Além do Cidadão Kane

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sábado, 24 de maio de 2014

PAÍS ELIMINA POBREZA EXTREMA


 
       Os resultados alcançados pelo Plano Brasil Sem Miséria, lançado em 2011, aparecem no 5˚Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. O estudo aponta que o governo está a um passo de superar a pobreza extrema no país. Conforme o documento apresentado ontem pela presidente Dilma Rousseff, em 2012, o percentual da população em situação de pobreza extrema havia caído para 3,5%. Esse número ainda não reflete o impacto de medidas adotadas pelo Plano Brasil Sem Miséria ao longo de 2012 e parte de 2013. “Tudo aponta para a manutenção do ritmo acelerado da queda depois de 2012”, destacou a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à fome, Tereza Campello. A coleta de informações da próxima edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) ocorreu em setembro passado. “Esse relatório ainda não reflete parte importante das inovações do Brasil Sem Miséria, quando a complementação de renda às famílias em situação de pobreza extrema foi ampliada para as famílias com adolescentes até 15 anos e, finalmente, para todas as famílias que permaneciam extremamente pobres no Programa Bolsa Família”, observou a ministra. Apesar da defasagem nas informações, o relatório evidencia que a redução da pobreza no Brasil ganhou velocidade entre 2011 e 2012. Nesse período, a proporção de miseráveis passou de 4,2% para 3,5%. O número é próximo da meta de 3% estabelecida pelo Banco Mundial até 2030.

domingo, 23 de maio de 2010

A estupenda contribuição de Serra à criação do Bolsa Família no Brasil

Algo irritado, Serra, durante o encontro de prefeitos na quarta-feira, respondendo se iria acabar com o Bolsa Família, disse que “o Bolsa Família absorveu programas que eu mesmo criei, como foi o caso da Bolsa Alimentação, do Ministério da Saúde. Eu vou fortalecer o Bolsa Família”.

O Bolsa Família é o principal programa do Fome Zero. Seu objetivo, como anunciou o presidente Lula no mesmo dia em que foi eleito pela primeira vez, é fazer com que todos os brasileiros “comam pelo menos três vezes por dia”. Quem já esteve na miséria sabe o que significa isso – e quem não esteve, mas não é um embotado estúpido, é capaz perfeitamente de perceber.

Até então, a política era aquela verbalizada por Fernando Henrique: “não adianta dar o peixe”. A coordenadora dos “programas sociais” daquele governo, do qual Serra era ministro - uma certa Wanda Engel - disse, literalmente, que não havia fome no Brasil. E, assim, milhões de brasileiros, de seres humanos, vegetaram com estômagos vazios durante oito anos - e muitos morreram, sobretudo crianças.

O Bolsa Alimentação, segundo sua diretora, Denise Coitinho, grande defensora de Serra, era um programa específico para gestantes, mães que amamentavam e crianças até seis anos, onde se previa uma ajuda durante seis meses, com direito à prorrogação por mais seis meses. Somente foi lançado no final de 2001 – portanto, durou pouco mais de um ano (V. o artigo de Coitinho, “O Fome Zero e a Bolsa Alimentação”, Jornal da Unicamp, dez./2002).

Um especialista respeitável, José Graziano, que esboçou o Fome Zero, descreveu, em 2002, o Bolsa Alimentação: “... foi um programa criado pelo ministro José Serra com forte característica eleitoral. (…) foi uma resposta ao lançamento do Fome Zero, que nós fizemos em outubro do ano passado [2001]. Eles se deram conta de que não tinham um programa especificamente destinado a aumentar o consumo de alimentos e então saíram correndo com esse Bolsa Alimentação (…) destinado a gestantes e mães com crianças até dois anos de idade. É um público muito restrito” (entrevista ao Jornal da Unicamp, nov./2002).

Em poucas palavras: depois de se apresentar como inventor dos genéricos, sem o ser, Serra se apresenta agora como pai, ou pelo menos precursor, do Bolsa Família, que tem uma única relação com o seu programa: a de tê-lo substituído.

Algum tempo antes, diante da pergunta: “você vai acabar com o Bolsa Família, não?”, feita pelo apresentador José Luiz Datena, Serra começou o seu desmentido com a frase “eu não sou trouxa”. Foi inevitável que as pessoas interpretassem a resposta como se ele tivesse dito “eu não sou trouxa de dizer que vou acabar com o Bolsa Família”, embora ele não tivesse falado isso.

O interessante é que quanto mais Serra nega que vá acabar com o Bolsa Família, mais as pessoas acham que é isso mesmo o que ele faria se fosse eleito. Até o Datena...

