados Unidos?
O pretenso líder mercenário foi membro de uma facção, pois provinha da juventude do antigo Partido Comunista, que depois integrou o novo partido criado pela Revolução. Quando da Crise dos Mísseis, que discordamos da URSS pela decisão incorreta de negociar um acordo com os Estados Unidos sem consulta prévia com o nosso país, o sujeito se tornou inimigo da Revolução. Serviu à superpotência durante todo o mandato de Bush. Agora se dá ao luxo de ser instrumento para ameaçar Obama.
A AP não fala uma só palavra sobre as penas de prisão perpétua impostas aos Cinco Heróis em julgamentos arranjados, as mentiras elaboradas com a cumplicidade das autoridades, o tratamento cruel recebido e mais outros fatos relacionados com o caso. Essas são as calúnias que foram publicadas em muitas mídias do mundo.
Quando o estado de saúde dalgum dos mercenários o requeriu, o governo de Cuba nunca deixou de exercer a clemência, sem os Estados Unidos o exigirem.
O governo de Cuba, por outro lado, nunca praticou a tortura, é uma questão reconhecida pelo mundo. O presidente de Cuba não pode ordenar o assassinato de um adversário. Condenou o novo presidente dos Estados Unidos essa odiosa prática? Se o fizer, acreditem, não hesitarei em reconhecer a impressão de sinceridade que nos deu a todos no início.
Amanhã nos reuniremos novamente com Daniel. Em menos tempo que o que teve que esperar no avião da LACSA em Porto Espanha, sob o intenso calor do trópico, o avião cubano o levará de volta a sua querida pátria.
........... Fidel Castro Ruz
Original em GranmaTopo
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sexta-feira, 24 de abril de 2009
Ahmadinejad tem razão
Nos últimos três meses e meio, tratei desse tema por diversas vezes. Israel é ou não um estado racista? Faço questão de esclarecer, mais uma vez, que o termo “racista” aqui empregado é mais usual e o empresto do movimento negro brasileiro. Ele é sinônimo de “discriminação”. Uma pessoa ou uma instituição é considerada “racista”, quando discrimina alguém pela sua origem étnica, pela eventual cor de sua pele, pela sua origem social. Há muitas formas no mundo, hoje, de discriminar pessoas. Pela origem é apenas uma delas. Aqui também vale o esclarecimento sobre a questão do termo ainda, pois não há que se distinguir uma pessoa da outra pela sua “raça”, pois neste caso consideramos a existência de apenas uma só raça, a de humanos em todo o planeta terra.
Esclarecido isso, temos tratado desse tema nesta coluna desde o dia 1º de Janeiro,, quando pedimos em alto e bom som: “Parem o Genocídio dos Palestinos”. Falávamos sobre o massacre, os bombardeios indiscriminados que Israel fazia na Faixa de Gaza, assassinando centenas de palestinos, na sua maioria crianças, mulheres e idosos. Na coluna do dia 2 de abril, usamos o título “Israel, um Estado racista”. E dávamos vários dados, fatos, notícias que, de nosso ponto de vista, confirmam essa afirmação.
A polêmica Conferência das Nações Unidas sobre Racismo teve início no dia 20 de abril e deve se estender até 24 de abril. Ela começou mal das pernas. Temendo terem suas posições discriminadoras derrotadas, boicotaram de cara a referida Conferência, países importantes como os Estados Unidos, a Alemanha, a Itália, Austrália, Nova Zelândia, Holanda entre outros. Mesmo depois da posse de Barak Obama, o primeiro negro eleito para presidir a maior potência do planeta, as coisas mantiveram-se no mesmo rumo da diplomacia anterior ditada por George W. Bush, ou seja, de boicotar a referida reunião.
Sim, sionismo já foi considerado racismo pela própria ONU. Senão vejamos. Na Assembléia Geral das Nações Unidas do dia 10 de novembro de 1975, portanto há quase 24 anos, foi votado uma Resolução, a de nº 3.379 que afirmava categoricamente que sionismo é racismo. A votação ocorreu por 75 votos a favor, 35 contrários e 32 abstenções (mesmo se todos esses votassem contra, ainda assim teriam 67 votos e a resolução teria sido aprovada da mesma forma”. Registre-se aqui que o Brasil votou pelo “sim” à época.
