Além do Cidadão Kane

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

NÃO SOMOS CONTRA POVOS!

Estamos recebendo comentários e e-mails de todas as cores e sabores... Desde aqueles tipo "bonzinho o blog de vocês, mas devia ter fotos de mulher pelada" até o o modelito mais hard tipo "nós sabemos onde vocês moram e sabemos que têm família". Alguns apelam: " Todos que leram a Bíblia sabem que os judeus são os 'escolhidos por Deus' e, por isso ganharão todas as guerras" - quer dizer, a ajuda norte-americana não vale nada... Há os sentimentais: "Eu defendo os palestinos porque eles são mais coitadinhos"; não poderia faltar o radical niilista: "Tem é que deixar que se matem porque é tudo terrorista" A variedade é tão grande que já está causando alguns problemas de identificação dentro da equipe: o Vasco está recolhendo material pró Israel - já conseguiu reunir mais de 4 linhas - e o Maciel está juntando fotos de mulheres nuas - já tem 3 de uma tal de "Luz del Fuego" que afirma ser maravilhosa... Ah! E eu tive a oportunidade - finalmente - de escrever alguma coisa!
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Como parece que tem muitas gente confundindo as coisas, achamos melhor esclarecer que não somos nem contra o POVO norte-americano, nem contra o POVO judeu, nem a favor de terroristas, mas somos radicalmente contra as políticas adotadas pelos governos norte-americano e israelita referente a condução da questão "terrorismo".
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Em primeiro lugar temos absoluta certeza de que, não fosse a política de exploração internacional adotada pelos governos norte-americanos há décadas e a política expansionista dos governos de Israel desde 1948, não haveria o chamado "terrorismo". Nenhum povo tem a "vocação nata" para destruir por destruir outro povo e, caso houvesse algum grupo de celerados disposto a explodir tudo que visse pela frente, seria, imediatamente, neutralizado e desarticulado pelo resto da população, quer fosse árabe, palestino ou judeu. A prova disso são os movimentos pacifistas que existem dentro do Estado de Israel, entre os árabes e entre os palestinos, e os movimentos contra a guerra que, cada vez mais, se desenvolvem dentro dos Estados Unidos da América.
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Infelizmente, no entanto, os governos, defendendo as posições de um sistema injusto e que vê, na acumulação de bens o objetivo da existência humana, como o é o sistema capitalista, adotam políticas que não representam a vontade e o desejo maior parte da população. Daí a dizer que "árabes e palestinos são terroristas e que judeus estão cobertos de razão" há uma grande distância.
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Existem grupos terroristas entre os palestinos? Alguns dizem que sim, outros chamam a esses grupos de "Resistência". Depende de que lado são olhados esses grupos... O governo de Israel acha que TODA a Palestina lhes pertence; os palestinos, que a contra gosto aceitaram a divisão da Palestina em dois Estados em 1948, querem tão somente que seja respeitada a decisão da ONU que, naquele ano, criou, junto com o Estado de Israel, o Estado Palestino - que os governos de Israel jamais deixaram que ocorresse.
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Vamos dizer no entanto, ad absurdo, que sejam terroristas os que defendem a existência dos palestinos. Mesmo assim é inadmissível que não se tome uma posição no momento em que o 4º exército em poderio militar do planeta ataque uma área, onde grande parte da população vive em Campos de Refugiados, com centenas de aviões F-16 de altíssimo poder e fogo e com dezenas de blindados sabendo, de antemão que a defesa será feita com bombas e foguetes de fabricação caseira; é inadmissível aceitar que soldados profissionais, altamente treinados, atirem sobre a população civil e desarmada mesmo que entre ela existam terroristas! O que se pensaria de uma polícia que, havendo um sequestrador mantendo reféns ou dez, ou, cinquenta, ou duzentas pessoas em um prédio, fosse eliminado com a explosão de uma bomba de uma tonelada? Será possível, em nome do que quer que seja, aceitar o uso de armas banidas por convenções internacionais como as bombas de fósforo branco? Será lícito aceitar que, mesmo que existam terroristas em meio a população civil, levar a fome a essa população para desencorajar o "bandido"? E se esse "terrorista" é tão bandido assim, por que ele se importaria com a fome dele ou de outros? Ou será que alguém disposto a morrer por algo que ele deseja desistirá ao primeiro sinal de fome? Não será verdade que, antes do "terrorista", morrerão de fome as crianças? Serão elas "terroristas"?
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Voltamos a afirmar que não somos contra o POVO de Israel, mas isso não nos obriga a ser contra o POVO Palestino.

Valesca Moroli
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