Pois, afinal, os seus correligionários – aqueles que negavam a existência da fome - cansaram-se de chamar o Bolsa Família de “bolsa-esmola”. Um notório coça-saco do Serra, o Reinaldo Cabeção, chama até hoje assim o Bolsa Família. Da mesma forma, aquela meretriz da CIA, agora escondida no último refúgio dos canalhas, isto é, na “Veja”, que o Tanure enxotou do JB, parece que por excesso de serrismo.

Houve até um artigo no “O Globo” intitulado: “Bolsa-esmola: a receita de como gerar uma legião de vagabundos”, onde aparecia um latifundiário declarando que, com o Bolsa Família, “os operários não querem mais trabalhar”. Segundo o artigo, o Brasil estava diante de uma crise de mão de obra, inclusive na construção civil, pois o pessoal preferia ficar no Bolsa Família do que pegar no batente...

Mas, talvez, menos convincente ainda do que ter essa tralha por correligionários, seja o próprio Serra garantindo que vai continuar e até ampliar, ou reforçar, os programas sociais do governo Lula. Se é assim, por que ele não deixa de ser candidato e vota na Dilma?

C.L.

Original em Hora do Povo
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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Séria insegurança alimentar afeta 31 paises

Os preços dos alimentos nos países pobres que são importadores líquidos de alimentos ainda são muito altos, apesar da boa colheita mundial de cereais registrada em 2009, segundo afirmou na terça-feira, 10 de novembro, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), que afirmou que a séria insegurança alimentar afeta 31 países que precisam de ajuda de emergência.

Assim, no leste da África, a situação é particularmente séria, já que a seca e os conflitos levaram umas 20 milhões de pessoas a precisarem de tal ajuda, segundo a FAO. "Para os mais pobres do mundo, que gastam até 80% da renda familiar em alimentos, a crise dos preços ainda não acabou", advertiu o diretor-geral adjunto da FAO, Hafez Ghanem.

Na África Oriental, a situação é muito preocupante devido à má colheita e a escassez de forragem, por causa da falta de chuvas em diversas zonas, do incremento dos conflitos, das interrupções no comércio e da persistência de preços elevados.

Segundo o relatório, que esta agência da ONU publica em cada três meses, cerca de 3,8 milhões de quenianos sofrem insegurança alimentar extrema, muitos deles em áreas de pastoreio e agricultura marginais. Na Etiópia, o número de pessoas que precisa de ajuda alimentar emergente atingiu 6,2 milhões.

Em Uganda, ao redor de 1,1 milhão de pessoas necessitaram ajuda alimentar. No Sudão e Darfur está piorando a já precária segurança alimentar da população, visto que uns 5,9 milhões de pessoas necessitam ajuda alimentar.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Indignação com as laranjeiras

Luiz Carlos Bresser-Pereira
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Há uma semana, duas queridas amigas disseram-me da sua indignação contra os invasores de uma fazenda e a destruição de pés de laranja. Uma delas perguntou-me antes de qualquer outra palavra: "E as laranjeiras?" -como se na pergunta tudo estivesse dito.

Essa reação foi provavelmente repetida por muitos brasileiros que viram na TV aquelas cenas. Não vou defender o MST pela ação, embora esteja claro para mim que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra é uma das únicas organizações a, de fato, defender os pobres no Brasil. Mas não vou também condená-lo ao fogo do inferno. Não aceito a transformação das laranjeiras em novos cordeiros imolados pela "fúria de militantes irracionais".

Quando ouvi o relato indignado, perguntei à amiga por que o MST havia feito aquilo. Sua resposta foi o que ouvira na TV de uma das mulheres que participara da invasão: "Para plantar feijão". Não tinha outra resposta porque o noticiário televisivo omitiu as razões: primeiro, que a fazenda é fruto de grilagem contestada pelo Incra; segundo, que, conforme a frase igualmente indignada de um dos dirigentes do MST publicada nesta Folha em 11 deste mês, "transformaram suco de laranja em seres humanos, como se nós tivéssemos destruído uma geração; o que o MST quis demonstrar foi que somos contra a monocultura".

Talvez os dois argumentos não sejam suficientes para justificar a ação, mas não devemos esquecer que a lógica dos movimentos populares implica sempre algum desrespeito à lei. Não deixa de ser surpreendente indignação tão grande contra ofensa tão pequena se a comparamos, por exemplo, com o pagamento, pelo Estado brasileiro, de bilhões de reais em juros calculados segundo taxas injustificáveis ou com a formação de cartéis para ganhar concorrências públicas ou com remunerações a funcionários públicos que nada têm a ver com o valor de seu trabalho.