No entanto, em função da correlação de forças em vigor no mundo, com o fim do mundo bipolar e da vitória praticamente completa dos Estados Unidos na chamada Guerra Fria, a partir de 1991 com a derrota do Iraque na questão da ocupação do Kuwait, as coisas vão mudando de figura. Uma resolução como essa não duraria seis anos. Em 16 de dezembro de 1991, apenas seis anos e um mês depois, uma nova Resolução, de nº 4.686, também da Assembléia Geral, revogou a anterior por 111 votos a favor, 25 contrários e 13 abstenções (os árabes votaram contra a revogação e mais alguns outros, sendo que vários desses países árabes optaram em se ausentar da reunião do que votar pela sua manutenção, tamanha a pressão dos EUA e de Israel). Aqui, registre-se também, o Brasil não só votou pela revogação, como estava entre os países que patrocinaram a proposta de revogação, ao lado dos Estados Unidos.
Aqui uma lição de ciência política para as pessoas em geral. A mesma Organização política que congrega nações da Terra, num intervalo de seis anos apenas, modifica profundamente uma decisão de sua própria lavra tomada em outro momento histórico. O mundo mudou, as coisas mudaram, os referenciais também se alteraram. Um aprendizado para todos nós.
O modelo neoliberal, de financeirização do capital, que dominou o mundo por pelo menos 30 anos seguidos, desabou, ruiu em todo o mundo, mas segue ainda com força suficiente para continuar arrancando trilhões de dólares dos contribuintes para salvar os bancos falidos e seus ativos chamados tóxicos. A América Latina segue trilhando caminhos progressistas e para a esquerda, mesmo nos EUA, vence um candidato considerado progressista – para os padrões americanos, claro – e ainda agora, um discurso de um presidente, dizendo o que a própria ONU disse há 18 anos e isso é motivo de protestos de várias delegações que se retiraram da Conferência da ONU no último dia 20, na abertura do evento que deverá aprovar políticas anti-racistas para o mundo inteiro.
Que disse Ahmadinejad?
Convém listar aqui, pequenas passagens do que disse o presidente do Irã:
1. Israel e seu governo racista foram instalados pelo Ocidente para dominar o Oriente Médio;
2. O sionismo personifica o racismo que usa falsamente a religião para esconder o ódio;
3. O regime sionista nos ameaça com a guerra;
4. É preciso erradicar esse racismo.
Ahmadinejad não negou o Holocausto judeu, como dizem que ele fez em épocas passadas. Tampouco pregou a destruição de Israel em momento algum. Apenas disse que Israel viola todas as normas e leis do direito internacional, massacre e oprime o povo palestino e os discrimina em seu dia-a-dia. O que é absolutamente verdadeiro, conforme já amplamente demonstrado nesta coluna como em tantos outros artigos disponíveis pela Internet (carteira de identidade que pede a religião pessoal das pessoas; pagamento de salário para palestino pela metade do que ganham judeus para a mesma função; impossibilidade de palestinos adquirirem terras em Israel e tantas outras anomalias e odiosas discriminações).
Mas, o mundo ainda vive um momento delicado. As forças progressistas e populares, que vêm avançando a cada dia em suas lutas e suas conquistas, ainda não acumulam forças suficientes para fazer valer um ponto de vista como o de 1975, condenando Israel por práticas racistas, através de sua política sionista. Há muito ainda que se avançar.
O Irã, além de sua imensa população e seu poder estratégico decorrente do petróleo que possui e o coloca a serviço de seu povo, vem desenvolvendo pacificamente o seu programa nuclear, apesar das pressões americanas e de seus aliados para que ele seja interrompido. Mas mais do que isso, as ideias iranianas, através da corrente xiita do islamismo, vem mantendo sua influência em diversas organizações partidárias e populares que atuam em vários países, especialmente no Oriente Médio. Agora mesmo o próprio Obama acena em dialogar diretamente com o Irã e chama esse país pelo seu nome de “batismo”: República Islâmica do Irã, forma essa que seu antecessor, Bush, nunca utilizou.
