Além do Cidadão Kane

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Brasil pede à Colombia que esclareça o alcance de seu acordo militar com os EE.UU.

Tradução Rosalvo Maciel
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O chanceler brasileiro, Celso Amorim, solicitou nesta quarta-feira à Colômbia que seja mais transparente no que diz respeito ao acordo militar com os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que chamou ao diálogo colombianos e venezuelanos, logo que Caracas rompera as relações.

"Creio pessoalmente que se há uma preocupação com relação a um novo acordo militar, por exemplo, da Colômbia (com os Estados Unidos), seria bom que a Colômbia transparentemente diga o que é, para que as pessoas ouçam, vejam, e possa haver uma discussão" a respeito, manifestou Amorim.

O chanceler disse que com "esse objetivo é que foi criado o Conselho de Defesa Sul-americano da União Sul-americana de Nações (Unasur) que integram os países da região".

Amorim, disse que seu país está disposto a trabalhar para "recompor" a confiança entre Venezuela e Colômbia, cujas relações voltaram a sofrer fortes tensões nos últimos dias.

Indicou que o Brasil seguirá trabalhando pela amizade e reconciliação entre os dois países sul-americanos.

Amorim não precisou qual poderia ser o papel do Brasil nesta crise entre Venezuela e Colômbia, mas assegurou que se tentará "recompor" a confiança entre ambos os países.

O governo colombiano anunciou que permitiria que os Estados Unidos utilizassem três de suas bases, algo que a Venezuela considerou uma ameaça.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou esta semana que decidiu "congelar" as relações com a Colômbia e retirar o pessoal diplomático desse país, depois de que Bogotá denunciou um suposto desvio de armas venezuelanas para a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), algo negado peremptoriamente por Caracas e do que Bogotá não apresentou nem uma só prova, somente fotos de arquivo e gráficos.

Marco Aurélio García, assessor internacional da presidência brasileira, anunciou também que viajará nesta sexta-feira a Caracas, onde abordará o tema com o presidente Chávez, "e se for o caso irá a Colômbia", agregou.
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Original em Tribuna Popular

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Colombianos repudiam acordo de Uribe para receber bases dos EUA

A submissão do governo de Álvaro Uribe ao plano dos EUA de instalar seus militares em cinco bases no território colombiano mobiliza a diversos setores do país, líderes de diferentes partidos rechaçaram a medida, e a classificaram como um ato “vergonhoso” e ressaltaram a “perca da soberania” do país.

“A Colômbia perderá sua soberania e se converterá em uma base de operações, uma espécie de porta-aviões, contra os países vizinhos”, afirmou o senador do Partido Liberal, Rafael Pardo, ex-ministro da Defesa colombiano, sobre a pretensão do governo de Álvaro Uribe de concretizar um novo acordo militar com os EUA que prevê a instalação de cinco novas bases norte-americanas no país.

O líder do Pólo Democrático colombiano, que reúne partidos progressistas do país, Carlos Gaviria ressaltou que “é vergonhoso como se chegou ao acordo, que deve ser objeto de um debate político. Estamos sendo convertidos em um país súdito dos Estados Unidos”.

PREOCUPAÇÃO REGIONAL

Países vizinhos à Colômbia também rechaçaram o novo acordo. O vice-presidente da Venezuela, Ramón Carrizales, denunciou que o governo de Álvaro Uribe acusa o governo venezuelano de entregar armas para as Farc com a intenção de “justificar a expansão da presença norte-americana no país”.

“A Colômbia quer justificar o injustificável”, afirmou Carrizales, se referindo a “grande quantidade de militares dos EUA que entrarão” no país com a instalação das bases.

O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou, após encontro com a embaixadora da Colômbia em Caracas, Maria Luisa Chiappe, que “as relações que vinham se consolidando com a Colômbia, sobre a base da solidariedade e o respeito, recebeu uma bofetada por parte do governo colombiano, ao anunciar a abertura de várias bases militares dos Estados Unidos nessa nação”.

O ministro venezuelano destacou que com o acordo pretendido entre Colômbia e EUA “se abre a porta a uma ameaça não só contra a Venezuela, mas sim contra a região”.

Maduro destacou que “estão a ponto de chegar a um acordo que rompe com as regras de jogo, e cria uma nova situação, um novo marco, que joga fora todos os avanços que vinham ocorrendo”.

O chanceler informou que o governo venezuelano transmitiu as suas preocupações à Colômbia. “Tivemos conversações com a embaixadora da Colômbia em nosso país e lhe transmitimos, em nome do presidente Hugo Chávez, as preocupações e a visão que temos do novo estado em que entram as relações entre nossos países”, acrescentou Maduro.

O ministro ressaltou que a revisão integral das relações conduzirá a “anúncios de medidas específicas”, a fim de garantir a paz, a estabilidade e a tranquilidade dos venezuelanos.
Original em Hora do Povo

Alemães trabalham doentes com receio de perder o emprego durante a licença médica

A Confederação Alemã de Sindicatos chamou a atenção no dia 14 de julho para um grave problema que tem crescido muito com a crise nos últimos meses: o uso de drogas por trabalhadores para aguentarem mais o trabalho. “É cada vez maior o número de trabalhadores que se enchem de remédios para melhorar seu desempenho e assim fazer frente ao stress, o que traz consequências fatais para a saúde”, afirmou Annelie Buntenbach, membro da executiva da entidade sindical em declaração ao jornal “Ruhr Nachrichten”.

Ela destaca também que a decisão de muitos trabalhadores de ocultar ou dissimular suas doenças para não pedirem licença de saúde tem consequências negativas para as próprias empresas e para a seguridade social. “A solução para a crise não pode ser mais trabalho ou mais pressão no trabalho”, afirmou a sindicalista. “Isso pode comprometer a qualidade dos serviços que a empresa presta, sua credibilidade, e, no fim das contas causar prejuízos. O medo de perder o emprego faz com que muitos trabalhadores permaneçam, mesmo doentes, em seus postos de trabalho”, completou.

Dados oficiais apontam que na Alemanha o medo do desemprego tem feito cair o número de pedidos de licença de saúde. Há alguns anos em média, 5,07% dos trabalhadores pediam a licença durante o ano. Atualmente esse número caiu para 3,24%. Uma redução de 36% nos pedidos da licença. Os serviços de saúde na Alemanha atestam uma clara tendência ao crescimento do número de trabalhadores que durante esse ano preferirão trabalhar doentes e usar drogas a fazer uso do direito à licença de saúde, tão grande é o medo de perderem seus empregos no país que tem a maior economia da Europa e hegemoniza o continente. R.C.
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Original em Hora do Povo

O germe de Auschwitz permanece latente

Inés Miriam Alemán

APÓS o processo de Nüremberg, onde foram julgados os principais culpados de crimes de lesa-humanidade e contra a paz, parecia que o mundo assistia o ocaso de uma etapa histórica, o fim da barbárie e o início de uma nova era, baseada numa ordem internacional que não permitiria repetir os fatos vividos durante a Segunda Guerra Mundial.

Diante da atrocidade nazista, foi adotada a Declaração dos Direitos Universais do Homem, que todos os governos têm a obrigação de cumprir, quer seja em tempo de paz, quer em tempo de guerra.

Era uma definição muito clara do que constituem crimes contra a paz (aqueles que violam os acordos internacionais ou favorecem o ataque sem justificação contra outra nação), contra a humanidade (planejamento, execução ou participação em extermínios e genocídios) e crimes de guerra (descumprimento das leis ou convênios internacionais sobre a guerra).

Depois, um grande número de instrumentos legais internacionais codificaram cada vez mais os delitos contra os direitos humanos. O genocídio e a tortura são punidos conforme estes mecanismos. Os mais conhecidos são a Convenção de Genebra e, mais recentemente, a Convenção contra a Tortura, que obrigam, inclusive, os membros da ONU a agirem diante dos fatos que transgridam o acertado nestes tratados.

Contudo, numerosos testemunhos desde 2001 sobre a prática da tortura por parte dos EUA evidenciam premeditação na manipulação das leis internas e internacionais.

Com os mesmos métodos que utilizam para se intrometerem nos assuntos internos de outros países, alegam a "necessidade" de torturar para tirar informação, que poderia impedir um ataque a seu país ou o imperativo de um "interrogatório" pelos supostos vínculos com Al-Qaeda, ou se atribui o "direito" de realizar ou ordenar execuções extrajudiciais contra toda pessoa que afete seus interesses imperiais.

A tortura é um dos muitos crimes que escurecem a história dos Estados Unidos.

A MÍDIA DOS EUA DEFENDEU A TORTURA

Depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, essa mídia que hoje simula estar apavorada, suplicou para que se permitisse a tortura legal a prisioneiros pretensamente terroristas, de fato, aprovaram as que posteriormente se cometeram.

Em 5 de novembro desse mesmo ano, numa edição da Newsweek, o editor Jonathan Alter escreveu um artigo intitulado: É hora de considerar a tortura, onde expressava: "Não podemos legitimá-la porque é contrária aos valores do nosso país, mas... devemos manter uma perspectiva aberta acerca de certas práticas... devemos considerar o translado de alguns suspeitos para os países aliados, onde a tortura não afete tanto".

