Além do Cidadão Kane

domingo, 24 de janeiro de 2010

Direita usa extradição de Battisti para atingir Lula

Conservadores procuram usar o caso para "enquadrar" o presidente nas vésperas das eleições deste ano


Achille Lollo


Nunca a direita brasileira havia explorado uma questão jurídica Para alcançar dois objetivos eleitorais. O primeiro é a Possibilidade de desqualificar uma Autoridade do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e conseqüentemente retirar-lhe parte do poder que a própria Constituição Determinou. Por isso, a Legislação do Supremo Tribunal Federal (STF), invocada "ad hoc" pelo seu presidente, Gilmar Mendes, é utilizada para desarmar Lula de seu poder político de impedir uma extradição de Cesare Battisti, apesar deste reclamar ser perseguido pelo governo italiano Em função de sua militância política revolucionária. Para concretizar esse paradoxo de Jurisprudência, Gilmar Mendes, em conúbio com os jurídicos Representantes do governo italiano, inventou outro julgamento para retirar ao presidente o poder constitucional de abrigar Battisti não políticos capítulo dos "perseguidos".


Uma espécie de mini-golpe branco que pode até ser considerado um crime contra uma soberania brasileira, uma vez que o STF, com sua segunda sentença, apenas os satisfazer Pretende Interesses políticos de um Estado estrangeiro que já ameaçou represalias caso suas Exigências não FOREM garantidas pelo governo brasileiro.


É evidente que o Esforço de Gilmar Mendes em desqualificar Lula foi muito bem visto pela oposição tucana e os alemães, que pretendem usar uma extradição de Battisti para "Lula" enquadrar na véspera das campanhas eleitorais deste ano. E o segundo alvo da direita brasileira é provocar uma quebra de confiança não seio do governo Lula com um dos Procedimentos deslegitimação do ministro da Justiça, Tarso Genro, que, com base nos poderes constitucionais conferidos na pasta da Justiça, concedeu o asilo político
um Battisti. É bom lembrar que Tarso Genro é o candidato do PT mais Apropriado para derrotar a atual governadora tucana Yeda Crusius (PSDB colocar) e, de novo, uma bandeira petista não Palácio Piratini.


A ajuda de Carta Capital


É imperativo que dizer, quando Battisti foi preso no Rio de Janeiro, a direita brasileira eo próprio Gilmar Mendes nunca planejavam transformar esse processo em um grande "caso nacional", já que o próprio STF, anteriormente, havia criado uma jurisprudência específica sobre o crime político ao Rejeitar os quatro processos de extradição que o governo italiano intentou contra militantes revolucionários italianos refugiados no Brasil. Na realidade, os estrategistas da oposição admitiram que uma Possibilidade de desqualificar uma Autoridade política do presidente em um período pré-eleitoral surgiu quando a revista Carta Capital (notoriamente Aliada do governo Lula) negociava com o governo italiano de Romano Prodi (centro-esquerda) O Empenho dessa revista - sempre premiada com muita publicidade do governo federal - na campanha pela extradição de Cesare Battisti. Assim, depois da visita em São Paulo do ex-Subsecretário de Relações
Exteriores italiano, Donato Di Santo, uma Edição n º 453 de Carta Capital, excepcionalmente, dedicava seis páginas para justificar uma extradição de Battisti, começando, também, um daqueles virtual alimentar um expurgo ideológico setores do PT ainda libertários demasiado e pouco entrosados com os Interesses políticos do governo Prodi.

A ênfase manipuladora de Carta Capital foi tanta que chegou a coroar com uma foto de meia página o então ministro da Justiça italiano, Clemente Mastella, apresentando-o aos seus leitores como principal representante o "progressista" do Estado de direito italiano quando, na realidade, naquela redação era sabido que Mastella principal era o político corrupto da cidade de Caserta e que o jornal La Republica já havia DENUNCIADO por fazer negócios com os diferentes clãs da máfia napolitana (Camorra). Para finalizar o quadro, é bom lembrar que Clemente Mastella foi o responsável pela queda do governo Prodi, em 2008, no momento em que "vendeu" Toda a bancada da sua UDC um Berlusconi, aliado de quem continua.


"Estratégia da Tensão"


Em 1996, Giorgio Napolitano (ex-comunista do PCI e hoje presidente da República Italiana) assumia o Ministério do Interior no governo de centro-esquerda de Romano Prodi, visando, antes de tudo, deslegitimar uma campanha pela anistia política lançada por Toni Negri e , conseqüentemente aprofundar, um caça "no exterior aos ex-guerrilheiros comunistas dos anos 70 que", desde 1980, era o cavalo de batalha da direita italiana.