Por que não nos indignarmos com o fenômeno mais amplo da captura ou privatização do patrimônio público que ocorre todos os dias no país? Uma resposta a essa pergunta seria a de que os espíritos conservadores estão preocupados em resguardar seu valor maior -o princípio da ordem-, que estaria sendo ameaçado pelo desrespeito à propriedade.

Enquanto o leitor pensa nessa questão, que talvez favoreça o MST, tenho outra pergunta igualmente incômoda, mas, desta vez, incômoda para o outro lado: por que os economistas que criticam a suposta superioridade da grande exploração agrícola e defendem a agricultura familiar com os argumentos de que ela diminui a desigualdade social, aumenta o emprego e é compatível com a eficiência na produção de um número importante de alimentos não realizam estudos que demonstrem esse fato?

A resposta a essa pergunta pode estar no Censo Agropecuário de 2006: embora ocupe apenas um quarto da área cultivada, a agricultura familiar responde por 38% do valor da produção e emprega quase três quartos da mão de obra no campo.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, nesta Folha listou esses fatos e afirmou que uma "longa jornada de lutas sociais" levou o Estado brasileiro a reconhecer a importância econômica e social da agricultura familiar. Pode ser, mas ainda não entendo por que bons economistas agrícolas não demonstram esse fato com mais clareza. Essa demonstração não seria tão difícil -e talvez ajudasse minhas queridas amigas a não se indignarem tanto com as laranjeiras.
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LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA , 75, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de "Macroeconomia da Estagnação: Crítica da Ortodoxia Convencional no Brasil pós-1994".
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Publicado em MST

sábado, 17 de outubro de 2009

Brasil é apontado como exemplo no combate à fome no mundo

No Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, a FAO e a Action Aid divulgaram estudos sobre a situação da fome no mundo. As duas organizações destacaram a qualidade das políticas implementadas pelo governo brasileiro no combate à fome e à pobreza. Em 2009, segundo a FAO, mais de 1 bilhão de pessoas vivem em situação de subnutrição. Situação piorou depois da crise econômica mundial. A produção mundial de alimentos deve aumentar em 70% nos próximos 40 anos para suprir a demanda crescente, adverte a FAO.

Redação - Carta Maior

No dia 16 de outubro, a organização não-governamental ActionAid, que trabalha em mais de 40 países no combate à pobreza, divulgou documento afirmando que o Brasil é o líder no combate à fome entre os países em desenvolvimento. Segundo o documento, lançado no Dia Mundial da Alimentação, o Brasil demonstra “o que pode ser atingido quando o Estado tem recursos e boa vontade para combater a fome”. A ActionAid elaborou uma lista a partir de pesquisas sobre políticas sociais contra a fome aplicadas por governos de 50 países. A partir dessa análise, construiu dois rankings, um dos países desenvolvidos (liderada por Luxemburgo) e outra dos países em desenvolvimento (liderada pelo Brasil).

Em seu estudo, a organização elogia os esforços do governo brasileiro em adotar programas sociais para lidar com o problema da fome no país, destacando os programas Bolsa Família e Fome Zero. “O Fome Zero lançou um pacote impressionante de políticas para lidar com a fome – incluindo transferências de dinheiro, bancos de alimentação e cozinhas comunitárias. O projeto atingiu mais de 44 milhões de brasileiros famintos”, diz o documento. Além disso, acrescenta, o programa ainda ajudou a reduzir a subnutrição infantil em 73%.

Para a ActionAid, o Brasil é exemplar no exercício do direito ao alimento. A entidade cita a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan 2006) e a criação do Ministério do Combate à Fome como medidas de que exemplificam que o direito à alimentação está sendo cada vez mais reconhecido como direito fundamental. Por outro lado, ressalta, o Brasil ainda tem áreas em que pode melhorar, como o desafio de incluir os trabalhadores sem terra e pequenos agricultores nos programas sociais de alimentação. “É imperativo que famílias em pequenas fazendas também estejam protegidas da expansão dos enormes programas industriais de biocombustíveis do Brasil”, diz o documento.

Mais de 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo

A agência da ONU para alimentação e agricultura, FAO, estima que 1,02 bilhão de pessoas viveram em estado de subnutrição no mundo todo em 2009. Segundo a organização, o número de pessoas em situação de fome estava crescendo mesmo antes da crise mundial e, depois dela, a situação só piorou. Esse levantamento indica a existência de mais pessoas com fome do que em qualquer outra época desde 1970 e uma piora das tendências que já estavam presentes antes mesmo da crise econômica, avalia a FAO. “A meta da Cúpula Mundial sobre Alimentos (de 1996), de reduzir o número de pessoas subnutridas pela metade, para não mais do que 420 milhões até 2015, não será alcançada se as tendências que prevaleceram antes da crise continuarem”, diz documento divulgado pela entidade no dia 16 de outubro.