Assim, ainda que vários países da União Europeia tenham se retirado da conferência após o discurso do presidente do Irã, as notícias que a imprensa veiculou é que o evento deverá adotar um documento final, de consenso, que poderia ser assinado por mais de 180 países. Uma pena que Obama tenha adotado essa posição equivocada neste delicado momento em que as portas do diálogo precisam permanecer abertas.
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*Lejeune Mirhan, Presidente do Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo, Escritor, Arabista e Professor Membro da Academia de Altos Estudos Ibero-Árabe de Lisboa, Membro da International Sociological
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Mirando 2010, Serra evita aderir ao programa Minha Casa
O pano habitacional do governo federal prevê que São Paulo tenha o maior lote de moradias: 183.995 casas ou apartamentos. O número se justifica pois o déficit habitacional paulista é bem maior que em qualquer outro estado do Brasil. Faltam 1.478.495 moradias em São Paulo.
Segundo observadores da política paulista, a postura do governador Serra ''é puro jogo eleitoreiro, com vistas exclusivamente a 2010''. Serra estaria incomodado com o fato do governo federal ficar com os ''bônus'' do programa, chefiado pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, possível rival de Serra nas eleições presidenciais de 2010.
Os argumentos levantados pelo governo paulista contra o programa são de ordem burocrática. Serra quer que a verba destinada ao programa seja administrada pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano), para, através dela, fazer os contratos com as construtoras e o gerenciamento das obras.
Para a opinião pública, o tucano usa como desculpa para não aderir ao programa que não concorda que o Estado só doe o terreno e cadastre as famílias. Ele quer, também, participar da construção dos imóveis.
Na verdade, os tucanos reivindicam o dinheiro porque a CDHU contingencia recursos para o superávit do Estado.
Para a secretária nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, as condições impostas por São Paulo para aderir ao Minha casa, Minha Vida não são consistentes. Segundo ela, o programa federal não prevê esse repasse de verba, reivindicado pelo governador José Serra, para que Estados e municípios façam a construção dos imóveis.
Nesse programa habitacional de 1 milhão de casas, a prioridade é construir do zero para gerar emprego. ''Os Estados podem continuar com seus programas (habitacionais) e ainda aderirem ao Minha Casa, Minha Vida, explica a secretária ao rebater outra justificativa do governo paulista: a de que através de sua empresa de habitação já se constrói residências em São Paulo.
''Já há R$ 1 bilhão de recursos do PAC disponível para a CDHU'', lembra ela, mostrando que a companhia habitacional paulista já é contemplada com recursos do governo federal.
Pelo programa federal, as construtoras privadas recebem os recursos para a construção das casas mediante projetos aprovados pela União. Os imóveis são financiados para famílias com renda de até três salários mínimos (R$ 1.395, atualmente), que pagarão prestações equivalentes a R$ 50,00 (hoje) por 10 anos.
Na interpretação do deputado estadual Simão Pedro (PT), coordenador da Frente Parlamentar de Habitação e Reforma Urbana paulista: ''a atitude do Estado é política, e não técnica. Serra evita a adesão por considerar que o programa dará visibilidade à candidatura (presidencial) de Dilma.''
Postado por O Velho Comunista às 15:30 0 comentários
Mais um palestino morre devido ao cerco
Postado por O Velho Comunista às 02:05 0 comentários
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Oligarquias rurais: a ideologia do atraso
É acompanhada das União Democrática Ruralista (UDR) e Sociedade Rural Brasileira (SRB), e formam o trio de ferro do atraso, pela recusa em aceitar os benefícios que as inclusões social e ambiental trariam ao País, se incorporadas à agropecuária. Como não podem dizer a que realmente vêm, argumentam que uma produção maior irá ampliar as dívidas e os excedentes provocados pela queda de consumo trazida pela crise. Notem que estão se referindo a uma colheita que ocorrerá no 1° semestre de 2010, futuro que bons analistas econômicos não arriscam prever.
É do conhecimento até do mundo mineral, para usar expressão do jornalista Mino Carta, que o impacto da crise sobre demanda, preços de alimentos e comércio internacional, faria a agropecuária ajustar-se a patamares inferiores aos recordes de 2008, longe ainda, no entanto, de caracterizar qualquer catástrofe. É necessário mais reflexão antes de estender à agricultura o pânico que se espalhou no final do ano passado.
