Além do Cidadão Kane

sábado, 16 de maio de 2009

Palestinos comemoram a Catástrofe com marchas

O dia da independência de Israel é a Nakba dos Palestinos

AlArabiya.net
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Tradução de Francisca Macias
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Haj Mahmud Seida, de 78 anos, vestida com traje tradicional palestino, apoiava-se a dois rapazes e caminhava lentamente através da devastada aldeia palestina de Kafrain para comemorar a Nakba, ou Catástrofe, lamentando com milhares de pessoas, no desfile pela perda da terra e do Estado, no dia em que Israel celebra o seu nascimento.

“Somos o povo natural desta terra. Vamos em desfile por solidariedade com a Palestina, a nossa pátria perdida. Recusamos celebrar a fundação de Israel, construída sobre o sangue e a terra dos Palestinos que nunca esqueceremos” disse Seid à AlArabiya.net. “Chamamos a este desfile a ‘marcha da restituição’ para expressarmos a nossa esperança e determinação de um dia nos restituírem a nossa terra confiscada.”

Este ano, os Judeus de Israel começaram 3ª feira à noite, a celebrar a criação do seu estado há 61 anos, com a tradicional cerimônia de acender a tocha, em Mount Herzl em Jerusalém. Festivais aeronáuticos e espetáculos, festas e churrascos tiveram lugar em várias regiões na 4ª feira, enquanto bandeiras israelitas enfeitavam as ruas de Jerusalém e Tel Aviv.

Na 3ª feira, Israel parou durante dois minutos num solene ritual em que o país assinalou o anual ‘Knesset’, Reuven Rivlin disse que o Israel de 2009 “não é menos comovente do que o de 1949 – é mais democrático, mais aberto e tolerante e mais judaico na sua natureza e cultura.”

“Israel é agora mais sofisticado e menos demagógico. Pode ser menos ideológico, mas é o lar de mais idealistas. Esta ideologia pode ser menos devota, mas ela é mais humana e afetuosa,” continuou ele.

(Society for the Defence of the Rights of the Knesset’ Muhammed Barakat, presidente da Frente Democrática para a Paz e Igualdade (Hadash.

Barakat, que se identifica como um refugiado da aldeia de Kafrain, disse que para os Israelitas Árabes grande parte das comemorações da Nakba é uma reação à discriminação institucionalizada contra o 1,5 milhão de cidadãos Árabes de Israel.

“Os Árabes de ‘48, não só perderam a sua pátria e identidade como também não sentem nenhuma lealdade ao estado de Israel que se define a si próprio como um estado Judaico e falha em integrar os Árabes na estrutura básica da sociedade,” disse Barakat à Mossawa Advocacy Center, em Haifa, uma organização de direitos humanos.

Foi o slogan da campanha do nas eleições para o parlamento em Fevereiro. Ele apareceu como o terceiro maior partido e um parceiro indispensável na coligação do governo de direita de Netanyahu, enquanto partido de extrema-direita Yisrael Beiteinu do Ministro do Estrangeiro Lieberman acusava os legisladores Israelitas Árabes de procurarem a destruição de Israel.

“Não se pode esperar que os Israelitas Árabes se sintam em casa e festejem. Se a guerra Israelo-Palestiniana continuar, assim continuarão os problemas entre Árabes e Judeus”, disse Barakat.
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