Nesse mesmo dia, o The New York Time publicou Na mídia, a tortura em debate, que oferecia uma longa relação de trabalhos a favor da tortura, propagados pelos meios de comunicação, entre os que se encontravam as televisoras CNN e Fox, e jornais como o Wall Street Journal, e outros.

O horror que agora mostram os meios de comunicação estadunidenses e os funcionários do governo diante de revelações sobre maus-tratos das forças dos EUA no Iraque contrasta com o lançamento de bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, chacina que ainda abala o mundo, com os atos brutais praticados no Vietnã e com o desenvolvimento de novos métodos de torturas.

A aprovação da tortura pela administração Bush não tem precedentes.

Exigiu, sem vergonha, o direito de torturar, legitimado por novas definições e leis.

Diante das mais recentes revelações de torturas praticadas pelos EUA não houve comoção e incredulidade, mas sim medos ressuscitados.

A lembrança daquele passado horrendo e as realidades atuais, dos cárceres estabelecidos pela CIA, onde são cruelmente martirizadas as pessoas, a maior parte delas, inocentes, leva a profundas reflexões. A amnésia histórica é um fenômeno muito perigoso.

"OLHAR PARA O FUTURO"

O presidente dos EUA, Barack Obama, quer abordar os abusos cometidos pelo seu antecessor. Disse que esta técnica deu "quase em nada" e que desprestigiou o país perante a comunidade internacional. No entanto, justificou a decisão de não divulgar centenas de novas fotografias que mostram as práticas aberrantes, porque colocariam em "perigo as tropas estadunidenses" que se encontram no exterior. Além disso, expressou que o governo anterior tomou uma série de decisões "com muita pressa", baseadas no "desejo sincero" de proteger o povo estadunidense.

À medida que se intensifica o debate surgem duas opiniões. Uma afirma que, apesar de se ter autorizado a tortura e de ir contra os princípios e valores do país, é necessário deixar atrás esta "irregularidade" e olhar para o futuro, e argumenta que iniciar um processo contra o ex-presidente, George Bush; contra o ex-vice-presidente, Richard Cheney, ou contra o ex-secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, seria vergonhoso, custoso e desgastante, e ao mesmo tempo, dividiria a nação.

A outra enfatiza que as leis existem para serem cumpridas, que todos devem ser processados por violarem a legislação norte-americana e os acordos internacionais assinados por Washington.
Os que são a favor da primeira opinião, logicamente, padecem de "arrogância democrática e imperial", pois acham que por se tratar dos EUA, não é necessário fazer justiça e que mudar de governo é suficiente para perdoar os crimes cometidos.

Se o nome de Auschwitz provocava o pânico entre os povoadores dos países ocupados pelas tropas de Hitler, porque ali se praticava os mais cruéis métodos de extermínio, sem levar em conta a nacionalidade, militância política, religião, origem, sexo, idade, onde mais de 4 milhões de pessoas morreram, a humanidade também deve abalar-se com a Escola das Américas, cruel instituição "educativa", que ensina a torturar e a perpetrar golpes militares concebidos em Washington.

A terrível ironia do debate atual é que, sob o pretexto de erradicar futuros maus-tratos, pretendem apagar da história os maus-tratos passados.

A evidência continua, logicamente, arquivada nas dezenas de milhares de documentos revelados ou sem revelar no arquivo da Segurança Nacional de Washington, mas na memória coletiva, os desaparecidos voltam a desaparecer uma e outra vez.

Este esquecimento faz mal não só às vítimas desses crimes, mas também à causa de afastar para sempre a tortura do arsenal político dos EUA.

Fechar uma prisão, acabar com um programa, inclusive pedir a demissão de alguma "maçã podre", preservará apenas a prerrogativa de torturar.
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Os assassinatos no muro da vergonha na fronteira com o México, o silêncio cúmplice diante do assassinato de crianças, mulheres e idosos em Gaza por parte de Israel, o bloqueio a Cuba, a proteção a terroristas como Posada Carriles, a política que impede que os que torturam, assassinam e cometem grandes violações sejam julgados ou sancionados, são elementos contundentes que evidenciam que o império é o pior exemplo em matéria de direitos humanos.
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O germe de Auschwitz permanece latente.
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Original em Granma

Genocídio em Honduras, assegura defensor dos direitos humanos

María Julia Mayoral González

"As Forças Armadas e a Polícia hondurenhas praticam o genocídio em massa", assinalou um defensor dos direitos humanos no país, ao completar-se um mês do golpe militar em 28 de julho.

O presidente da Comissão dos Direitos Humanos em Honduras, Andrés Pavón, informou à imprensa que, diante dessa realidade, impetraram um recurso de amparo contra o toque de recolher, no Supremo Tribunal de Justiça.

"Viemos para apresentar atos à Corte para que o Estado de Honduras depois não diga que ignorava a prática do genocídio em massa executada pelas Forças Armadas e pela Polícia", afirmou o advogado.

"Mediante o toque de recolher, o regime de fato viola mais de 22 artigos da Constituição, como os direitos à alimentação e à livre circulação", salientou o especialista em Direito.

O recurso impetrado na Sala Constitucional do Supremo Tribunal pretende alertar sobre o "holocausto que se vem criando no povo fronteiriço de El Paraíso", assinalou o jurista.

Nessa localidade, a 10 quilômetros da fronteira com a Nicarágua, desde a quinta-feira passada, permanecem inúmeros cidadãos, que tentam unir-se ao presidente Manuel Zelaya, pondo em risco suas vidas pela repressão militar, pela falta de água e alimentos.

Um jovem pedreiro de 23 anos, Pedro Magdiel Muñoz Salvador, foi ali assassinado e seu corpo, com visíveis sinais de torturas, achado a uns 100 metros do destacamento policial de El Paraíso, localidade aonde tinha chegado procedente de Tegucigalpa para respaldar o retorno do presidente constitucional, após o golpe de Estado de 28 de junho passado.
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O governo de fato, chefiado por Roberto Micheletti, impôs nas zonas limítrofes com a Nicarágua um toque de recolher permanente desde o meio-dia da sexta-feira à data, pelo qual muitos simpatizantes de Zelaya ficaram presos, em situação humanitária cada vez pior, denunciou Pavón.
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Original em Granma

Charge
Maringoni
Carta Maior

quarta-feira, 29 de julho de 2009

FARC qualificam de ''traição à pátria'' a entrega de bases militares aos EE.UU

Traduzido por Rosalvo Maciel


As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) condenaram a instalação de bases militares estadunidenses na nação e qualificaram tal ação como uma "traição à pátria", em um comunicado escrito em 25 de julho e difundido nesta quarta-feira.

Através do documento, a guerrilha colombiana denuncia que o presidente desse país, Álvaro Uribe, "permitiu ao terrorismo transnacional dos Estados Unidos, em repudiável ato de traição à pátria, instalar no país suas bases de agressão que se dirigem não só contra o povo, mas também contra os governos progressistas do continente".

Além disso, afirma que "Uribe foi eleito presidente com o dinheiro e a intimidação das armas dos terroristas paramilitares e narcotraficantes. É o autor da atual hecatombe humanitaria da Colombia".

O comunicado integral das FARC:

Uribe, o terrorista

A histeria do presidente Uribe de há alguns dias ante a ordem de captura contra o ex-ministro Juan Manuel Santos, emitida pelo juiz de Sucumbíos, tem a ver com o espanto de olhar-se em seu próprio espelho futuro. De imediato saiu a dizer que esse era um ataque contra o país. Desde quando o ministro dos "falsos positivos" e do terrorismo de estado se converteu na encarnação da Colômbia? Não senhores. Santos deve responder pelo homicídio de Franklin Aisalia. O cidadão equatoriano foi capturado vivo em seu próprio país e trazido para a Colômbia depois de ser assassinado a golpes com objeto contundente, como o determinou a perícia da Promotoria da nação irmã.
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A imagem que projeta Uribe é a de um louco acusando a todo o mundo de terrorista: tanto a pessoas como a governos; mas o verdadeiro terrorista é ele. Uribe foi eleito presidente com o dinheiro e a intimidação das armas dos terroristas paramilitares e narcotraficantes. É o autor da atual hecatombe humanitaria da Colombia. Hoje permite ao terrorismo transnacional dos Estados Unidos, em repudiável ato de traição à pátria, instalar no país suas bases de agressão que se dirigem não só contra o povo, mas também contra os governos progressistas do continente.

Quando viajou ao Canadá o fez com uma lista repleta de terroristas imaginários pedindo sua extradição. Eram os familiares de Raúl Reyes que forçosamente tiveram que se asilar naquele país ante a irracional perseguição do tirano. Seus olhos, o topete despenteado, o estrídulo de sua voz são características de um homem psiquicamente perturbado. O macaco sabe em que galho sobe e por essa razão não lhe ocorrerá jamais bombardear o Canadá, como fez com o Equador.

Vale a pena que se avalie a saúde mental deste Presidente, o qual acredita ser o próprio McCarthy, em pessoa, advogando além das fronteiras pela criminalização do pensamento. Com a anuência do governo de Calderón tirou do México o professor universitário Miguel Ángel Beltrán acusando-o de ser integrante das FARC, quando não o é e nunca o foi. Agora pede através de um juiz a extradição da estudante mexicana Lucía Morett sob o mesmo argumento, quando o que deve é responder por sua infame agressão contra ela, por lesões pessoais, e pelo covarde assassinato de quatro estudantes mexicanos.