Ainda segundo a FAO, as regiões da Ásia e Oceano Pacífico têm o maior número de pessoas subnutridas, 642 milhões, seguidas pela África Subsaariana, com 265 milhões de pessoas. O Índice Global de Fome, pesquisa publicada pela Unidade Internacional de Pesquisa em Política Alimentar (IFPRI, na sigla em inglês), revelou que a República Democrática do Congo foi o país com o maior aumento da fome desde 1990, seguido por Burundi, Comores (arquipélago no Oceano Índico) e o Zimbábue.

A produção mundial de alimentos deve aumentar em 70% nos próximos 40 anos para suprir a demanda crescente, adverte a FAO. A agência estima que os governos de países em desenvolvimento precisam passar a investir anualmente US$ 44 bilhões em agricultura para alimentar uma população que calcula-se que será de 9 bilhões de pessoas em 2050. Hoje, este investimento é da ordem de US$ 7,9 bilhões. As mudanças climáticas e o êxodo para as cidades também devem contribuir para a falta de alimentos nos próximos anos, diz estudo da entidade.

A crise econômica reduziu a ajuda estrangeira e o investimento em países mais pobres, além de diminuir o envio de dinheiro dos que trabalham em países mais ricos. Diante desse quadro, a FAO fez um apelo por um maior esforço internacional para diminuir a fome no mundo e também para garantir mais investimentos em agricultura e dispositivos de segurança para a economia em países mais pobres. Além disso, alerta para uma crise no preço dos alimentos, que se estabilizaram em um nível muito alto para muitas pessoas em países em desenvolvimento. Como solução para esses problemas, a entidade defende, entre outras medidas, dar mais poder para mais mulheres nos países em desenvolvimento, por meio de educação e mais acesso a empregos.

Por outro lado, assinala a organização, alguns países apresentaram uma melhora dramática nos níveis de subnutrição desde 1990, incluindo aí o Brasil, o Vietnã, a Arábia Saudita e o México. Ao citar as medidas adotadas pelo Brasil para a melhora nos níveis de subnutrição, a FAO cita programas do governo como o Fome Zero, o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e também o aumento do salário mínimo.

Bolsa Família aumenta escolaridade da população

Dados divulgados esta semana pelo governo federal confirmam as avaliações da FAO e da Action Aid no que diz respeito à relação entre o combate à fome e a melhoria da qualidade de vida da população.

Cerca de 500 mil jovens e adultos beneficiários do Bolsa Família ou que estão no Cadastro Único foram alfabetizados em 2006 e 2007. O percentual de pessoas cadastradas atendidas por programas de alfabetização aumentou de 21,9%, em 2006, para 33,8% em 2007. A articulação do MDS com o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), do Ministério da Educação, possibilitou que essas pessoas iniciassem os estudos ou voltassem às salas de aula. Dos 536.289 alfabetizados no período, 379.465 são atendidos pelo programa de transferência de renda.

A ligação do Bolsa Família com a educação faz parte do desenho institucional do programa. Os beneficiários precisam manter os filhos na escola e cumprir uma agenda básica de saúde. O objetivo é estimular acesso da população pobre aos serviços básicos de educação e saúde para melhorar as condições de vida desse público. Segundo análise feita pelo coodernador-geral do Bolsa Família, Franco Bernardes, da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania do MDS, o Nordeste - região com os maiores índices de analfabetismo (24% dos beneficiários) - está investindo mais na educação de seus habitantes. A região responde por 88% dos beneficiários alfabetizados nos dois anos.

A comparação entre Estados mostra que Alagoas obteve o maior desempenho, com a alfabetização de 29% de pessoas atendidas pelo Bolsa Família. Ceará e Pernambuco vêm logo em seguida com 23% de beneficiários alfabetizados. Na região Sudeste, Minas Gerais responde por 70% dos beneficiários alfabetizados. No Norte, somando Pará, Amazonas e Acre, os três Estados alcançam 78% das pessoas atendidas pelo Bolsa Família na região.
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Fome Zero reduziu a desnutrição infantil em 73%, diz ONG

