Além do Cidadão Kane

terça-feira, 24 de março de 2009

Marcha ao Pentágono exige o fim da ocupação do Iraque

No sexto ano da invasão do Iraque, mais de dez mil manifestantes foram às ruas de Washington no sábado, 21, pelo fim imediato da ocupação do país árabe e do Afeganistão. Além da capital, Los Angeles e São Francisco denunciaram: “Ocupação é crime”

Para exigir a imediata retirada do Iraque, e não a contagotas, e denunciar o sexto ano desde o início da guerra, dez mil manifestantes marcharam no sábado dia 21 sobre o Pentágono em Washington, em ato convocado por mais de mil organizações anti-invasão do país inteiro, encabeçadas pela coalizão Answer. “Tragam as tropas de volta para casa agora”, convocava a faixa que abria a manifestação, repleta de jovens e com expressivo contingente de veteranos de guerra. Outra faixa destacava: “Ocupação é Crime”. Também ocorreram manifestações com milhares na costa oeste, em Los Angeles e São Francisco. Em todas essas manifestações, os presentes repudiaram, ainda, as demissões e os despejos de milhões de pessoas, desencadeados pela crise detonada pela ganância de Wall Street: “Nós precisamos de empregos e escolas, não de guerra!”. As comunidades árabes radicadas nos EUA também participaram com destaque.

GENOCÍDIO

“Este é o lançamento do movimento anti-guerra na era pós-Bush. Bush se foi, mas a ocupação do Iraque continua, a guerra no Afeganistão está em escalada, e o povo da Palestina está vivendo sob estado de cerco”, afirmou o coordenador nacional da coalizão Answer, Brian Becker. Depois do QG da agressão ao Iraque, o Pentágono, os manifestantes se dirigiram até Cristal City, onde ficam as sedes da KBR (ex-Halliburton), Boeing, Lockheed Martin e General Dynamics, as empresas que mais lucraram com a invasão (além das petroleiras), e execradas pelos presentes como “mercadores da morte”. “Lockheed, you can’t hide, we charge you with genocide! [Lockheed, você não pode esconder, nós a acusamos de genocídio], cantaram os manifestantes.

A tropa de choque tentou, inutilmente, evitar que a multidão depositasse mais de 100 caixões simbólicos nas escadarias dessas corporações de Washington. Os caixões estavam cobertos com a bandeira dos EUA, do Iraque, Afeganistão e Palestina. Na quinta-feira – dia em que se completou os seis anos do assalto ao Iraque -, um veterano da guerra no Iraque, Forrest Schmidt, escalou o prédio do VA – o órgão federal encarregado dos assuntos dos Veteranos -, e pendurou uma enorme faixa com os dizeres: “Veteranos Dizem Não à Guerra e à Ocupação, Marcha do dia 21- Marcha ao Pentágono”. Foi preso, mas com a missão cumprida. Também coube aos veteranos estar à frente da manifestação, organizados por entidades como os Veteranos pela Paz, Veteranos do Iraque Contra a Guerra, a “Força-Tarefa” da Answer e veteranos do Vietnã.
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Em Los Angeles, milhares de pessoas foram às ruas contra a guerra, e o ato se encerrou diante do Teatro Kodak, com um dramático “die-in” – a manifestação em que os participantes se deitam no chão para simbolizar os mortos na invasão do Iraque. Entre os participantes, a Mãe pela Paz, Cindy Sheehan, cujo filho foi morto no Iraque, e o veterano da guerra do Vietnã, que ficou paralítico, Ron Kovic, cuja história ficou marcada em seu livro e no filme de mesmo nome “Nascido no 4 de Julho”. Também foram milhares os integrantes na vizinha São Francisco, apesar da truculência da polícia contra os manifestantes: “1,2,3,4, Não Queremos Sua Guerra Racista!”
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ANTONIO PIMENTA

Original em Hora do Povo

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