A Uribe o esperam os tribunais. Há sete relatores das Nações Unidas na Colômbia investigando os "falsos positivos" ou crimes do Estado, o deslocamento forçado, as detenções massivas, sua ingerência no poder judicial e sua obstrução à justiça. Anda desesperado buscando impunidade. Muitos de seus seguidores já estão dando um passo para trás. Por isso é compreensível que se jogue à morte por seu lugar tenente Santos.

Comissão Internacional das FARC-EP

Montanhas da Colômbia, 25 de julho de 2009

Original em teleSUR

Entrevista a Adolfo Pérez Esquivel, premio Nobel da Paz em 1980

"Estados Unidos é um espinho cravado na América Latina"
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Traduzido por Rosalvo Maciel
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Adolfo Pérez Esquivel (Buenos Aires, 1931) chega à entrevista com sandálias e o cabelo revolto. O premio Nobel da Paz em 1980 tem a voz doce e parece como se, para ele, o tempo no tivesse importância e pudesse passar-se toda uma vida falando de luta, de mudanças e de esperanças.

Você tem dito que o golpe de Estado em Honduras não se haveria podido produzir sem o consentimento dos estadunidenses. Não confía no Governo de Barack Obama?


Creio que Obama é um homem com boas intenções, mas uma coisa é chegar ao Governo e outra coisa é chegar ao poder. Creio que Obama foi o primeiro surpreendido com o golpe de Estado em Honduras. Mas se Obama não tem possibilidades de mudança reais sobre a herança de Bush será um Governo péssimo. Uma coisa é o discurso e outra coisa é a realidade. Obama quis fechar a prisão de Guantánamo e não pode; quis fechar a de Abu Ghraib e não pode. Obama governa, mas não muda as estruturas do poder. Há que ajudar-lo.

Os outros governos têm que ajudá-lo?

Há que ajudá-lo a poder construir uma democracia real nos Estados Unidos.

Mas os americanos crêem que vivem em uma democracia real

Não a tem porque o governo real não está nos governos mas nas empresas multinacionais, que são as que definem as políticas dos governos.

Há quem diga que o pior que ocorre ao México é estar tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos. Isto vale para toda a América Latina?

Eu creio que os Estados Unidos são um espinho cravado na América Latina. Historicamente, os Estados Unidos têm considerado a América Latina como seu pátio dos fundos, como seu território e não permitem que ninguém se meta ali. E isso é perigoso. Há tres grandes eixos que os Estados Unidos estabeleceram para a América Latina: o Plano Puebla Panamá, o Plano Colômbia e a tríplice fronteira, as bases militares norte-americanas que estão no Paraguai e nas fronteiras do Brasil e Argentina. As bases no Paraguai estão a 200 quilômetros da fronteira com a Bolívia e isto está gerando uma situação preocupante, e mais com os governos emergentes que querem ter voz própria.

Na Europa muitas vezes se tacha a Hugo Chávez ou a Evo Morales de líderes populistas e pouco sérios.

A Europa é seria? A Europa é muito euro centrista. Se Chávez não tivesse feito nada, (Europa) haveria de estar de acordo com Chávez. Se a Bolívia não tivesse começado a reverter sua situação, ninguém falaria da Bolívia, como ninguém fala do Paraguai nem da dominação que sofre. Tampouco ninguém fala das grandes transnacionais ou da dominação européia.

Mas são governos muito personalistas e pode que às vezes a Europa não entenda sua maneira de atuar.

A Venezuela tinha entre 70% e 80% da população analfabeta e uma grande concentração do poder econômico e cultural estava nas mãos de uns poucos. Faz dois anos, a UNESCO declarou a Venezuela livre do analfabetismo. O mesmo está ocorrendo na Bolívia. Na Argentina, no entanto, hoje temos muitíssimos analfabetos, pobreza. Quando um Governo começa a olhar para os setores mais necessitados há reações.

Mas, por que tudo gira em torno da figura de um único líder?

Que fez Chávez? É um homem com uma visão intercontinental e, por isso, está tratando de articular vários países. Por exemplo com o Banco del Sur ou TeleSUR. Agora começamos a ter una voz própria. A dominação não começa com o econômico, começa com o cultural, e isso é o que lhes incomoda em Hugo Chávez.

E de Evo Morales?

Evo Morales e eu nos conhecemos desde há mais de 30 anos. É um homem que começou a pensar em seu povo e isso choca aos que controlavam os grandes interesses e tinham o petróleo, o gás, a energia, os recursos naturais. Na Argentina, por exemplo, há uma democracia aparente. A Argentina não é um país soberano, privatizamos tudo exceto três coisas: o cachorro, o gato e o papagaio. O petróleo onde está? Repsol, que está fazendo desastres, o leva todo e não deixa nada. Levam o ouro, a prata, o cobre, os minerais estratégicos, não fica nada no país. A isso chamamos democracia? Até onde vai a América Latina com tantas bases norte-americanas, com tanta pobreza, com tanta marginalidade? Mas a Europa se da ao luxo de criticar a Chávez, a Morales, a Correa e a todos aqueles que não mantêm o modelo que a Europa quer.

Você disse que deve propor-se um novo contrato social.

Este sistema capitalista está desmoronando, ainda que tampouco queiramos o que está surgindo com a China. Cuidado! Até onde vamos? Necessitamos um novo contrato para nós mesmos, ainda que talvez não o vejamos.

Não é isto uma utopia?

Em um livro meu digo que se a utopia não existe temos que ter a capacidade de inventá-la. É a resistência dos povos.

Não está cansado, não se lhe esgota a capacidade de lutar? Verdadeiramente crê que as coisas mudam?

Mudam-se coisas; nunca as coisas são estáticas. Levo 40 anos de luta e vou vendo avanços. E alguns destes avanços os vemos hoje em dia na América Latina.
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Original em Publico.es

segunda-feira, 27 de julho de 2009

PCV e PCC: “Se prepara cenário de guerra na Região”

Traduzido por Rosalvo Maciel
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A senadora do Pólo Democrático Alternativo e do Partido Comunista Colombiano (PCC), Gloria Inés Ramírez, denunciou hoje que a instalação das Bases Militares norte-americanas na Colômbia obedece à preparação de um cenário de guerra para a região, para apropriar-se de nossas riquezas naturais e assegurar a reeleição de Álvaro Uribe Vélez.

Em entrevista, junto aos membros do Birô Político do Partido Comunista da Venezuela (PCV), lamentou a decisão do governo de Uribe de permitir a instalação de três (3) Bases militares em território colombiano, que na prática são oito (8), assinalando que é inconstitucional e viola a soberania do povo colombiano.

A visita da senadora Ramírez se dá no início da IV Reunião do Conselho do Grupo Parlamentar Interamericano sobre População e Desenvolvimento, que se realiza em Caracas, o qual está marcado por dois acontecimentos que afetam a paz da região: A derrubada do Presidente José Manuel Zelaya, através do Golpe de Estado em Honduras “Estamos trabalhando para que, não só se reintegre, como também se lhe dê plenas garantias para que o Presidente Zelaya possa voltar a seguir convocando ao povo hondurenho para que siga seu processo democrático”, indicou.

E sustentou que “Há outro fato que ligou os alarmes na região, que tem a ver com a decisão do governo colombiano, liderado por Álvaro Uribe Vélez, de restabelecer um convenio com o governo dos Estados Unidos, para que lhe permita operar das 3 bases colombianas as tropas que estavam operando na Base Militar de Manta (Equador)”, explicou.

Este acordo, a pedido do embaixador dos Estados Unidos William Brownfield, “se converteram em 8 bases militares”.

A senadora Ramírez foi enfática ao assinalar que “Estes são fatos que hoje nos põe a todos em um risco muito grande para a estabilidade e a convivência pacífica da região, porque todos sabemos que os Estados Unidos não fazem cooperação, não defendem os interesses dos povos”.

Recordou que a historia da América Latina está cheia de intervenção norte-americana para manter no alto os interesses do país do norte, a consolidação dos grupos econômicos e o roubo de nossas riquezas naturais, ainda mais hoje em meio à grave crise do capitalismo.

Por isso, a senadora colombiana, membro do Comitê Central do PCC, denuncia “que há um ambiente que se está construindo para a guerra”, sem descartar que a grave crise do capitalismo, que historicamente se tem resolvido através da guerra, nos leve ao continente o perigo de que a guerra se desenvolva em nossa região em futuro próximo.

Gloria Inés Ramírez informou que amanhã começa um debate no Senado da República da Colômbia, no qual ela será a porta-voz das posições progressista, expressando que esse acordo é inconstitucional, porque para permitir o trânsito de forças militares estrangeira deve ter a aprovação do Senado e do Conselho de Estado.

Outros dos aspectos que se discutirá no senado é a perda da soberania do país, ”Lamentamos profundamente a perda da soberania nacional, lamentamos que nosso governo se haja posto ajoelhado novamente frente aos Estados Unidos e seja tão arrogante e prepotente frente a governos como o do Equador”.

A senadora fez chamado aos povos e instituições democráticas da América Latina para lutar para que “paremos a guerra”, indicando que não podemos matar-nos entre nós mesmos, colombianos, equatorianos, venezuelanos, “A quem serviria isso, só às máquinas de guerra que são lideradas pelos Estados Unidos”, enfatizou.

