Além do Cidadão Kane

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Morte de sapateiro gaúcho ainda está impune

Em Setembro, completam-se três anos da morte do sapateiro Jair Antônio da Costa. O trabalhador e sindicalista foi assassinado por policiais durante protesto de sapateiros na cidade de Sapiranga, a 52 km de Porto Alegre.
O caso está sendo investigado pelo Foro de Justiça de Sapiranga, que ainda não concluiu o caso. Todos os depoimentos de defesa e de acusação já foram registrados, mas falta a decisão dos juízes sobre o indiciamento ou não dos policiais envolvidos.
O presidente da Federação Democrática dos Sapateiros, João Batista Xavier Silva, reclama da demora da Justiça em julgar o caso. Ele garante que os trabalhadores esperam que os acusados sejam levados à júri popular. "Nós estamos aguardando, porque já se sabe através das testemunhas quem são os envolvidos no crime. Queremos que a juíza indique os acusados para irem a júri popular", diz.
Nos dias 30 dos próximos meses, trabalhadores e sindicatos sapateiros irão realizar manifestações para acelerar a decisão da Justiça. Na última quarta-feira, dia 30, cerca de 600 trabalhadores de fábricas de calçados da região de Sapiranga e sindicatos realizaram ato no Viaduto São Luiz, na RS-239, para lembrar a morte de Jair, que completava no dia 2 anos e sete meses.
"A gente chamou para denunciar o descaso que está ocorrendo com o caso. O trabalhador foi assassinado barbaramente por um membro da Brigada Militar de Sapiranga e até hoje os assassinos ainda estão soltos. Por isso é que a sociedade se revolta", argumenta.
Jair Antônio da Costa trabalhava na empresa de calçados Beira-Rio há dez anos. Em 30 de Setembro de 2005, ele ajudou a organizar um protesto no Viaduto São Luiz contra a política estadual e federal para o setor, que tinha demitido na época mais de 20 mil sapateiros do Vale dos Sinos. A polícia foi ao local para dispersar a manifestação, o que gerou confusão. Testemunhas contam que sem motivo aparente, policiais tentaram imobilizar e algemar Jair, que acabou morrendo.

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