O grupo ativista ActionAid divulgou relatório nesta sexta-feira (16) elogiando o Brasil e a China pelos esforços feitos para combater a fome nos países. O documento cita o programa Fome Zero, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reduziu a desnutrição infantil em 73% e a mortalidade infantil em 45% no Brasil. A China reduziu o número de pessoas que passam fome em 58 milhões ao longo de dez anos.
Contrastando com isso, outros 30 milhões se somaram às fileiras dos que passam fome na Índia desde meados dos anos 1990, apesar do aumento da renda per capita nesse país, e 47% das crianças com menos de 6 anos de idade estão abaixo do peso.
O documento aponta ainda que a maioria dos países ricos vem descumprindo suas promessas de aumentar a ajuda alimentar e agrícola dada aos países pobres.
Divulgado no Dia Mundial da Alimentação, o relatório também afirma que as promessas recentes do G8 de gastar US$ 20 bilhões nos próximos três anos para ajudar os países pobres a se alimentarem não estão sendo cumpridas e que não foi fixado nenhum cronograma claro para as ações.
O número de pessoas que passam fome no mundo ultrapassou 1 bilhão este ano --105 milhões mais que em 2008--, e o ActionAid redigiu uma tabela mostrando até que ponto os países ricos vêm cumprindo suas promessas de aumentar a ajuda.
A tabela mede a ajuda dada para a agricultura e a segurança alimentar entre 2005 e 2007, comparando-a com um chamado lançado pela ONU por US$ 30 bilhões anuais adicionais até 2012.
De acordo com o documento, com a exceção dos três maiores doadores --Luxemburgo, Suécia e Noruega--, a maioria dos países ricos não cumpre nem sequer metade do que é esperado deles para atingirem o alvo fixado para 2012.
O relatório também lança um olhar crítico sobre as promessas do G8 feitas numa cúpula na Itália em julho.A cúpula do G20 realizada em setembro resultou num pedido ao Banco Mundial para que fosse criado um fundo para aumentar os investimentos agrícolas nos países pobres, mas não foi fixado um prazo ou cronograma para a criação.
O embaixador dos EUA junto às agências alimentares da ONU disse em Roma nesta semana que Washington vai depositar nesse fundo os US$ 3,5 bilhões que prometeu como parte da iniciativa do G8, mas que a forma exata que o valor irá tomar ainda não foi determinada.
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Original em Vermelho

Via Campesina recebe prêmio nos EUA

Durante a Conferência anual da Coligação da Segurança Alimentar Comunitária (CFSC) celebrada em Des Moines, Iowa, entre 10 e 13 de outubro, a Via Campesina recebeu o prêmio 2009 da Soberania Alimentar por sua incansável luta pela garantia de alimentos aos povos do mundo e contra o desastroso sistema neoliberal da agricultura industrial.

Diante de centenas de delegados de diversos países, Dena Hoff, da região da América do Norte, e Edgardo García, da região da América Central, receberam o prêmio das mãos de Molly Anderson, presidente da CFSC. Durante a entrega, Anderson destacou o empenho mundial da Via Campesina na criação de um sistema alimentício mais democrático, que possa resolver o sério problema do aumento da fome no planeta.

Dena Hoff, agricultora de Montana e dirigente da Coligação Nacional de Granjeiros Familiares (NFFC), agradeceu em nome dos milhões de camponeses, mulheres, povos indígenas, trabalhadores rurais migrantes e jovens a distinção recebida, e reafirmou o compromisso da Via Campesina em seguir trabalhando até alcançar a soberania alimentar em todos os cantos do planeta.

Edgardo García, dirigente da Associação de Trabalhadores do Campo (ATC) da Nicarágua, agradeceu a solidariedade dos presentes e os convocou a levar a cabo transformações profundas através da luta pela soberania alimentar, para assegurar que ninguém passe fome, que a comida de que precisam os povos não esteja em mãos das corporações ambiciosas que apenas buscam lucros, e para criar sociedades verdadeiramente democráticas, mais justas e dignas. García levantou o espírito da conferência quando leu uma mensagem de Rafael Alegría, dirigente da Via Campesina em Honduras e dirigente da Frente Nacional da Resistência contra o Golpe, para chamar a solidariedade concreta do povo norte-americano à heróica luta do povo hondurenho. “Este prêmio”, disse García, “vai para Honduras a acompanhar a luta camponesa e popular”.