“Vem por nossos recursos naturais, vem pela Amazônia”, por isso fiz um chamado aos colombianos, aos venezuelanos, os equatorianos e todos os povos de nossa América “para irmanar-nos, trabalhar em harmonia, respeitando a soberania de cada país” e enfrentar a batalha pela paz, dos povos e das instituições
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Original em Tribuna Popular

domingo, 26 de julho de 2009

Golpe ao Golpe

Traduzido por Rosalvo Maciel

Em um contundente apoio a Zelaya, o Mercosur adiantou que não reconhecerá as eleições convocadas pelos golpistas. O documento que subscreveram os presidentes reunidos na Conferencia de Assunção expressou seu repudio a qualquer medida unilateral que adote o governo de fato. E exigiram a imediata reintegração de Zelaya.

Em um contundente gesto de repudio, os países do Mercosur anteciparam que não considerarão válido nenhum ato unilateral de parte do governo golpista de Honduras, nem sequer a convocação de eleições. Assim ficou consignado no documento final da conferencia que se realizou ontem em Assunção. A proposta partiu de Cristina Kirchner: “Não podemos tolerar o que seria uma ficção de um governo de fato que destitui a um governo democrático, logo se compromete a convocar eleições e então nós reconhecermos esse processo eleitoral posterior”, sustentou durante a plenária. Logo após sua intervenção, Cristina Kirchner recebeu um chamado do destituído presidente Manuel Zelaya, o qual lhe agradeceu suas palavras e, ainda na Nicarágua, antecipou a caminhada que realizaria até a fronteira: pouco depois ingressou em Honduras simbolicamente por uma hora.

Em um bloco que permanece travado ad infinitum em certos aspectos econômicos, a união de presidentes que pensam parecido lhes permite em troca avançar com fluidez nas questões políticas e sociais. Assim, Argentina levou a idéia de trabalhar sobre Honduras e a epidemia de gripe A. Os presidentes o tomaram e avançaram ontem rapidamente até chegar a importantes conclusões.

O golpe em Honduras esteve presente em todos os discursos durante a conferencia celebrada no novo e impactante Centro de Convenções da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol). A abertura da sessão correu por conta do anfitrião, Fernando Lugo. “Honduras é uma ferida que sangra”, disse o paraguaio, que ontem passou a presidência pro tempore do bloco a Tabaré Vázquez. Lugo profetizou que “esse golpe não ficará impune”.

O segundo turno correspondeu à presidente argentina.

A conferencia voltou a mostrar Cristina Kirchner em um papel ativo em relação ao golpe em Honduras. “É importante abordar a questão sem discursos inflamados, nem agressões, mas sim com muita decisão e precisão, que também devemos condenar qualquer tentativa do que denominou ‘golpes benévolos’, que seriam destituir através de uma administração cívico-militar a um governo constitucional, passar um tempo e logo convocar eleições – que seguramente terão a presença de numerosos delegados internacionais – e desta maneira legalizar o que constitui um golpe e então conceber o atestado de óbito da Carta Democrática da OEA e também fazer uma ficção da cláusula democrática de nosso Mercosur”, sublinhou em sua intervenção.

Tabaré Vázquez tomou a posto e considerou que o bloco devia considerar inválida essa convocação às eleições. O brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também foi enfático. “O golpe em Honduras é um retrocesso democrático que não se pode tolerar e com o que não se pode transigir”, declarou. Da presidência do Brasil informaram que logo telefonou a Zelaya para desejar-lhe “sorte” em sua travessia até a fronteira. “Tenha cuidado”, lhe aconselhou.

Nas mensagens dos presidentes se destacou a ação realizada pela OEA e embora tenha havido o reconhecimento à posição mantida pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, permaneceu a idéia de que Washington é quem tem a chave para cortar o caminho do governo de fato. Sem o venezuelano Hugo Chávez – que decidiu não assistir em sinal de desacordo porque não se convidou a Zelaya para a conferencia – nem ao equatoriano Rafael Correa, o boliviano Evo Morales foi quem se encarregou de levantar a voz contra “o império”, segundo definiu. Sustentou que em que pese as consideradas palavras de Obama existe nos Estados Unidos uma direita que favorece aos golpistas, do contrario teriam permitido a Zelaya aterrissar na pista que o Comando Sul possui em território hondurenho. Imaginou que não teriam dúvidas em permiti-lo no caso de que quem houvesse derrubado ao governo fosse uma guerrilha de esquerda.

Em sua segunda intervenção, Cristina Kirchner pediu que o que se estava dizendo ficasse registrado no documento final. “Se não tudo o que dizemos, fazemos ou temos escrito em matéria de democracia seria pura ficção”, insistiu.

O resultado foi uma amostra de respaldo do bloco ao governo democrático de Zelaya e de repudio ao de Roberto Micheletti, com uma contundência que não costuma ver-se nos adocicados âmbitos diplomáticos. Em uma declaração os presidentes expressaram que “não reconhecerão a nenhum governo que surja dessa ruptura institucional”. “O governo constitucional e legítimo de Honduras é o liderado pelo presidente Manuel Zelaya”, para quem exigiram “o retorno sem restrições”.
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Original em Página 12
Publicado em Rebelión
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Milhares de hondurenhos parados em barreiras militares

Traduzido por Rosalvo Maciel
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Uma complexa situação humanitária sofre hoje o departamento oriental de El Paraíso em Honduras, submetido sob condições de estado de sitio desde há três dias pelo governo de fato.

Milhares de pessoas têm tratado de chegar pelas rodovias dessa jurisdição até o posto fronteiriço com a Nicarágua em Las Manos, mas um número desconhecido está parado por barreiras do exército e da polícia.

Os soldados bloqueiam a passagem da população que procura chegar a Las Manos, para esperar ao presidente constitucional, Manuel Zelaya, que se encontra na vizinha nação.

Organizações populares e a Radio Globo têm recolhido doações da população em alimentos, remédios, água, colchonetes, cobertores e outros recursos, mas os golpistas não estão permitindo a chegada dessa assistência.

Os testemunhos recolhidos pela radio emissora assinalam que os simpatizantes de Zelaya não só sofrem as condições da vida à intempérie, como também da carência de alimentos, água e remédios.

Frente a uma dessas barreiras se encontram há três dias a mãe de Zelaya, Hortensia Rosales, sua esposa, Xiomara Castro, e uma de suas filhas, Hortensia, popularmente conhecida como “la Pichu”.

Castro rechaçou à noite uma oferta do governo de fato de um avião privado para trasladar-las a qualquer lugar e recordou que só pede que lhes deixem passar para poder reunir-se com Zelaya.
Não estou pedindo para abandonar o país porque não sou covarde, porque quero continuar a resistência junto ao povo, sublinhou em uma chamada à Radio Globo para repudiar o golpe militar de 28 de junho passado.

No entanto, é incerta a situação de muitas pessoas que decidiram seguir pelas montanhas para continuar caminhando até a fronteira para reunir-se com Zelaya, devido a presença das tropas do exército na região.

Testemunhas denunciaram à Radio Globo a existência de uma quantidade importante de detidos, um dos quais foi encontrado morto ontem em uma empresa cafeeira na localidade de Arenales, uns 90 quilômetros a leste da capital.

Os ouvintes exortam em suas chamadas à radio emissora a prosseguir a resistência pacífica, que neste domingo completa 29 dias consecutivos.
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Original em Tribuna Popular

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A Salvar a Vida de Rafael Alegría!

Traduzido por Rosalvo Maciel

Minutos depois da chegada do presidente legítimo e constitucional de Honduras, teve-se a informação de que o líder da Via Campesina no país centro-americano, Rafael Alegría, foi detido quando se encontrava a caminho de El Paraíso (território hondurenho), que faz fronteira com Las Manos.

A correspondente de teleSUR em Honduras, Madeleine García, informou que na faixa fronteiriça de Honduras se redobrou a presença militar e policial pela chegada de Manuel Zelaya.

García revelou que pela manhã o dirigente campesino se encontrava com a família do presidente hondurenho, e que lhe impossibilitaram a passagem para encontrar-se com Zelaya.

A mãe do presidente Zelaya, sua esposa Xiomara de Zelaya e os filhos do presidente constitucional pernoitaram próximo da fronteira acreditando que às primeiras horas da manhã poderiam dirigir-se até El Paraíso, mas isto foi impossível devido à declaração do governo golpista de um toque de recolher indeterminado.

"Quando entramos na Nicarágua percebemos que uma patrulha saiu e aí estava Rafael Alegría", relatou a correspondente de teleSUR. Tal como ocorreu a Alegría, ocorre a centenas de hondurenhos que tentam chegar à fronteira para encontrar-se com seu presidente legítimo.

Organizações populares hondurenhas, estão chamado para desenvolver uma campanha internacional para salvar a vida do dirigente campesino.

Dividem-se as Forças Armadas hondurenhas?

Tradução Rosalvo Maciel
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Segundo comunicado anônimo, haveria um serio processo de divisão entre os comandos das Forças Armadas hondurenhas. Alguém que se identificou como oficial e que chamou anonimamente a Radio Globo de Honduras, disse que altos oficiais, não estão completamente de acordo com o proceder da alta cúpula das Forças Armadas.

