Além do Cidadão Kane

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

As promessas douradas dos desertos verdes viraram demissões e incertezas

Os jornais Correio do Povo e Zero Hora anunciam hoje que a Votorantim Celulose e Papel (VCP) demitiu 118 dos 207 funcionários do viveiro de Capão do Leão. A maioria dos trabalhadores atuava no plantio de eucaliptos. Em nota oficial, a empresa disse que, “devido aos impactos da desaceleração da economia global, com a conseqüente redução na demanda internacional por commodities, está adotando medidas de adequação da produção”.Outras duas empresas que prestam serviços à Votorantim também anunciaram demissões. A Carpelo, responsável pelo o plano de segurança da VCP e a Benfica Extremo Sul, encarregada do transporte, dispensaram os trabalhadores que tinham contratado. Segundo o gerente da Carpelo, José Andrade, o trabalho deste ano já foi finalizado e as atividades para 2009 estão suspensas. 'Eles comunicaram que, no ano que vem, não haverá plantio em nenhuma área da região', afirmou.A anunciada revolução na região Sul do Estado, que seria provocada pela expansão das monoculturas de árvores para a produção de celulose, começa a revelar que tinha pés de barro. Os prejuízos causados pelas operações especulativas da Aracruz e da Votorantim transformaram as promessas douradas em demissões e cortes de investimentos.O Diário Gauche destaca matéria publicada hoje, na “Folha de S. Paulo”: depois de ouvir especialistas e observadores de mercado do setor de papel e celulose, (a Folha) arrisca dizer que a empresa “Aracruz não tem como pagar dívida e continuar funcionando”. O jornal paulistano chega a falar em iminente “quebra” da papeleira, o que “geraria demissões em toda a cadeia produtiva” da celulose no Brasil.

Original em RS Urgente


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