Este prêmio é o primeiro que a CFSC entrega durante sua conferência anual. A decisão de outorgá-lo à Via Campesina é um reconhecimento do pioneirismo da entidade por cunhar o conceito de soberania alimentar como alternativa ao modelo neoliberal que segue aumentando a fome, destruindo economias camponesas e deslocando povos indígenas, e que levou ao controle de alimentos por um punhado de corporações multinacionais – culminando em uma crise que ameaça a toda a humanidade.
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Original em MST

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Agrotóxicos no seu estômago

Por João Pedro Stedile

Os porta-vozes da grande propriedade e das empresas transnacionais são muito bem pagos para todos os dias defender, falar e escrever de que no Brasil não há mais problema agrário. Afinal, a grande propriedade está produzindo muito mais e tendo muito lucro. Portanto, o latifúndio não é mais problema para a sociedade brasileira. Será? Nem vou abordar a injustiça social da concentração da propriedade da terra, que faz com que apenas 2%, ou seja, 50 mil fazendeiros, sejam donos de metade de toda nossa natureza, enquanto temos 4 milhões de famílias sem direito a ela.

Vou falar das consequências para você que mora na cidade, da adoção do modelo agrícola do agronegócio.

O agronegócio é a produção de larga escala, em monocultivo, empregando muito agrotóxicos e máquinas.

Usam venenos para eliminar as outras plantas e não contratar mão de obra. Com isso, destroem a biodiversidade, alteram o clima e expulsam cada vez mais famílias de trabalhadores do interior.
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Na safra passada, as empresas transnacionais, e são poucas (Basf, Bayer, Monsanto, Du Pont, Sygenta, Bungue, Shell química...), comemoraram que o Brasil se transformou no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. Foram despejados 713 milhões de toneladas! Média de 3.700 quilos por pessoa. Esses venenos são de origem química e permanecem na natureza. Degradam o solo. Contaminam a água. E, sobretudo, se acumulam nos alimentos.

As lavouras que mais usam venenos são: cana, soja, arroz, milho, fumo, tomate, batata, uva, moranguinho e hortaliças. Tudo isso deixará resíduos para seu estômago.

E no seu organismo afetam as células e algum dia podem se transformar em câncer.

Perguntem aos cientistas aí do Instituto Nacional do Câncer, referência de pesquisa nacional, qual é a principal origem do câncer, depois do tabaco? A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) denunciou que existem no mercado mais de vinte produtos agrícolas não recomendáveis para a saúde humana. Mas ninguém avisa no rótulo, nem retira da prateleira. Antigamente, era permitido ter na soja e no óleo de soja apenas 0,2 mg/kg de resíduo do veneno glifosato, para não afetar a saúde. De repente, a Anvisa autorizou os produtos derivados de soja terem até 10,0 mg/kg de glifosato, 50 vezes mais. Isso aconteceu certamente por pressão da Monsanto, pois o resíduo de glifosato aumentou com a soja transgênica, de sua propriedade.

Esse mesmo movimento estão fazendo agora com os derivados do milho.

Depois que foi aprovado o milho transgênico, que aumenta o uso de veneno, querem aumentar a possibilidade de resíduos de 0,1 mg/kg permitido para 1,0 mg/kg.

Há muitos outros exemplos de suas consequências. O doutor Vanderley Pignati, pesquisador da UFMT, revelou em suas pesquisas que nos municípios que têm grande produção de soja e uso intensivo de venenos os índices de abortos e má formação de fetos são quatro vezes maiores do que a média do estado.

Nós temos defendido que é preciso valorizar a agricultura familiar, camponesa, que é a única que pode produzir sem venenos e de maneira diversificada. O agronegócio, para ter escala e grandes lucros, só consegue produzir com venenos e expulsando os trabalhadores para a cidade.

E você paga a conta, com o aumento do êxodo rural, das favelas e com o aumento da incidência de venenos em seu alimento.

Por isso, defender a agricultura familiar e a reforma agrária, que é uma forma de produzir alimentos sadios, é uma questão nacional, de toda sociedade.

Não é mais um problema apenas dos sem-terra. E é por isso que cada vez que o MST e a Via Campesina se mobilizam contra o agronegócio, as empresas transnacionais, seus veículos de comunicação e seus parlamentares, nos atacam tanto.

Porque estão em disputa dois modelos de produção. Está em disputa a que interesses deve atender a produção agrícola: apenas o lucro ou a saúde e o bem-estar da população? Os ricos sabem disso e tratam de consumir apenas produtos orgânicos.

E você precisa se decidir. De que lado você está?
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Publicado em MST

domingo, 20 de setembro de 2009

No ano passado, 3,8 milhões de brasileiros deixaram de ser pobres

A crise financeira internacional diminuiu o ritmo de crescimento econômico do Brasil a partir do final de 2008, mas não impediu que houvesse uma redução da pobreza. Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), um total de 3,8 milhões de brasileiros saíram da miséria no ano passado, o que representou uma queda de 12,27% no número de pessoas pobres.
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Os dados constam da pesquisa Consumidores, Produtores e a Nova Classe Média, elaborada pelo Centro de Políticas Sociais (CPS) da FGV e que será apresentada na próxima segunda-feira (21).
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A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) mostrou que, em 2008, os pobres sofreram menos com a desaceleração da economia provocada pela crise. Para os 10% das pessoas ocupadas com rendimentos mais baixos, o crescimento da renda média mensal foi de 4,3% no ano passado, enquanto para os 10% com rendimentos mais elevados houve elevação de 0,3%.