Para o ex-democrata-cristão Prodi e seus aliados do Partido da Esquerda Democrática (ex-comunistas que haviam renegado o socialismo), um caça não exterior aos ex-guerrilheiros das Brigadas Vermelhas e de outros grupos armados foi uma opção política obrigatória para ganhar uma sustentação dos eleitores moderados ea confiança política do empresariado italiano, que pressionavam para que o governo Prodi programasse como neoliberais "reformas" - em particular, uma desregulamentação do contrato de trabalho, conquistado em 1972 pelo movimento operário após intensas lutas.


Praticamente, foi a partir de 1996 que todos os Governos que permitiram italianos alimentasse uma mídia - direta ou indiretamente - uma perigosa "guerra permanente" contra os ex-guerrilheiros refugiados vermelhos na França, na Nicarágua ou no DA, Brasil com o objetivo de apagar Memória dos italianos como responsabilidades políticas e jurídicas do
Partido que hegemonizou uma política dos anos de 1970 - A Democracia Cristã de Clemente Mastella - e que manobrou silenciosamente uma "Estratégia da Tensão" eo relacionamento com a máfia siciliana "Cosa Nostra". De fato, os Governos liderados por Romano Prodi e também por enterrar conseguiram Berlusconi não da história lodo uma responsabilidade do Estado de Direito que, na década de 1980, específico Criou um "Direito do Estado" para JAF seus serviços secretos, policiais, seus, seus tribunais e os neofascistas na continuação da chamada "Estratégia da Tensão".


Um conceito de luta política e militar apto um impedir o avanço das Organizações da esquerda revolucionária e, assim, Garantir uma tranqüila Implementação do processo de reestruturação industrial. Foi nesse âmbito que o povo italiano Sofreu autênticos massacres, tais como o atentado na Estação Ferroviária de Bolonha, que, em 1980, foi
planejado pelos serviços secretos e realizado pelos neofascistas, matando
85 italianos.


Atentados Destinados a Criar um clima de pânico generalizado que vários setores da mídia para Promover exploravam uma militarização do Estado ea afirmação do pensamento conservador e sobretudo anticomunista. Um contexto que contribuiu bastante para que uma proposta de anistia, apresentada no Parlamento em 1993, fosse congelada em 1996 pelo próprio governo "progressista" de Romano Prodi. Aliás, foi a centro-esquerda que Introduziu No cenário político italiano uma "ausência de excessos na luta contra o terrorismo por parte dos carabineiros, polícia, exército, juízes e serviços secretos".


Dessa forma a história dos anos de chumbo foi manipulada um ponto de conseguir Apresentar os grupos da esquerda armada como os únicos Responsáveis pelos 20 anos de instabilidade econômica e política e imortalizar os militantes da luta armada como desprezíveis Criminosos comuns. Foi nesse cenário que se iniciou o drama de Battisti, tornando-se alvo de "colaboradores que" Arrependidos, em troca de bombásticas Acusações contra o escritor, ganharam do Ministério do Interior, salários polpudos, nova
Identidade, Passaportes e residências na Alemanha e na Inglaterra. Não foi por acaso que o ex-ministro do Interior e depois presidente da República, Francesco Cossiga, escreveu uma carta a Battisti, explicando que ele foi um dos tantos "excessos Judiciários".


Justiça?


Quando o réu é um revolucionário comunista ou anarquista, o Estado de direito italiano utiliza a mão forte dos Tribunais ea retórica demagogia de seus jornais para Governos Pressionar e Opinião Pública um Fim de Obter uma extradição a todo custo. Porém, quando o réu é um dos tantos membros de grupos neofascistas ou agentes secretos ou políticos que cumpriram Tarefas nos anos da "Estratégia da Tensão", então o Estado italiano perde por completo a façanha de heróico e justiceiro silencioso vira um "direito de
Estado "que oculta tudo para não abrir Brechas com o passado comprometer POSSAM que uma política nova nomenclatura.


Parece ficção, mas, na Itália, os 20 anos de história política (1969/1989) nos Quais se registraram cerca de 8 mil Operações de guerrilha urbana, com um saldo de quase 450 mortos, mil feridos, 25 mil Procedimentos Judiciários, 4.500 presos políticos, 1.500 exilados políticos, na prática não existem,.


Os únicos retalhos dessa memória histórica são usados para celebrar uma vitória militar de um Estado de Direito Imaculado "e, também, para manter vivo nos italianos um forte sentimento de ódio e de vingança contra todos Aqueles que se atreveram a sonhar com uma utopia revolucionária . Por isso tudo a extradição de Battisti não é mais uma Necessidade da Justiça. É, antes de tudo, uma "questão de Estado", pela qual é a soberania do Brasil não vale nada.


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Achille Lollo é jornalista italiano, autor do documentário "Palestina, Nossa Luta, Nossa Terra".

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