Além do Cidadão Kane

sábado, 15 de janeiro de 2011

Faluja: uso de urânio depletado pelas tropas dos EUA provocam deformações em 15% dos bebês

Uma nova pesquisa publicada na segunda-feira, 10, pelo International Journal of Environmental Research and Public Health (Jornal Internacional de Pesquisa Ambiental e de Saúde Pública, com sede na Suíça) mostra que as deformações congênitas apresentadas por recém-nascidos na cidade iraquiana de Faluja atingiram proporções de epidemia desde que a cidade fora arrasada há seis anos por tropas invasoras dos Estados Unidos. O Pentágono utilizou, de forma ampla e rotineira, armamentos que continham urânio depletado nas duas batalhas de Faluja, em abril e novembro de 2004. Embora os invasores não reconheçam esse crime, Washington já admitiu haver utilizado o não menos arrasador fósforo branco durante os ataques.

O estudo assinado pelos doutores Samira Alaani, Mozhgan Savabieasfahani, Mohammad Tafash e Paola Manduca examinou o alarmante aumento de malformações de nascença ocorridas em Faluja e concluiu, pela primeira vez, que os níveis sem precedentes de recém-nascidos com cânceres e tumores ósseos, cardíacos e neuronais são consequência dos ataques perpetrados pelo exército dos Estados Unidos contra a cidade iraquiana.

Os autores do trabalho, que se focaram na sanidade genética de Faluja, encontraram que as deformidades que apresentam os bebês são quase onze vezes superiores à média normal. Essas deformidades alcançaram seu pico mais alto na primeira metade de 2010.

O novo estudo aponta uma série de metais como fonte potencial de contaminação em Faluja, que estão afetando especialmente as mulheres grávidas. “Os metais estão implicados na regulação da estabilidade do genoma”, afirma o estudo. E acrescenta: “Sendo elementos que afetam o meio ambiente, os metais são os principais candidatos a causar defeitos congênitos”.

O primeiro assalto perpetrado contra Faluja pelo exército invasor foi realizado em abril de 2004, usando como álibi a morte de quatro mercenários estadunidenses da suposta “segurança” fornecida pela multinacional Blackwater. Implicou num amplo uso de aviões de combate para bombardear a cidade de forma indiscriminada, junto com ataques da artilharia pesada. O segundo ataque foi em novembro do mesmo ano. A total destruição da cidade foi perpetrada após o discurso de W. Bush proclamando “Missão Cumprida”.

A munição de urânio depletado deixa atrás de si resíduos tóxicos, afirmam os cientistas em sua pesquisa.

O atual estudo realizado em Faluja se concentrou em 55 famílias com recém-nascidos com graves deformidades entre maio e agosto de 2010. A doutora Samira Abdul Alaani, pediatra do Hospital Geral de Faluja, que dirigiu o estudo, assinalou que em maio os casos graves de defeitos de nascimentos atingiam a percentagem de 15% de 547 recém-nascidos. E o que é ainda pior, o estudo encontrou também que 11% dos recém-nascidos tinha menos de 30 semanas e que 14% das mães haviam abortado espontaneamente.

“É importante compreender que em condições normais, as possibilidades de que se produzam essas incidências são praticamente zero”, disse Zavabies-fahani, membro da comissão de pesquisadores que elaborou o estudo.

Original em Hora do Povo

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Um comentário:

Anônimo disse...

Olá camarada, aqui é o Marcus,medico formado em cuba, eu tinha mantido contato contigo mas meu email antigo ja nao serve, o novo é cubasi29@yahoo.com
estou buscando o email do vasco malleiro por que necessito daquele texto de medicina que ele escreveu.
Bom, é isso, te conto que estou na venezuela trabalhando em uma comunidade indige, quando der um tempo veja esse link:

http://www.cubadebate.cu/noticias/2011/01/05/cronica-de-uno-de-los-hombres-del-ano/

ABraço

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