Naquele momento, uma surpreendente e brutal escassez de crédito, tardiamente respondida pelo BC, contaminou toda a economia, em especial a indústria e a construção civil, que rodavam, há um bom tempo, acima da velocidade-cruzeiro da renda dos consumidores.
Projetar a mesma preocupação para o calendário agrícola futuro, depois de uma das mais bem sucedidas safras de nossa história, era apenas entrar no trupe da manada. A renda agrícola, que entre 2000 e 2007 teve média de R$ 127 bilhões, com dois picos próximos de R$ 145 bi, em 2008, chegou a R$ 161 bi. Pois bem, a mais recente estimativa do Ministério para 2009 é que ela atinja R$ 154 bi, 4,3% abaixo do recorde. Lembremos que, em janeiro deste ano, acompanhando a angústia existencial que se arrastava na tela da TV Globo com a minissérie sobre a cantora Maysa, o trio de ferro alertava para uma queda superior a 10% na renda da safra 2008/09.
Mesmo a safrinha de milho, que para os arautos do infortúnio poderia nem mesmo ser plantada, na estimativa da CONAB, deverá atingir 18 milhões de toneladas, uma queda de apenas 3,5% sobre 2008. Pelo lado das exportações agrícolas, o jornal China Daily informa que, depois da desaceleração do início do ano, as vendas brasileiras para aquele país cresceram 52,5% em março, fato que se repetiu com Índia e Irã.
Outro indicador de que o futuro da agropecuária não aparece tão ingrato é a contínua valorização dos preços das terras. Segundo o jornal Valor Econômico, citando levantamento da consultoria AgraFNP, ''o preço médio do hectare alcançou o recorde nominal de R$ 4.373''. Motivos: valorização das commodities no começo do ano, retomada do interesse de investidores internacionais e desvalorização do real que devolveu competitividade aos produtos de exportação.
Fica difícil, assim, entender qual a base que faz aconselhar plantios e usos menores de tecnologia na próxima safra. Os comandantes do trio de ferro cercam-se de profissionais competentes e são, em sua maioria, donos de terras e de empresas agropecuárias. Para terem sucesso, é provável que não sigam suas predições nos negócios próprios. Será que é justo usar as associações para subordinar o desenvolvimento do país e de milhares de produtores rurais a interesses políticos pessoais?
*Administrador de empresas, consultor da Biocampo Desenvolvimento Agrícola.
Fonte: Terra Magazine/Pátria Latina
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Desemprego pode causar convulsões sociais, diz deputado comunista português
“Posso acusar um pai ou uma mãe que se revolte e se indigne e tome atitudes porventura ilegais porque tem de dar de comer à família?”, questiona.
Ele fala de um “exército” de desempregados e explica por que teme repercussões sociais graves.
Para evitar males maiores e porque a tendência é de o desemprego aumentar, o deputado comunista aconselha o governo a seguir as recomendações do PCP e alterar o subsídio de desemprego no tempo de duração, no valor e nas condições de acesso.
Segundo ele, é preciso aumentar a dotação financeira para canalizar verbas para investimentos públicos — os que têm efeito imediato, as pequenas obras, com efeitos imediatos na economia e no emprego
Honório Novo diz que é preciso investir na recuperação patrimonial da habitação, nos centros históricos há milhares de casas por recuperar, construir habitação social é cada vez mais premente, a par das obras nas escolas e da construção de pequenas unidades de saúde e instalações para as forças de segurança
Segundo ele, o aumento do consumo das famílias, que contribui 65 por cento para o PIB, também é essencial para a manutenção de muitas pequenas e micro-empresas.
Para que isso aconteça, defende Honório Novo, é preciso aumentar os rendimentos.
As informações são da TVI
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quinta-feira, 23 de abril de 2009
Terrorismo: Evo anuncia investigação internacional
Os três terroristas — um irlandês, um romeno de origem húngara e um boliviano, com cidadanias húngara e croata — foram mortos na madrugada de quinta-feira durante investigações das autoridades bolivianas sobre um plano para assassinar o presidente.
Morales qualificou como “muito grave” que os governos da Croácia, Irlanda e Hungria peçam uma investigação internacional sobre o ocorrido, mas anunciou que esta será realizada para determinar as circunstâncias dos fatos.
“Autoridades e instituições de Croácia, Irlanda e Hungria não têm nenhuma autoridade para pedir (a investigação)”, afirmou o presidente, questionando a intenção dos governos desses países de defender os mercenários, declarando que a atitude poderia dar a entender que os países teriam mandado essas pessoas para atentar contra a democracia da Bolívia.
Sobre a investigação, Morales afirmou que “se é importante a presença da comunidade internacional, ela será bem-vinda”, porque “não manipulamos coisas ocultas, não somos especialistas para ações encobertas”.
Na última semana, em visita à Venezuela, onde participou de uma reunião da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), Morales denunciou que o grupo de mercenários estrangeiros pretendia atentar contra sua vida e contra o vice-presidente do país, Álvaro García Linera.
García Linera, por sua parte, declarou no último domingo que estas três pessoas faziam parte de “uma estrutura conspiratória e terrorista”, cujas atividades eram financiadas por “pessoas vinculadas a atividades empresariais” em Santa Cruz de la Sierra.
Arpad Magyarosi (romeno de origem húngara), Michael Martin Dwyer (irlandês) e Eduardo Rozsa Flores (boliviano, com cidadanias húngara e croata) foram mortos na última quinta-feira em uma operação da polícia boliviana.
Em outra ação policial, foram presos Mario Francisco Tadic Astorga (boliviano, com passaporte croata) e Elot Toazo (húngaro).
O mercenário irlandês Michael Dwyer viajou para ao país sul-americano com um grupo de 17 comparsas, informou o jornal The Irish Times.
Segundo a versão da família, ele chegou à Bolívia no final do ano passado para fazer um curso de três meses dado por uma empresa de segurança, sobre o qual não há mais informações.
No entanto, o jornal irlandês indica que o próprio Dwyer, de 24 anos, pagou de seu bolso a viagem e que não há evidências de que ele estivesse estudando.
A família tenta agora entra em contato com membros desse grupo de 17 comparsas dos quais ele perdeu contato após começar a trabalhar para uma companhia local, acrescentou o Irish Times.
Na Irlanda, Dwyer trabalhou para, pelo menos, duas firmas de segurança, após se formar pelo Instituto de Tecnologia Galway/Mayo, mas as duas negam que não o enviaram à Bolívia.
O mercenário também havia feito curso de guarda-costas, acrescenta o jornal irlandês.
O chanceler boliviano, David Choquehuanca, informou na segunda-feira que a embaixada da Bolívia no Peru recebeu da embaixada croata uma nota, na qual a Croácia expressa sua “preocupação” pela vida de Tadic Astorga.
Choquehuanca garantiu também que o governo “proporcionará todas as informações sobre o assunto” aos interessados.
Na última sexta-feira, a Organização dos Estados Americanos (OEA) considerou como “gravíssimos” os planos para assassinar Morales e condenou a ação do grupo terrorista.
Após uma reunião com Choquehuanca, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, declarou que “há evidências claras de que existiu um grupo que tentou (perpetrar) atentados terroristas na Bolívia contra o presidente e o vice-presidente e outras pessoas do governo e provavelmente outras ações com o fim da desestabilização do governo constitucional da Bolívia”.
A Câmara dos Deputados da Bolívia também abriu uma comissão de investigação sobre o grupo terrorista.
A comissão será formada por cinco deputados do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS), além de outros três de cada uma das legendas de oposição com deputados: Poder Democrático e Social (Podemos), Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR) e União Nacional (UN).
A comissão parlamentar também investigará os ataques com dinamite contra as casas do cardeal Julio Terrazas, na semana passada, e do vice-ministro de Autonomias, Saúl Ávalos, há quase um mês, que a polícia atribui a esta mesma quadrilha.
O presidente Evo Morales disse que eles planejavam matá-lo dentro de um plano para “tomar o poder pela via violenta” ou “dividir alguma região”.
O vice-ministro de Coordenação com os Movimentos Sociais, Sacha Llorenti, disse que a segurança pessoal de Morales foi reforçada.
“O governo vai tomar todas as medidas para preservar a segurança do presidente Morales, porque há gente interessada em frear este processo”, informou.