Segundo o levantamento da FGV, 19,3 milhões de brasileiros saíram da miséria desde 2003 com a melhoria do mercado de trabalho, o aumento do salário mínimo e os programas de transferência de renda como o Bolsa Família. Atualmente, o Brasil tem 16,02% da população abaixo da linha de pobreza, num total de 29,3 milhões de miseráveis.
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Caso não houvesse a mudança dos últimos seis anos, a FGV calcula que o país estaria com 50 milhões de pobres. Em 1993, a economia brasileira tinha 35,03% da população na situação de miséria. Entre 1995 e 2003, esse indicador girou em torno de 28%.
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terça-feira, 23 de junho de 2009

Grãos aumentam até 115% devido a produção de bicombustíveis

Nos últimos dois anos, segundo o Banco Mundial, caíram na pobreza entre 130 e 155 milhões de pessoas
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O milho e o arroz, dois dos pilares fundamentais da alimentação dos povos mais pobres do mundo, aumentaram entre 50 a 115 por cento, respectivamente, com relação ao preço que tinham antes que a demanda de grãos aumentara para ser utilizados na fabricação de bicombustíveis, segundo dados do Banco Mundial (BM).
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O organismo mundial advertiu que entre 130 e 155 milhões de pessoas caíram na pobreza em todo o mundo nos últimos dois anos, período em que a crise desencadeada pela alta no preço dos alimentos se somou ao incremento na demanda dos combustíveis e à maior recessão econômica em 70 anos.
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"Os preços de alimentos em muitos países não baixaram, mesmo quando se observam diminuições nas cotizações dos mercados internacionais de grãos", expôs o Banco Mundial.
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O BM acrescenta que no caso da América Latina, uma região que tradicionalmente é exportadora nata de alimentos, a inflação no custo dos alimentos se mantém, algo que está afetando o salário, nutrição e saúde das populações mais pobres da região.
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Na sexta-feira passada, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) revelou que um em cada seis habitantes do planeta passa fome todos os dias, o maior número na historia da Humanidade.
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A falta de alimento nas mesas de um bilhão e vinte milhões de pessoas em todo o mundo, 100 milhões mais que no ano anterior é provocada pela crise do capitalismo mundial, que tem causado por sua vez uma diminuição nos rendimentos dos mais pobres e um aumento no desemprego, segundo informação da FAO, difundido na sexta-feira em Roma, Itália.
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Em meados de 2008, antes que a crise hipotecaria e bancária estadunidense se convertesse em mundial, os habitantes dos países mais pobres do planeta estavam sendo vítimas de outro tipo de crise, a dos alimentos, cujos preços aumentaram notavelmente.
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Este aumento era provocado sobre tudo pelo uso dado aos grãos alimentícios para produzir bicombustíveis, em um momento em que os preços do petróleo alcançavam máximos históricos. A crise econômica só contribuiu para agravar os problemas que milhões de pessoas tinham para adquirir alimentos.
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Outro dos aspectos que tem contribuído para piorar a situação dos países em vias de desenvolvimento, e que é ocasionada diretamente pelo desastre financeiro internacional, é a diminuição no envio de remessas, que em países da Centro América, Caribe, sul da Ásia e África, representa uma das principais fontes de renda familiar.
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O Banco Mundial prevê uma redução das transferências de migrantes aos países em desenvolvimento de 5 a 8 por cento aproximadamente em 2009. Isto significa que os receptores de remessas disporão entre 14 bilhões e 23 bilhões de dólares menos este ano, em comparação com 2008.
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A redução tem relevância devido a que nos anos anteriores se registraram taxas de crescimento anual de remessas de até 20 por cento, como é o caso do México, país em que o último dado disponível, no primeiro quadrimestre deste ano, mostra uma variação negativa de 3 por cento no ingresso deste fluxo de recursos.
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Normalmente, as remessas resistiam às comoções e muitas vez inclusive se incrementavam durante as crises econômicas nos países receptores. É pouco provável que os efeitos anticíclicos dessas transferências se repitam nesta ocasião devido à dimensão mundial da atual recessão, segundo o informe da FAO.
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Traduzido por Rosalvo Maciel

sábado, 20 de junho de 2009

Nafta destrói a agricultura e gera crise alimentar no México

A crise alimentar no México vai piorar nos próximos meses segundo alertou a Comissão de Agricultura e Pecuária da Câmara de Deputados mexicana.Documento da Comissão, divulgado no dia 16, denuncia que o país deixou de ser autosuficiente em produtos alimentares, particularmente milho, sorgo e arroz e agora depende das importações dos EUA. Uma situação que vem degenerando desde a implantação do NAFTA (sigla em inglês para o tratado de livre comércio establecido pelo México com os EUA).

