Além do Cidadão Kane

terça-feira, 25 de agosto de 2009

RACISMO!

Após agressão, Carrefour será processado por racismo

Januário Alves de Santana, que foi agredido por seguranças do Carrefour, em Osasco, irá processar a empresa e o Estado por racismo. Januário foi espancado durante 30 minutos por cinco seguranças do supermercado por ser negro e possuir um EcoSport.

No dia 7 de agosto, Januário encontrava-se ao lado de seu carro, cuidando da filha de dois anos que dormia no banco de trás. Pouco depois de soar o alarme de uma moto no estacionamento do supermercado, um homem armado e sem uniforme se aproximou para tentar prendê-lo. Como o proprietário resistiu, mais seguranças apareceram. Sem dar chance de explicação, o conduziram a uma sala onde foi mantido em cárcere privado e submetido a uma sessão de socos. A violência da agressão afetou o seu maxilar. “Eles falaram que eu ia roubar o EcoSport e a moto. Quando disse que o carro era meu, batiam mais”, relatou.

Segundo Januário, que é técnico em eletrônica e trabalha há oito anos como vigia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), com a chegada da Polícia Militar, iniciou a tortura psicológica. Em vez de receber socorro, a vítima foi tratada como um criminoso: “Você tem cara de que tem passagem pela polícia. Conta para nós. No mínimo, umas três passagens você tem. A sua cara não nega ‘negão’”, afirmou um policial.

Durante o tempo em que era espancado, sua mulher, um filho de cinco anos, a irmã e um cunhado faziam compras. Segundo o seu advogado, Dojival Alves, Januário era levantado por um segurança pelo pescoço enquanto os outros davam socos e coronhadas. Mesmo coberto de lesões, a vítima não recebeu socorro, tendo sido obrigado a ir de carro até o hospital.

Eduardo de Oliveira, presidente do Congresso Nacional Afro-Brasileiro (CNAB), manifestou “o mais veemente repúdio ao comportamento incontestavelmente racista e preconceituoso dos seguranças da multinacional, cujo crime ignominioso não pode ficar impune”. No sábado, dezenas de manifestantes protestaram no estacionamento do supermercado, denunciando o racismo. A empresa afastou um dos agressores, e ainda não identificou os outro quatro.
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Original em Hora do Povo

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