“Recebemos ordens mas não queremos reprimir ao povo porque estamos destruindo a imagem das Forças Armadas que tanto nos custa”, disse. “Queremos ver como podemos contribuir para que este problema se resolva”, agregou.

Assegurou que essa é a posição de vários comandantes de batalhões, capitães e tenentes.

O suposto oficial que chamou anonimamente, se referem a Zelaya como o Presidente. Dizem estar aquartelados e prontos para qualquer situação. Não revelam o nome por temor a Cortes Marciais e às investigações da inteligência militar.

Não se pode comprovar a veracidade da fonte nem do comunicado, mas tampouco se pôde descartar a veracidade.

Mais tarde o jornalista da Radio Globo, Eduardo Maldonado, que recebeu a chamada expôs o caso ao General golpista. Romeo Vázquez Velásquez, comandante em Chefe do Exército e este assegurou que esse não era nenhum oficial.

Sem duvida que a oficialidade das forças armadas hondurenhas é a mais reacionária da região, por sua estreita relação com os Estados Unidos, mas os integrantes dos chamados corpos armados estão enfrentando a um povo decidido a fazer-se respeitar. Isso está gerando alguma ruptura nos níveis médios e oficialidade jovem.

Somado a isto, os golpistas que estão no governo tratam de não aparecer nos cenários da repressão, o trabalho sujo deixam aos corpos armados e à polícia.
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Original em Tribuna Popular

Dia Nacional da Rebeldia Cubana terá comemoração em SP

O Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba promove neste domingo a comemoração ao Dia Nacional da Rebeldia Cubana (26/7), na sede Nacional da Educafro.

A atividade terá início às 15h e será composta por um ato-político com a presença do Cônsul Geral de Cuba em São Paulo, o Embaixador Carlos Trejo Sosa; Doris Theis, Consulesa Geral da República Bolivariana da Venezuela em São Paulo; Marcelo Buzetto, da direção estadual do MST; Raphael Martinelli, Presidente Fórum Permanente dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de SP; Luiz Bernardo Pericás, doutor em História Econômica pela USP, além de uma apresentação musical do grupo cubano Sandunga.

Este ano, as atividades em comemoração ao 26 de julho compõe uma agenda mais ampla junto aos países da Alternativa Bolivariana para as Américas - Alba. Além das atividades promovidas e apoiadas pelo MPSC, o Consulado Geral da República Bolivariana da Venezuela está realizando atividades em memória do natalício de Simón Bolívar, comemorado em 24 de julho.

Data: 26 de julho, domingo
Horário: das 15h às 19h30
Local: Educafro - Rua Riachuelo, 268, centro de São Paulo (próximo ao metrô Sé, atrás do Largo São Francisco)
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O Flautista de Washington


Topo

Timerman: Futuro da América Latina joga-se em Honduras

por Bianka de Jesus
O embaixador da Argentina nos Estados Unidos, Héctor Timerman, alertou hoje que o futuro de América Latina passa pela solução do conflito em Honduras, onde 28 de junho último se instalou um governo golpista.

A resolução deste caso vai significar se a região volta à época dos golpes de Estado e a instabilidade política, ou se ratificamos o rumo dos últimos anos, de respeito às instituições e às maiorias nacionais, opinou.

Timerman anunciou em declarações à agência de notícias Telam que trabalha na organização de uma reunião internacional em solidariedade com o presidente constitucional de Honduras, José Manuel Zelaya.

Esta mostra solidaria "é o sentir de toda a sociedade argentina, que viveu estes episódios e sabe que sempre se terminam violando o direitos humanos da população", sublinhou.

O encontro se realizará na próxima terça-feira na sede diplomática argentina e servirá "para fazer uma denúncia das graves violações aos direitos humanos e à liberdade de expressão que estão ocorrendo em Honduras".

O encontro irão embaixadores de todo o hemisfério, seus pares da Organização de Estados Americanos, organizações não governamentais, universidades estadunidenses e grupos de pensamento e reflexão, entre outras instituições.

Com ações como esta, acrescentou o diplomata, Argentina demonstra sua solidariedade com o governo legítimo de Zelaya e "a liderança que tem o país contra o golpe dos militares e todos os golpes de Estado".

A iniciativa de Timerman foi catalogada pelo embaixador hondurenho em Washington, Enrique Reina, como "um apoio inestimável que demonstra a firmeza, sobretudo da República Argentina" no respaldo ao presidente Zelaya.

"É uma mostra do apoio da comunidade internacional e de toda a comunidade latino-americana que está representada em Washington e um respaldo solidário para o governo constitucional", indicou Reina citado pela própria fonte.
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Original em Prensa Latina

Zelaya pisa território hondurenho protegido por seu povo


TeleSUR

O presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, cruzou a fronteira com a Nicarágua e chegou a território hondurenho, na localidade de "Las Manos", e em companhia de centenas de seguidores que o rodearam em uma espécie de corrente humana para protegê-lo.

Enquanto isso, a primeira dama hondurenha, Xiomara Castro de Zeleya, que junto a seus filhos, a mãe do mandatário e a sua, não pode chegar à passagem fronteiriça de Las Manos, para reunir-se com seu esposo, adiantou a teleSUR por telefone em que pese as restrições chegará ao local a pé e apelou à consciência das Forças Armadas e a Polícia de Honduras.

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Zelaya voltará!

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Zelaya partiu para a fronteira com Honduras

Traduzido por Rosalvo Maciel
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A saída de Zelaya rumo ao norte da Nicarágua ocorreu às 16h15min (hora local), em uma caravana de automóveis na qual viajam jornalistas que cobrem o retorno do mandatário derrubado. O presidente legítimo de Honduras disse que seu povo necessita dele

O presidente hondurenho, Manuel Zelaya, expulso de seu país apos um golpe de Estado ocorrido em 28 de junho passado, saiu hoje da embaixada de Honduras em Manágua para Estelí, 149 quilômetros ao norte da capital nicaragüense, de onde amanha viajará para a fronteira hondurenha para preparar o retorno a seu país.

A saída de Zelaya da sede diplomática rumo ao norte da Nicarágua ocorreu às 16h15min (19h15min hora de Brasília), em uma caravana de automóveis na qual viajam jornalistas que cobrem o retorno do mandatário derrubado.

Simultaneamente, o governo golpista hondurenho anunciou nesta tarde que se iniciará um toque de recolher nas zonas fronteiriças nesta quinta-feira a partir das 18h00min e terminará às 06h00min. No resto do país continuará da meia noite às 04h30min. A dita proibição ao trânsito noturno de pessoas e veículos se espera que se mantenha no país “de conformidade como sigam os acontecimentos”, como argumento que busca “resguardar” à população.

Previamente, em entrevista à imprensa, o presidente Zelaya asseverou que, apos o que considerou "o fracasso" da mediação promovida pelo mandatário costarriquense, Oscar Arias, o povo hondurenho necessita seu retorno ao país centro-americano. A entrevista se efetuou na sede da Embaixada de Honduras em Manágua, Nicarágua, de onde partirá até a fronteira com sua nação, acompanhado de uma caravana para tentar entrar.

Zelaya considerou que seu regresso devolverá a calma à sociedade civil e permitirá o retorno da democracia a seu país.

Nesta quarta-feira, o presidente golpista hondurenho, Roberto Micheletti, rechaçou o plano de Arias, o qual propunha a antecipação das eleições para o mês de outubro, assim como a criação de um Governo de unidade nacional, liderado pelo presidente legítimo e constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, até 2010.

Zelaya foi seqüestrado e expulso de seu país violentamente pelos militares em 28 de junho passado no motim militar e desde esse momento o Governo de fato tem reprimido aos manifestantes que se encontram nas ruas hondurenhas exigindo o retorno da democracia.
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Original em Tribuna popular

A verdade sobre a Ford.

Postado por partisan

A versão de que Olívio Dutra “correu” com a Ford daqui é fantasiosa e não corresponde aos fatos. Se alguém pode explicar em detalhes a operação este alguém é Yeda Crusius, que votou a favor dos baianos.

A grande acusação contra o candidato Olívio Dutra, sem qualquer dúvida, é a decisão tomada pela Ford de não instalar sua fábrica em Guaíba. Para o Estado, foi uma perda lamentável. Temos aí o resultado positivo da GM em Gravataí, que não permite sequer um comentário que desconsidere o peso econômico de uma montadora instalada em qualquer região do planeta. Apenas um papalvo não sabe disso. Abstraindo a tragédia, temos que trabalhar com a realidade. Ela é bem diferente do que apregoam monotonamente as “viúvas” da Ford. Olívio Dutra não mandou a Ford embora, como se ela fosse um empresinha de fundo de quintal e que, portanto, pudesse ser enxotada aos pontapés, não. Ficamos aqui prisioneiros, fundamentalmente, da versão antipetista do fato.

O fato

O prazo do Regime Automotivo Especial para serem concedidos novos incentivos fiscais às montadoras no Nordeste havia terminado em maio de 1997. Para agradar o então poderoso Antonio Carlos Magalhães (presidente do Congresso Nacional), FHC aceitou dar a Ford de presente aos baianos, em detrimento dos gaúchos. O Jornal Gazeta Mercantil, de 21 de outubro de 2001, afirmava: “O fato porem, é que a Bahia não mais contava, naquele momento, com condições de atrair uma montadora de automóveis”; e continuava: “para viabilizar a instalação da Ford na Bahia, o deputado federal Jose Carlos Aleluia (PFL-BA), relator da MP 1740, que tratava de ajustes no sistema automotivo brasileiro, incluiu no documento a prorrogação, por alguns meses, da vigência do Regime Especial do Nordeste”. Foi aprovado o projeto por voto simbólico das bancadas, transformando- se em lei, no dia 29 de junho de 1999.

Ação e votos

Na mesma sessão em que a prorrogação foi aprovada, o PT de Olívio Dutra apresentou um destaque pedindo votação em separado para o artigo 11, que favorecia diretamente a instalação da Ford na Bahia. Mas os deputados aliados de ACM não quiseram discutir o assunto e rejeitaram o requerimento em votação nominal. O jornal Gazeta Mercantil também revelou que o então secretário executivo do Ministério da Fazenda Pedro Parente, outro tucano, foi decisivo para garantir a Ford na Bahia. A versão, repetida à exaustão pelos antipetistas, não resiste a uma mínima pesquisa histórica a respeito do fato. Insistem na versão fantasiosa de que Olívio Dutra “acordou”, numa madrugada qualquer, e por capricho simplesmente mandou a Ford embora. Nem uma criança acreditaria que uma transnacional do porte da Ford poderia ser tratada com tamanha arrogância. Os fatos estavam se desenrolando em Brasília e atendiam a interesses políticos dos grandes caciques. A hoje candidata Yeda Crusius votou a favor da Bahia e contra os interesses do Rio Grande à época. Isto é fato histórico, ninguém pode desmentir. Podem apresentar versões, justificativas, mas não podem apagar o que está gravado nos anais do Congresso Nacional.

O que atraiu a Ford para a Bahia

Bilhões em subsídios e renúncia fiscal patrocinados pelo Estado da Bahia. Não nos cabe entrar na discussão sobre as vantagens ou não de implantar uma fábrica do porte de uma montadora como a Ford. Seria desperdício. Podemos trabalhar com dados. O governo baiano, através de incentivos, renúncias fiscais, investimentos e empréstimos para a instalação da montadora dispôs R$ 3 bilhões de reais, o que significa que para cada uma das 2 mil vagas abertas foram destinados R$ 1,5 milhão. Nos contratos conhecidos entre a Ford e o governo baiano não há nenhuma exigência de transferência de tecnologia, formação, nível salarial ou geração de empregos. Propagandeia- se apenas a geração de 5 mil postos diretos e 50 mil indiretos. A decisão da Ford de não se instalar em Guaíba, no Rio Grande do Sul, nem de longe passou pelos maus bofes do governo, mas, sim, pelas generosas vantagens que recebeu do Congresso Nacional ao aprovar fora do prazo um destaque de uma MP do governo de FHC. A versão de que Olívio Dutra “correu” com a Ford daqui é fantasiosa e não corresponde aos fatos. Se alguém pode explicar em detalhes a operação este alguém é Yeda Crusius, que votou a favor dos baianos. Yeda e outros políticos gaúchos foram os que realmente mandaram a Ford embora daqui. Olívio Dutra e o PT nada puderam fazer contra a decisão. Essa é a verdade, o mais é manipulação.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Cadê os defensores da “liberdade de imprensa” em Honduras?

O golpe militar em Honduras comprova, até para os mais tapados, que a tal “liberdade de imprensa” pregada pelos barões da mídia representa, na verdade, a “liberdade dos monopólios”.

O discurso das corporações midiáticas é pura hipocrisia. Um jornalista hondurenho já foi assassinado em condições misteriosas; toda a equipe da Telesur, que dava um show na cobertura do trágico episódio, foi presa e expulsa do país pelos gangsteres golpistas; inúmeras rádios comunitárias foram atacadas; a Rede Globo de Tegucigalpa, que nada tem a ver com a Vênus enlameada brasileira, também foi fechada; até a CNN em espanhol foi proibida de exibir as cenas de violência nas ruas, que já causaram dezenas de mortes.
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Apesar de toda esta brutalidade fascista, nenhum dos colunistas bem pagos da mídia hegemônica fez declarações inflamadas em defesa da “liberdade de imprensa”; nenhum meio privado criticou a brutal censura e as agressões aos jornalistas; nenhum editorial da “grande imprensa” questionou o fato de que a mídia hondurenha está nas mãos de meia dúzia de oligarcas reacionários, que clamaram pelo golpe e dão total respaldo à ditadura sanguinária.

A máfia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que recentemente criticou o presidente Lula por suas “criticas descabidas ao enfoque do noticiário”, não se pronunciou contra os atentados à liberdade de expressão. A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), bancada pelo CIA na sua campanha permanente contra a revolução cubana, também está quieta.

Defesa das atrocidades dos golpistas

Segundo relatos da própria Cruz Vermelha, os “gorilas” hondurenhos promovem as piores atrocidades, como invasões de casas, torturas, estupros e assassinatos, e a mídia hegemônica ainda tenta relativizar o papel dos ditadores. A Folha agora passou a qualificar o governo golpista de “interino”. A TV Globo critica o presidente deposto, Manuel Zelaya, por ele rejeitar um acordo de “conciliação nacional” com os bandidos. O Correio Braziliense chegou a justificar o golpe num texto repugnante. Alguns doentes mentais da revista Veja, travestidos de blogueiros, argumentam que a violenta deposição de Zelaya foi para “salvar a democracia”. São todos falsários quando pregam a “liberdade de imprensa”.

Para acompanhar o que de fato ocorre em Honduras é preciso furar o bloqueio dos barões da mídia. A Telesur, retransmitida pela TV Educativa do Paraná e por algumas emissoras comunitárias, continua exibindo cenas da violência dos golpistas e da crescente resistência dos hondurenhos.

Pela internet, os sítios da Agência Boliviana de Notícias e o Aporrea, entre outros, trazem informações exclusivas dos movimentos sociais deste país. Na prática, estes veículos alternativos realizam a autêntica defesa da “liberdade de expressão”, enquanto a mídia hegemônica comprova que serve apenas aos interesses dos poderosos e às ambições do império. Seu discurso da “liberdade de imprensa” é puro cinismo!
Original em Ocomprimido

Soldados israelitas revelam atrocidades em Gaza

As ordens eram para matar

Israel ordenou aos soldados que disparassem indiscriminadamente durante a invasão da Faixa de Gaza, confirmam soldados do exército israelita, cujos testemunhos são um arrepiante relato dos crimes de guerra cometidos durante a operação «Chumbo Fundido».
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De acordo com um relatório de mais de uma centena de páginas apresentado a semana passada pela ONG Breaking the Silence, no qual se incluem os testemunhos de 26 operacionais e reservistas israelitas envolvidos na invasão da Faixa de Gaza, o comando militar e político israelita deu ordens explícitas para que os soldados não distinguissem entre civis desarmados e militantes do Hamas, instando-os a não hesitar em matar inocentes porque, para Telaviv, «na guerra urbana qualquer pessoa é nosso inimigo. Não há inocentes». «Se algumas vez nos falaram de inocentes, foi para nos dizerem que não havia inocentes», sublinha um dos soldados citados pela ONG.
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Os homens entrevistados pela Breaking the Silence destacam ainda que os responsáveis da ofensiva não se cansavam de repetir que «isto é a guerra e na guerra não há restrições para abrir fogo», ou que as considerações humanitárias, naquele ataque, não tinham qualquer cabimento, por isso, exortavam os comandantes, «não deixeis que a moralidade seja um problema. Deixa os pesadelos para mais tarde e agora dispara, simplesmente».
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Muitos dos soldados enviados para a frente de combate, por vezes batalhões inteiros, eram formados por jovens de 19 ou 20 anos que exibiam «um ódio e uma alegria de matar», dizem os soldados ouvidos pela ONG sob reserva de anonimato. «Para eles a vulgaridade e a violência são uma forma de vida», para além do que «não havia ninguém interessado em controlá-los», acrescentam.
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Arrasar Gaza
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Mas no decurso da agressão de Israel contra o povo palestino, iniciada a 27 de Dezembro e cujo balanço é de 1417 mortos, entre os quais 926 civis, mais de 50 mil habitações, 200 escolas, 800 propriedades industriais, 39 mesquitas e duas igrejas destruídas, muitas mais ordens criminosas foram dadas aos militares no terreno.
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Um dos objetivos era arrasar a Faixa de Gaza destruindo habitações e infra-estruturas, tática particularmente incisiva nas zonas próximas da fronteira. O nome de código dessas investidas era «o dia seguinte». Na prática, traduzia-se na destruição de reservatórios de água, casas, escolas, hospitais e tudo o que, ficando de pé, fosse um sinal da presença de populações palestinas no território.
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«Não se deixava uma só casa intacta», a ordem «era arrasar toda a área envolvente», diz um dos soldados. «O meu comandante disse-me, meio a rir, meio a sério, que essas demolições podiam acrescentar-se à sua lista de crimes de guerra», continua.
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Se um tanque não conseguia efetuar uma manobra, bombardeava uma dúzia de casas em redor e prosseguia», exemplifica outro.
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O uso de escudos humanos e os bombardeamentos com fósforo branco são igualmente práticas descritas nos relatos. «Antes de entrar numa casa era normal lançar mísseis, disparar obuses e granadas», procedimentos que, reconhecem, são «destruição em massa que não estava relacionada com qualquer ameaça direta».
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Para penetrarem nos edifícios em «segurança», os soldados enviam primeiro um «Johnny», isto é, um palestino que ia na frente dos soldados.
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Guerra santa
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Finalmente, o documento divulgado pela Breaking the Silence atesta que às práticas descritas corresponde uma superestrutura ideológica, uma doutrina.
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Panfletos distribuídos pelo exército apelavam à guerra santa judia contra os palestinos, classificados como «estranhos nesta terra», ou afirmando que aquela era «uma luta entre a luz e a obscuridade». «Os palestinos são os filhos da obscuridade e nós os filhos da luz», propagandeavam.
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«Não tenhas compaixão, deus protege-te e tudo o que fazes será santificado», garantiam os textos distribuídos pelo departamento Consciência Judia para um Exército Israelita Ganhador.
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Reagindo aos relatos, o governo israelita considera-os «boatos e rumores». O ministro da Defesa, Ehud Barak, afirmou mesmo que o exército israelita é «um dos exércitos mais morais do Mundo, que se comporta de acordo com o mais elevado código ético».
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Israel prossegue ofensiva
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Entretanto, Israel não apenas mantém como aprofunda a ofensiva contra o povo palestino. Para além das incursões, dos assassinatos seletivos e dos disparos contra populares que se aproximam das redes de separação entre os dois territórios – ainda no domingo um jovem palestino ficou ferido na Cisjordânia – e do bloqueio que deixa Gaza votada à miséria, outras práticas persistem no objetivo de expulsar os palestinos dos seus territórios.
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De acordo com o Palestine Return Centre (PRC), a chegada do novo governo israelita assinala o incremento de uma política racista de limpeza étnica. A mudança para hebreu do nome das ruas nas cidades árabes é apenas um dos muitos exemplos.
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No que à ocupação do território diz respeito, o PRC frisa que desde a chegada de Netanyahu à chefia do governo, mais de 1600 ordens de demolição foram dadas em Jerusalém, resultando na expulsão de milhares de palestinos. Algumas das áreas terraplanadas convertem-se em condomínios com jardins e a preços reduzidos só para judeus israelitas.
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Em toda a Cisjordânia continua a construção de colônias, a confisco de terras férteis e a construção do Muro da Vergonha. Segundo o Centro Israelita para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados, citado pelo rebelion.org, o número de colônias na região cresceu cerca de 37 por cento nos últimos seis anos, política que não só não merece uma condenação clara por parte da UE e dos EUA, como, a serem verdadeiras as informações veiculadas nos meios de comunicação social, vai continuar com o apoio das potências capitalistas.
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Alegadamente a administração Obama estará a negociar com o executivo de Telavive a legalidade das colônias construídos e dos projetos homólogos previstos, espezinhando todas as convenções e resoluções internacionais sobre a matéria e fazendo da política do fato consumado um instrumento de subjugação do povo palestino e de deslegitimação do seu direito a constituir um Estado soberano e viável.
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Original em Avante!