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Marcadores: Bolívia, fascismo, terrorismo
quarta-feira, 22 de abril de 2009
'Pobres no Rio vivem dias de horror’
Estamos na porta de entrada de tempos (ainda mais) difíceis no país. Com crise, desemprego e muita violência nas grandes cidades, os políticos, sem romper seus pactos, precisam apresentar soluções para combater tal quadro. Dessa forma, é produzida uma série de medidas que mais combatem os pobres do que a pobreza. Pintam as paredes, mas não mexem na estrutura interna do ‘prédio’.
Por conta disso, o Rio de Janeiro vem sendo palco de seguidas políticas de limpeza e segregação social, como mostram os choques de ordem e agora o levantamento de muros no entorno de favelas, levados a cabo por prefeitura e governo do estado, respectivamente.
Para a socióloga Vera Malaguti, do Instituto de Criminologia Carioca, o que vemos é a expressão de um fascismo estatal mancomunado com grandes interesses econômicos. O governo pretende levantar 11 mil metros de muros, com 3m de altura, começando pela zona sul, cuja expansão de favelas não chegou à metade do aferido na zona oeste, de 11,5% - dados do Instituto Pereira Passos.
Malaguti aponta que os pobres no Rio de Janeiro são vítimas de crescente truculência oficial e vistos como ‘lixo humano’ que precisa ser removido da cidade, uma vez que a presença dessa parcela da população é prejudicial aos grandes negócios e à especulação imobiliária.
Correio da Cidadania: Como você vê a idéia do governo local de construir muros no entorno de favelas, sob a alegação de preservar algumas áreas verdes da cidade?
Vera Malaguti: É um absurdo e vem junto do circo de horrores do qual vem sendo palco o Rio de Janeiro, através de extermínios da polícia (a que mais mata no mundo), das remoções dos pobres, demolição de casas em áreas populares ilegais...
Enfim, é todo um festival de truculência, em articulação da prefeitura com o governo do estado, completamente ligados aos grandes negócios privados, como os esportivos, e impondo um cerco fascista sobre os pobres. E, além do muro, que é uma vergonha, as remoções voltaram à pauta.
Todo o processo é capitaneado pelas Organizações Globo, com campanha diária no RJTV, no jornal O Globo, sempre focalizando a pobreza como detrito, como algo que conspurca o ambiente. E tudo em nome dos grandes negócios privados, uma vergonha.
O Rio de Janeiro talvez esteja passando pelo seu pior momento desde Lacerda. Parece uma volta com força total da UDN, terrível.
CC: O que pensa do fato de as favelas escolhidas para receberem os primeiros muros se localizarem em bairros mais nobres ou de classe média, mesmo com a expansão recente de tais favelas estando abaixo de índices considerados preocupantes, inclusive em comparação com outras?
VM: Aí fica clara a parceria do governo com a especulação imobiliária, afinal, são áreas nobres, e ter os pobres ali não lhes interessa.
É tão chocante, tão óbvia, essa mistura de truculência fascista com Parcerias Público-Privadas sinistras! Estou sendo enfática, mas é que chegamos num ponto... Ontem mesmo houve o assassinato pela polícia de um menino da Maré, a população tentava protestar e era reprimida da pior forma possível pela mesma polícia. E tudo sempre sob a desculpa do tráfico.
Acho que o fim do brizolismo no Rio foi muito ruim. Para exemplificar, uma das coisas que O Globo fez para comemorar os 45 anos do golpe militar foram acusações levianas sobre o Brizola, ao mesmo tempo em que o associava ao crescimento das favelas. O vazio criado por sua morte, junto ao estraçalhamento das forças de esquerda, deixou o fascismo ocupar a cidade.
CC: Ao se juntar tal ação com a também recente medida dos choques de ordem, vemos que as políticas de higienização nas grandes cidades têm sido levadas ao paroxismo, não?
VM: Exatamente. O velho projeto fascista, com essa maneira de olhar os pobres como lixo humano na cidade, se consolidou, sendo orquestrada também pela grande imprensa tal proposta de apartheid.
Os pobres no Rio de Janeiro vivem dias de horror. Acho que as forças de esquerda, libertárias, precisam se organizar contra isso. Tudo começou pela questão criminal, o que é um problema, pois até a esquerda embarca no discurso de luta contra o tráfico, sempre localizada nas favelas.
