Além do Cidadão Kane

domingo, 15 de março de 2009

Das Maravilhas do Capitalismo II...

Pelo menos 45 milhões de russos vivem na pobreza


O presidente do Senado russo, Serguéi Mirónov, denunciou que os dados oficiais ocultam o número real de pobres na Rússia, onde um terço da população, cerca de 45 milhões de pessoas, vive com renda inferior ao nível de subsistência.
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"A estatística oficial reduz consideravelmente os níveis de pobreza dos habitantes. Na realidade, na Rússia pelo menos um terço da população (142 milhões de habitantes) é pobre", disse Mirónov em uma intervenção que foi noticiada hoje pelo diário "Nóvie Izvestia”.
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Segundo o Serviço Federal de Estatísticas da Rússia, Rosstat, em 2007 a renda de 18.9 milhões de russos, cerca de 13,4 por cento da população, foi inferior ao nível de subsistência, mas os especialistas afirmam que a cifra real é pelo menos o dobro."
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O número de pessoas que vivem abaixo do umbral da pobreza supera os dados do Rosstat em 20 milhões", disse à "Nóvie Izvestia" a deputada Oxana Dmítrieva, integrante do Comitê de Previsão e Impostos da Duma russa (câmara baixa do Parlamento).
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A legisladora explicou que um dos mecanismos para reduzir artificialmente a cifra de pobres é rebaixar em uns 20-30 por cento o nível de subsistência dos pensionistas em relação à população trabalhadora ativa, fazendo com que sejam excluídos da categoria de pobres.
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De acordo com o Rosstat, o nível médio de subsistência na Rússia foi no último trimestre de 2007 de 4 mil rublos por mês (167 dólares, 108 euros), enquanto que a cesta básica de alimentos custava, em media 3 mil 741 rublos (156 dólares, 101 euros).
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O salário médio mensal na Rússia foi no quarto trimestre do ano passado de 15 mil 742 rublos (656 dólares, 425 euros) e a aposentadoria media de 3 mil 971 rublos (165 dólares, 107 euros).
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O projeto de desenvolvimento da economia russa nos próximos anos, aprovado pelo Governo em maio passado, prevê reduzir o nível de pobreza no país para menos de 10 por cento da população em 2011.
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No entanto, "Nóvie Izvestia" destacou que, antes de desenvolver-se a atual crise financeira, as autoridades russas preferiam falar mais do aumento da renda da população nos últimos anos graças à bonança financeira que do problema da pobreza. O diário ressaltou que a renda da população só cresceu em média, o que se explica por um maior enriquecimento dos setores mais abastados.
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Segundo o Rosstat, se em 2000 a diferença de renda entre os 10 por cento dos habitantes mais ricos e os 10 por cento dos mais pobres foi de 13.9 vezes, em 2007 aumentou para 16,8. Analistas independentes asseguram, no entanto, que a distancia real entre as rendas dos mais ricos e dos mais pobres é de 25 vezes.
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O presidente do Senado russo denunciou, também, que a renda de quase metade da população cresce a um ritmo duas ou três vezes inferior aos dos preços e tarifas. "Se tomarmos em conta o crescimento este ano dos preços dos alimentos e das tarifas dos serviços, a renda real da população no próximo ano será inferior ao deste", disse Mirónov.
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Para Dmítrieva, a situação dos empregados e aposentados começou a piorar, pois "os aumentos de aposentadorias e salários foram calculados sobre uma inflação esperada de 10.5 por cento, quando ao final deste ano será de 15".
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Publicado por PCPE-Ex.

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