Gaza, pior que a pior das nossas prisões

“Gaza está prestes a transformar-se no primeiro território a ser reduzido a uma situação de absoluta miséria, de forma deliberada e com o conhecimento, e, inclusive, o apoio da comunidade internacional”.
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Ignacio Álvarez-Ossorio*
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O discurso de Obama no Cairo foi seguido com particular atenção em Gaza. Apesar do presidente estadunidense se ter referido «à dor suportada pelos palestinos durante 60 anos», não conseguiu aliviar o sofrimento de uma população que há muito tempo deixou de acreditar em milagres. Desde que em Julho de 2007 o Hamas tomou o controle da faixa mediterrânica, o seu milhão e meio de residentes sofre um dos mais implacáveis bloqueios que se podem imaginar, perante a mais absoluta indiferença dos países ocidentais. Entrar ou sair de Gaza tornou-se uma missão impossível, pois fechada às sete chaves pelas autoridades israelenses, que controlam ferreamente as suas fronteiras aéreas, marítimas e terrestres.
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O pesadelo não começou em 27 de Dezembro de 2008 com a operação Chumbo fundido, mas a 15 de Agosto de 2005, quando Ariel Sharon retirou unilateralmente as suas tropas e colonos da Faixa de Gaza. Dois anos depois, o governo de Ehud Olmert declarou-a «entidade hostil», o que preparou o caminho para que se impusessem diversas medidas punitivas, entre elas a interrupção progressiva do aprovisionamento de água, eletricidade e gás. Tudo isto com um propósito duplo: debilitar o Hamas, que tinha saído fortalecido depois da sua vitória eleitoral em Janeiro de 2006, e castigar a população por lhe ter dado o seu voto. Dov Weissglass, conselheiro de Sharon e Olmert, chegou a recomendar que os palestinos fossem submetidos a «uma dieta de adelgaçamento», recomendação essa que foi tomada à letra.
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É preciso recordar que os castigos coletivos supõem uma flagrante violação do Direito Internacional e estão estritamente proibidos pela Quarta Convenção de Genebra de 1949, que no seu artigo 33 estabelece: «Não se castigará nenhuma pessoas protegida por infrações que não tenha pessoalmente cometido. São proibidos os castigos coletivos, bem como toda a medida de intimidação ou de terrorismo. “São proibidas as medidas de represália contra as pessoas protegidas e os seus bens”.
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Este bloqueio, que se levou a cabo com extrema diligência, veio agravar os problemas estruturais de um território que suporta a mais elevada densidade populacional do mundo. Em pouco tempo, a economia de Gaza foi desmantelada e a população ficou afundada na pobreza. Como já constatou o organismo de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas, em Dezembro de 2007, «nos últimos seis meses a maioria das empresas privadas fecharam e 95% dos trabalhos industriais foram suspensos devido à proibição de importar matérias-primas e ao bloqueio das exportações: 3.500 das 3.900 oficinas foram obrigadas a fechar as suas portas, o que se saldou por uma perda de 75.000 empregos no sector privado».
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O estrangulamento da faixa elevou 20% a percentagem de população que vivia abaixo do limiar de pobreza (passou de 55% para 75%) e deixou sem trabalho uma em cada duas pessoas. Hoje em dia, 1.265.000 dos habitantes de Gaza dependem da ajuda internacional. Face a esta situação, o diretor de operações da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), John Ging, sublinhou que «os palestinos têm direito a dispor de um meio de vida. Não querem ver-se reduzidos à mendicidade para ganhar o pão, mas neste momento 90% da população depende das divisões de comida das Nações Unidas. As pessoas chamam a este lugar prisão, mas não é uma prisão, porque uma prisão européia tem muito melhores condições».
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A crise humanitária que varre Gaza não é fruto do acaso nem tampouco foi provocada por um qualquer desastre natural, ela obedece a uma estratégia deliberada com o fim de converter o problema nacional palestino num mero assunto humanitário ou, como disse Victor Currea-Lugo, «uma tentativa de redução do problema palestino a um problema de mais ou menos arroz». Só assim se pode compreender que o número de pessoas que depende de ajuda alimentar tenha decuplicado em apenas uma década. Karen Abu Zayd, principal responsável da UNRWA na região, advertiu que «Gaza está prestes a transformar-se no primeiro território a ser reduzido a uma situação de absoluta miséria, de forma deliberada e com o conhecimento, o consentimento e, inclusivamente, o apoio da comunidade internacional».
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Esforços como o da Conferência de Sharm El Sheik de 2 de Março de 2009, onde vários países se comprometeram a doar 3.200 milhões de euros, são completamente estéreis, dado que não existem as estruturas adequadas paar a sua distribuição nem tampouco forma de reconstruir a Faixa de Gaza sem autorização de Israel, que controla as suas fronteiras, nem sem o diálogo com o Hamas que governa a Faixa. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu manifestou a opinião de que o encerramento de Gaza deve manter-se enquanto o Hamas conservar o poder, já que aquela organização dirige «um Estado terrorista herdeiro do Irão». Entretanto, os mecanismos estabelecidos para contacto com a organização islamita – o programa PEGASE da UE, o Fundo de Investimentos do Banco Mundial e o Plano Palestino de Desenvolvimento e Reforma da ANP – mostraram-se totalmente ineficazes. Mas talvez o mais preocupante seja o fato de qualquer produto, desde um pacote de arroz a um saco de cimento, estar exclusivamente dependente da potência ocupante. Apesar das organizações internacionais considerarem que seria necessário entrarem 500 caminhões diários para paliar a crise humanitária, Israel apenas permite a passagem de 100 caminhões. Dois terços das mercadorias que entraram na Faixa de Gaza entre Fevereiro e Abril foram alimentos e não materiais para de reconstrução. Com este bloqueio, as instalações elétricas, as redes de esgotos ou a rede de distribuição de água terão ainda de esperar muito tempo até serem reparadas.
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Além disso, as autoridades israelenses impedem a entrada do que classificam como produtos de luxo, entre os quais incluem as massas, grão-de-bico, lentilhas, tomate, bolachas, marmelada ou tâmaras. A situação roça o absurdo, dado que a lista de produtos proibidos não é pública e varia de um dia para o outro, o que constitui um verdadeiro quebra-cabeças para as agências humanitárias. Um congressista norte-americano que recentemente visitou a Faixa de Gaza interrogou-se sarcasticamente: «Ultimamente houve detonação de bombas de lentilhas? Vão matar alguém com macarrão»?Outros produtos proibidos são o plástico, o cimento, as sementes, as vacinas, e inclusivamente os brinquedos de madeira, por serem considerados uma ameaça potencial, pois poderão ter um duplo uso. Se é certo que o responsável pela Política Externa e Segurança Comum européia, Javier Solana, objetou que a lista de produtos é «totalmente inadequada», não consta que a UE tenha adotado qualquer medida, por mínima que fosse, para alterar a situação, o que permitiu a Israel manter, e inclusive aumentar, as ditas práticas. Chama a atenção o fato de os EUA se mostrarem mais críticos das práticas de Israel, enquanto a UE prefere olhar para o lado, para evitar confrontar-se com o governo de Netanyahu.
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Ainda que se possa considerar um primeiro passo o fato de Obama se ter referido, no seu discurso do Cairo, à «intolerável situação do povo palestino» e manifestasse que «a continuada crise humanitária em Gaza não serve a segurança de Israel», ainda fica muito caminho por percorrer. Entre outras coisas, os EUA deverão demonstrar que estão dispostos a passar das palavras aos atos, e passe a pressionar Israel não só para parar a sua atividade colonizadora na Cisjordânia, mas também para que ponha fim ao desumano bloqueio a Gaza. Como recentemente denunciaram várias organizações não governamentais inglesas, «a paz não se alcança com o encerramento de um milhão e meio de pessoas numa prisão de pobreza e miséria».
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*Ignacio Álvarez-Ossorio é professor titular de Estudos Árabes e Islâmicos da Universidade de Alicante.
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Tradução de José Paulo Gascão
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Honduras: Cresce tensão à medida que se prolonga a crise

