Além do Cidadão Kane

domingo, 26 de julho de 2009

Milhares de hondurenhos parados em barreiras militares

Traduzido por Rosalvo Maciel
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Uma complexa situação humanitária sofre hoje o departamento oriental de El Paraíso em Honduras, submetido sob condições de estado de sitio desde há três dias pelo governo de fato.

Milhares de pessoas têm tratado de chegar pelas rodovias dessa jurisdição até o posto fronteiriço com a Nicarágua em Las Manos, mas um número desconhecido está parado por barreiras do exército e da polícia.

Os soldados bloqueiam a passagem da população que procura chegar a Las Manos, para esperar ao presidente constitucional, Manuel Zelaya, que se encontra na vizinha nação.

Organizações populares e a Radio Globo têm recolhido doações da população em alimentos, remédios, água, colchonetes, cobertores e outros recursos, mas os golpistas não estão permitindo a chegada dessa assistência.

Os testemunhos recolhidos pela radio emissora assinalam que os simpatizantes de Zelaya não só sofrem as condições da vida à intempérie, como também da carência de alimentos, água e remédios.

Frente a uma dessas barreiras se encontram há três dias a mãe de Zelaya, Hortensia Rosales, sua esposa, Xiomara Castro, e uma de suas filhas, Hortensia, popularmente conhecida como “la Pichu”.

Castro rechaçou à noite uma oferta do governo de fato de um avião privado para trasladar-las a qualquer lugar e recordou que só pede que lhes deixem passar para poder reunir-se com Zelaya.
Não estou pedindo para abandonar o país porque não sou covarde, porque quero continuar a resistência junto ao povo, sublinhou em uma chamada à Radio Globo para repudiar o golpe militar de 28 de junho passado.

No entanto, é incerta a situação de muitas pessoas que decidiram seguir pelas montanhas para continuar caminhando até a fronteira para reunir-se com Zelaya, devido a presença das tropas do exército na região.

Testemunhas denunciaram à Radio Globo a existência de uma quantidade importante de detidos, um dos quais foi encontrado morto ontem em uma empresa cafeeira na localidade de Arenales, uns 90 quilômetros a leste da capital.

Os ouvintes exortam em suas chamadas à radio emissora a prosseguir a resistência pacífica, que neste domingo completa 29 dias consecutivos.
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Original em Tribuna Popular

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