Além do Cidadão Kane

terça-feira, 13 de abril de 2010

Estado de sitio no Vale do Aguán

Militares cercam comunidades campesinas

Comandos fortemente armados formados por soldados do Exército e policiais e a Unidade especial anti-motins “Cobras” mantém cercada desde esta manhã a Comunidade Guadalupe Carney y Carbonales, e não deixam sair os camponeses da Cooperativa El Remolino, Paso Aguán, Panamá situadas na margem esquerda do Rio Aguán en Trujillo, Colón, pertencentes ao Movimento Camponês de Aguan, (MUCA).

Outra quantidade de militares se encontra a uma quadra da Cooperativa La Confianza, em um ato de intimidação, prontos para reprimir e desalojar aos camponeses. Líderes da região denunciam, que já chegaram os juízes executores para dar ordens de desocupação e de captura.

Hoje foram detidos quatro estudantes da Escola Normal Mista de Trujillo por não portarem documento de identidade, no desvio de Braulio, de Sonaguera a Trujillo. Parte da função militar é solicitar os documentos de identificação a toda a população que transita pelas ruas principais das cidades e entradas para as comunidades conferindo se aparecem en uma lista que portam os militares, disse uma dirigente da Coordenadoria de Organizações de Aguan, (COPA). Nas entradas de todas as comunidades, cerca de 15 policiais e 12 militares controlam o ingresso dos moradores a suas aldeias.

No domingo se contaram 35 ônibus de transporte público de todo o país que haviam chegado à zona, três carros de assalto ligeiros que ingressaram por Olancho, e patrulhas policiais de todo o país.

Os eletivos militares e policiais somam três mil, e têm sido alojados em várias instituições do Estado como o Banco Nacional de Desenvolvimento Agrícola, (Banadesa), na aldeia Zamora, no Instituto Nacional de Formação Profissional, INFOP, no Batalhão XV de Infantaria, na comunidade Rio Claro do Município de Trujillo, também se alojam nas instalações da indústria de óleo de coco do multimilionário palestino que reclama as terras em conflito, Miguel Facussé Barjum e outros em empresas de duvidosa reputação dirigidas por supostos empresários vinculados a negócios ilícitos nessa zona.

Hoje às 7 da manhã continuaram transitando por cidades do Vale de Sula mais caminhões repletos de militares provenientes de todo o país rumo ao Aguán, pelo que se prevê uma violenta expulsão massiva.

As manchetes do meio de comunicação nacional impresso sediado no Norte de Honduras, mas pró-governo e em conluio com os empresários para desencadear uma campanha de terror e desprestigio junto aos camponeses, informam neste dia uma vítima menor de idade assassinado sem, no entanto, acrescentar maiores detalhes.

Uma milionária soma de dinheiro é o custo do deslocamento dos mais de três mil militares que viajaram e, segundo fontes policiais, se manterão no Aguán por uns 30 dias até “estabelecer a paz no Baixo Aguán”.

Amanhã se iniciarão novamente as negociações na capital entre o governo e dirigentes do MUCA em meio à hostilidade, armas e terror a que estão sendo submetidos os camponeses.

Original em Habla Honduras
Traduzido por Rosalvo Maciel
 
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Um comentário:

João Henrique disse...

Estou aqui pela primeira vez.
Gostei e vou voltar.
Bom trabalho futuro para este blog.
Um abraço.

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