A tensão política continua ganhando graus em Honduras quando a resistência pacífica chegou hoje a seu dia 25 e o governo de fato mantém sua negativa a uma solução negociada da crise.

Em um ato ontem, em frente à sede do Congresso, um discurso de uma mulher humilde chamou a atenção, não só pela graça de sua linguagem de gente singela, senão pelo clamor a radicalizar a luta anti-golpista.

Se "cantando de galo" entraram, "cantando de galo" vamos tirá-los, exclamou, no meio de uma ovação dos que assistiam o ato, convocado pela Frente Nacional contra o Golpe de Estado, que aglutina aos setores populares.

Não há formas de medir até onde atinge esse sentimento de ira popular que pode explodir a qualquer momento, como a pólvora diante de uma faísca, mas algumas pessoas consultadas consideram que é muito amplo.

A direção colegiada da Frente faz constantes chamados a manter o caráter pacífico dos protestos e inclusive criou uma comissão de disciplina para evitar incidentes com os militares ou atos com vandalismos.

Do outro lado desta moeda, o presidente de fato, o empresário Roberto Micheletti, disse ontem que se manterá no posto até o dia 27 de janeiro de 2010, quando vence o período do estadista deposto, Manuel Zelaya.

O regime surgido com a ação militar do dia 28 de junho recusou as propostas de solução ao conflito, do mediador, "Oscar Arias, presidente da Costa Rica, para reinstalar Zelaya virtualmente atado de pés e mãos.

A Frente anti-golpista decidiu prosseguir nesta terça-feira suas manifestações pacíficas, com marchas e atos em Tegucigalpa e outras zonas do país.

No entanto, as três centrais sindicais de Honduras convocaram hoje uma greve nacional para a quinta-feira e sexta-feira próximas contra o golpe de estado e em demanda do regresso de Zelaya.
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O presidente da Federação Unitária de Trabalhadores (FUTH), Juan Barahona, informou à Prensa Latina que nesses dias voltarão a greve os seis sindicatos do magistério nacional.

Os professores retornaram às aulas ontem depois de uma greve de três semanas iniciada um dia após a ação militar, numa estratégia de luta que inclui três dias de aulas e os restantes nos protestos.

Barahona acrescentou que as demais forças populares da Frente Nacional realizarão também ações como a tomada de estradas, pontes, instituições públicas e outras para paralisar o país.

Vamos golpear aos golpistas onde mais lhes dói: em seus bolsos, assegurou Barahona.

Esta luta não se deterá até a derrota dos golpistas e que seja restabelecida no país a ordem constitucional, sublinhou.
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Original em Pátria Latina

terça-feira, 21 de julho de 2009

Resistência hondurenha recusa qualquer retrocesso na luta popular

por Frente Nacional Contra o Golpe de Estado em Honduras

A Frente Nacional Contra o Golpe de Estado em Honduras, integrada pelas diferentes forças organizadas no país e unidas pela situação provocada à comunidade nacional e internacional a partir do golpe de Estado, informa o seguinte:
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1- Reiteramos que a posição intransigente da comissão nomeada pelos golpistas torna impossível uma solução com êxito da mediação realizada em San José da Costa Rica.
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2- Estamos de acordo com o primeiro ponto da proposta apresentada pelo cidadão presidente da Costa Rica, prêmio Nobel da Paz, Oscar Arias, consistente na restituição imediata de Manuel Zelaya Rosales à presidência da República de Honduras, a qual exigimos que seja de caráter incondicional.
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3- Recusamos o resto da referida proposta, porque não coincide com nossas colocações e exigências, o que argumentamos: O número 3 possibilita a inclusão de pessoas relacionadas com o golpe de Estado e, portanto, que cometeram delitos de lesa humanidade. O número 3 significa a negação do direito cidadão a uma democracia participativa. O número 4 promove a impunidade para aqueles que planearam, executaram e apóiam o Golpe de Estado. O número 5 implica a possibilidade de perpetrar uma fraude eleitoral da qual já se têm claros indícios. O número 6 desconhece a nossa posição de rever o papel constitucional das forças armadas e o seu envolvimento no golpe de Estado. O número 7 não tem razão de ser, enquanto não se eliminarem os pontos anteriores.
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4- Denunciamos a atitude de desconhecimento tácito de violação de direitos humanos de que vem sendo objeto a população por parte do governo de fato e dos seus aparelhos repressores, do qual é exemplo: 4 assassinatos, 1.158 detenções ilegais, busca e perseguição de representantes do movimento social; 14 meios de comunicação, 14 jornalistas e 4 organizações sociais sofreram atentados à liberdade de expressão; foram violentados os direitos individuais e fundamentais da vida do cidadão e cidadã contemplados na Constituição da República. Denunciamos também a involução que sofreu o país em matéria de direitos humanos, militarização de instituições públicas e a colocação em ação de membros de esquadrões de morte por todo o país; a qual se soma a ação em conluio do Ministério Publico, dos julgados e dos Tribunais da República com o governo de fato, o que provocou um estado de desamparo da cidadania.
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5- Mantemos a nossa posição de alcançar processos políticos includentes que permitam a participação democrática de homens e mulheres, por meio da instalação de uma Assembléia Nacional Constituinte.
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6- Continuamos firmes na nossa luta, até conseguir a recuperação da ordem institucional.
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Tegucigalpa, M.D. 19 de Julho de 2009
Frente Nacional Contra o Golpe de Estado em Honduras
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O original encontra-se em www.resumenlatinoamericano.org , Nº 2046
Este comunicado encontra-se em http://resistir.info/
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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Clinton: Cessará a ajuda a Honduras se fracassar a mediação de Arias

Traduzido por Rosalvo Maciel
A secretária de Estado estadunidense Hillary Clinton advertiu ao governo de fato de Honduras, encabeçado por Roberto Micheletti que Washington suspenderá sua ajuda a esta nação se a mediação empreendida pelo presidente da Costa Rica, Óscar Arias fracassar, informou nesta segunda-feira em entrevista Philip Crowley, porta-voz do departamento de Estado.
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Precisou que a chefe da diplomacia estadunidense realizou no domingo uma chamada telefônica "muito dura" ao presidente de fato hondurenho.
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"Ontem, de Nova Déli, a secretaria de Estado teve uma conversa telefônica com o dirigente do regime de fato, o senhor Micheletti", disse o porta-voz. "Ela o aconselhou a seguir concentrado nestas negociações e o ajudou a compreender as conseqüências potenciais de fracassar em tirar proveito desta mediação".
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Original em teleSUR
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Opinião do BVC: artimanha para desmobilizar o povo hondurenho e permitir a consolidação do golpe de estado.
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domingo, 19 de julho de 2009

El juego de la derecha

Vasco Malleiro
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En el 28 junio el gobierno constitucional de Honduras fue derrocado por la fuerza de los fusiles. De esta fecha hasta hoy las institiciones internacionales ONU y OEA hacen el juego de los golpistas postergando deciciones, pidiendo plazos e intentando hacer concesiones a los usurpadores.

El tiempo perdido en esas maniobras hace con que si estabilice aún más el gobierno de facto.

Ahora propuso Insulza aguardar 72 horas más “con esperanza de que el gobierno de facto recapacite”.

Todo eso no es más que una tentativa de la derecha internacional de mantener en el poder a Micheletti.

No hay espacio para más contemporización! O Zelaya recupera su puesto ya o los golpistas han vencido.

Al pueblo hondureño les afirmo que, una vez establecidos en el poder, los fascistas no lo abandonan con facilidad y que las muertes y los sufrimientos que hoy ocurren son pequeños ante los que una dictadura puede hacer.

La resistencia hay que hacerla hoy, mañana es tarde!
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