Além do Cidadão Kane

sexta-feira, 27 de março de 2009

Quem perde e quem ganha com a crise

Em plena recessão, as vendas no mercado brasileiro de carros de luxo, com preços acima de R$ 120 mil, das quatro marcas mais representativas — Audi, BMW, Mercedes-Benz e Volvo — cresceram 31%, nos primeiros dois meses do ano, ante o mesmo período do ano passado, de 1.115 para 1.461 unidades.
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Nos demais segmentos, a retração foi puxada pelos carros populares, cujas vendas desabaram 6,3%, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Em igual período, os negócios com automóveis em geral caíram 4,5%, para 313,5 mil unidades. "É para mostrar quem está perdendo renda com a crise", salienta Marcos Arruda, economista do Instituto de Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs).

Arruda, que acaba de chegar de participar de debates na Malásia e na Suíça, considera que os pacotes anticrise da maioria dos países não tomam em consideração o fator chave: toda crise de crédito é uma crise de endividamento. "A solução que estão dando é canalizar recursos públicos para os bancos, para que estes financiem o consumo. Ou seja, aumentar a dívida de quem já está endividado", afirmou.

O caminho, segundo ele, seria adotar medidas de redistribuição da renda e da riqueza, como as reformas agrária e fiscal, auditoria das dívidas, entre outras, para enfrentar as raízes da crise mundial. Frisando que a má distribuição estende-se a setores como Saúde e Educação, Arruda considera "espantoso uma pessoa como o presidente Lula não estar comprometida com a redistribuição verdadeira, em vez de programas assistencialistas".

Monitor Mercantil/Vermelho

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