Além do Cidadão Kane

terça-feira, 20 de abril de 2010

A hipocrisia espanhola na campanha anti-Cuba

Na Europa e nos EUA prossegue a campanha contra a Revolução Cubana desenvolvida a pretexto das greves da fome de delinqüentes presos, que são apresentados como intelectuais perseguidos pela sua luta em prol da democracia e da liberdade.

O governo da Espanha associou-se agora a essa campanha.

O PSOE de Zapatero e o PP de Rajoy uniram-se numa atitude inédita para apoiar no Parlamento um projeto de lei sem precedentes na União Européia. Segundo um dos parágrafos do texto a ser votado «o Congresso recomenda ao governo que inicie um dialogo com o governo de Cuba com o objetivo de obter a imediata e incondicional libertação de todos os presos de consciência, assim como o fim da greve da fome de Guillermo Fariñas». O diploma, cuja aprovação é uma certeza, condena a «cruel morte» de Orlando Zapata.

Esta insólita convergência do PSOE e do PP, unidos na intensa ofensiva anti–cubana ocorre no momento em que o Governo de Zapatero anunciou que unidades do exercito espanhol participarão nas manobras militares que, sob a direção do AFRICOM dos EUA, vão realizar-se no Sahel. É útil esclarecer que essas manobras são, aliás, promovidas à margem da NATO sem a intervenção de qualquer outro país da União Européia. Oficialmente o objetivo é o combate aos «terroristas da Al Qaeda». Na realidade, o gesto do governo de Zapatero confirma que a Espanha é hoje (com o Reino Unido) o mais fiel e dócil aliado do imperialismo norte-americano na UE.

Significativamente, os grandes diários de Madrid e Barcelona apóiam com entusiasmo o projeto de lei anti-cubano. Todos omitem, aliás, que muitos dos chamados «presos políticos de consciência» cuja libertação exigem são marginais condenados por assassínios e roubos, e mercenários envolvidos em atos delituosos financiados pelo Escritório de Interesses dos EUA em Havana.

É reconfortante, porém, a multiplicação na Espanha de iniciativas de solidariedade com a Revolução Cubana nestes dias em que o Partido de Zapatero, que se diz socialista, desencadeia contra ela, ombro a ombro com a direita franquista, uma campanha de calúnias.

Os Editores de ODIARIO.INFO

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