Além do Cidadão Kane
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Marx e a fábula do lacrau
Conta uma velha fábula que o lacrau pediu à rã para o ajudar a atravessar um rio. A meio da corrente cravou-lhe no dorso o seu ferrão, dizendo enquanto ambos se afogavam: «Que queres? Eu não posso fugir à minha natureza».
O capitalismo, instalado nas costas do mundo, está fazendo como o lacrau da fábula: Que querem? Ele não pode fugir à sua natureza...
Marx e Engels, no seu «Manifesto do Partido Comunista», essa obra que marcou a nossa época, já apontavam a natureza maléfica do capitalismo:
A burguesia – dizia o Manifesto – «é incapaz de assegurar ao seu escravo (o assalariado) a própria existência no quadro da escravidão, porque é obrigada a deixá-lo afundar-se numa situação em que tem de ser ela a alimentá-lo em vez de ser alimentada por ele». A sua dominação – concluía – «já não é compatível com a sociedade».
Basta um mergulho na história do capitalismo para lhe sentir a natureza exploradora, farejadora de lucros, com o internacionalismo latente, permanente e determinado de ladrão profissional.
O capital não possui qualquer ideal que vise o bem estar da sociedade. Nos dias de hoje, como se está vendo, a sua principal produção é a pobreza.
Desde o século XVI ele é o grande roubador da riqueza feita de atividade humana. Roubando trabalho e idéias, que também são trabalho. Faz promessas eufóricas a quem aceite obedientemente a sua natureza: explorar para uns quantos privilegiados; ser explorado para a esmagadora maioria produtora do trabalho real que faz mover o mundo.
Obviamente, o capital concentra no socialismo o alvo preferencial da sua raiva, promovendo com ódio campanhas anticomunistas, que pretende utilizar como vacina pelo terror, caluniando-o como idéia utópica de sonhadores loucos, levada à prática por ditadores cruéis. Campanha que abocanhou raivosamente a experiência breve de construção do socialismo em menos de um século, enquanto o capitalismo, após quatro séculos de dominação arrasta o mundo para o seu afogamento: que querem, ele não pode fugir à sua natureza...
Que o nosso mundo não se resigne a ser a rã transportando docilmente no seu dorso o lacrau capitalista.
Original em Avante!
TopoPostado por O Velho Comunista às 19:09
Marcadores: capitalismo, marxismo, teoria marxista
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário