Além do Cidadão Kane
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Trabalhadores rurais vítimas de aliciamento acabam na cadeia
Doze trabalhadores vítimas de aliciamento de trabalho continuam presos sob acusação de dano ao patrimônio, formação de quadrilha e ameaça. Eles foram encaminhados para o presídio de segurança máxima Baldomero Cavalcanti e até então não têm nenhuma perspectiva de serem indenizados, terem seu dinheiro devolvido ou suas carteiras de trabalho de volta.
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Uma manifestação envolvendo mais de 800 trabalhadores aliciados por José Ferreira Lins Filho e Cícero Gomes dos Santos tomou as ruas de Matriz de Camaragibe no dia 31 de março. Os “gatos” (como são conhecidos os atravessadores de mão-de-obra para o corte da cana-de-açúcar em outros Estados) haviam sido presos, mas após firmarem juízo a devolução dos mais de R$ 120 mil com as respectivas carteiras de trabalho e pagarem fiança, trataram de se foragir da justiça.
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Numa ação desesperada, os trabalhadores rurais que vinham de diversas regiões de Alagoas e do sul de Pernambuco provocaram danos a propriedades no centro de Matriz de Camaragibe, atingindo principalmente o Fórum de Justiça Desembargador Paulo de Albuquerque. Mesmo com toda a pressão, não há nenhum sinal de resolução para retribuir as perdas dos trabalhadores. Muitos deles deixaram seus empregos, sem resgatar o FGTS para cair no golpe de Ferreira e Gomes.
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A prática identificada no litoral Norte alagoano configura mais uma prática conivente com o trabalho escravo, ainda presente no campo brasileiro. O agronegócio da cana-de-açúcar é responsável por 19% do trabalho escravo encontrado hoje, segundo dados do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis da Ong Repórter Social. Um dado que está devidamente apagado ou oculto é quem seria o contratante, o dono da Usina que receberia os trabalhadores para se aprisionarem por mais uma safra.
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Para entender melhor sobre as práticas de aliciamento e de trabalho em regime de escravidão em Alagoas e no Centro-Oeste, assista ao filme “Tabuleiro de cana, Xadrez de cativeiro”, produzido pela Comissão Pastoral da Terra (CPT-AL) e disponível AQUI
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Original em MST
Postado por O Velho Comunista às 23:36
Marcadores: Brasil, Direitos Humanos, MST, questão agrária, trabalho escravo
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