Daí para choques de ordem, remoções, muros, é um passo. É um projeto higienista reciclado, em nome da ordem na cidade, dos grandes negócios de Copa, Olimpíadas, dos grandes capitais que circulam no Rio. Tais negócios são uma obsessão para o governo e a prefeitura, que sempre estão em viagem buscando grandes investimentos.
Enquanto isso, pau nos pobres aqui. É um projeto sinistro.
CC: Essas medidas não podem potencializar o ódio entre classes, na medida em que reforçam uma idéia segregacionista?
VM: Claro, isso não vai dar certo. Durante um tempo, algumas forças progressistas do Rio aceitaram a pauta criminal da direita, e assim o fascismo encontrou sua brecha, sendo que acaba se alastrando para a questão habitacional, ambiental, onde muitas vezes se refugia, como neste caso dos muros, aliás.
Uma vereadora do PT foi uma das que mais defenderam os muros, sempre fala em remoções nas favelas da zona sul, como a dos Tabajaras, uma vez que as áreas verdes na cidade se concentram mais na zona sul e posto 9.
Tais equívocos abrem o caminho para o fascismo mais explícito, que vemos nessa mistura de truculência contra os pobres e grandes negócios (com ilegalidades) particulares.
CC: Você acredita que o levantamento dos muros vai impactar de alguma maneira, ainda que a curto prazo, nos índices de criminalidade?
VM: Acho que vai emparedar os pobres e produzir outros efeitos, intra e extramuros. É mais uma grande violência, portanto, entrará nesse moinho gerador de ódios.
Espero que isso possa ser barrado, apesar de todo o esforço da grande imprensa. Fazem pesquisas dizendo que os favelados são favoráveis à remoção, pesquisas para legitimar tais ações... Não deve faltar sociólogo para fazer esse tipo de trabalho e dizer que os pobres estão doidos para serem emparedados e removidos da cidade.
No Rio de Janeiro, neste momento, essas forças, que envolvem institutos de opinião, empresas de publicidade, grande imprensa, setor imobiliário, estão totalmente articuladas na varredura da pobreza da cidade. E da pobreza rebelde, que é uma marca do Rio de Janeiro há muito tempo, pois foi uma cidade quilombola, depois janguista, brizolista...
Estamos diante de um conjunto de interesses escusos, mais uma ‘blitzkrieg’.
CC: Diante do quadro atual, quais medidas seriam efetivas a seu ver, tanto a curto como a longo prazos?
VM: O inverso disso tudo, uma outra maneira de olhar a cidade. Construir políticas habitacionais democráticas, projetos em que as classes populares sejam protagonistas.
Não bastam bons projetos para os pobres, é preciso que esses setores estejam no centro, que a juventude, ao invés de ser criminalizada, seja participante central dos projetos que a libertem dessa concepção de muros, cadeias, extermínio. Temos de produzir outro projeto brasileiro, que não contenha essas conjugações.
É complicado resolver a violência, ninguém tem a solução. Mas uma cidade democrática é gerida de outra forma, e assim produz soluções também democráticas e libertadoras, capazes de permitir que todos usufruam a cidade, apesar das diferenças.
Em suma, é o oposto de tudo isso.
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Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania; Gabriel Brito é jornalista.
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Marcadores: Brasil, Direitos Humanos, distribuição de renda
Greve geral no Chile
Greve geral no Chile
Milhares de chilenos aderiram à greve geral convocada pela principal central sindical do país. Os trabalhadores rejeitam pagar a crise capitalista, reclamam o aumento do salário mínimo e exigem o fim da lei que afasta os seus representantes dos cargos de eleição popular.
Postado por O Velho Comunista às 22:17 0 comentários
Marcadores: América Latina, Chile, Crise Econômica, trabalhadores
A evidência
Postado por O Velho Comunista às 00:45 0 comentários
Marcadores: Brasil, MST, questão agrária, trabalhadores
terça-feira, 21 de abril de 2009
Rede Globo e Daniel Dantas: um caso de polícia
Postado por O Velho Comunista às 17:39 0 comentários
Marcadores: Brasil, mídia, MST, prepotência, questão agrária, Rede Globo, trabalhadores