Quase 100% dos grãos são importados dos EUA o que conecta os mexicanos de forma dependente à atual crise econômica vivida pela economia norte-americana. Isto porque os recursos para a importação vinham das exportações aos EUA, o que diminuiu com a redução drástica da atividade produtiva do vizinho do México ao norte. Hector Padilha, do partido PRI, alertou que a questão alimentar já se tornou questão de segurança nacional.

A Comissão destacou ainda que o México também foi atingido pela onda especulativa nos preços dos alimentos nos anos recentes.

A Confederação Nacional Camponesa (CNC) destacou que além do perigo de desabastecimento alimentar, a crise no setor também está afetando os camponeses uma vez que a importação levou o desemprego a se alastrar no campo. Afetados foram os setores agrícola e também a pecuária.

O presidente da Câmara dos Deputados, César Duarte, que também integra a CNC, denunciou o aumento da pobreza e a consequente migração.

Além disso, denuncia o deputado, o pequeno apoio à atividade rural vai para os grandes empresários do setor: “A maior parte do apoio concedido pelo Governo Federal é canalizado para os grandes empresários apesar destes representarem somente 5% do mundo rural”.
Original em Hora do Povo

1,2 bilhões de pessoas passam fome no mundo

O aumento do preço dos alimentos que ocorreu a partir do surgimento da crise econômica internacional, é um dos fatores aos quais se atribui o recorde no aumento do número de pessoas que passam fome no mundo. A atual situação financeira e o preço da comida foi classificada como uma "perigosa mescla" pelo diretor da FAO, Jacques Diouf.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), denunciou nesta sexta-feira que uma de cada seis pessoas no mundo passa fome, o que equivale a 1,2 bilhões de cidadãos, quantidade que aumentou nos últimos meses em comparação com cifras anteriores, pela crise econômica mundial, segundo destaca o organismo.
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O diretor da FAO, Jacques Diouf, e a diretora do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Josette Sheeran, assistiram nesta sexta-feira a uma conferencia de imprensa, na qual apresentaram os resultados da crise econômica global e os altos preços dos alimentos sobre o problema da fome no mundo.
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Segundo os dados publicados nos meios de comunicação, além de registrar-se um aumento das pessoas com fome no mundo, desde há três anos se tem elevado a percentagem da população mundial que se encontra nessa circunstancia.
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Diouf afirmou que pela "perigosa mescla de crise econômica e altos preços dos alimentos" o ano passado 100 milhões de pessoas entraram na categoria de famintos. Este fato supôs "um aumento de 11 por cento".
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Assinalou que ao problema se soma os baixos salários e o crescente desemprego, que reduzem as possibilidades das pessoas de baixos recursos de adquirir alimentos.
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O funcionário definiu a situação como uma silenciosa crise que ameaça a paz mundial e a segurança.
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"Não podemos ser indiferentes ante a presente situação da insegurança alimentar no mundo", insistiu Diouf.
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Diouf se mostrou esperançoso na próxima conferencia mundial sobre alimentos que ocorrerá em Novembro deste ano, para abordar o tema e acatar as soluções a respeito.
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Propôs que se trabalhe em "uma nova ordem alimentar mundial".
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Tanto Diouf, como a diretora do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Josette Sheeran e o representante do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Matthw Wyatt, se mostraram de acordo em que a crise alimentar não se deve "a uma falta de conhecimentos".
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Sheeran informou que sua organização leva a cabo programas nos quais não se oferece comida aos necessitados, apenas lhes entregam vales para que comprem alimentos "nos mercados locais".
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A representante do PMA disse que "com só 1 por cento ou menos dos pacotes de estímulo" que os governos de todo o mundo programaram para sair da crise, se pode estabilizar a situação alimentar.
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Traduzido por Rosalvo Maciel
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Original em Telesur

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Venezuela impulsiona uma Revolução alimentar

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chávez, ratificou neste domingo que o país sul-americano vai rumo à independência alimentar, quando produz uma quantidade importante de alimentos para a exportação para outras nações com menos potencial econômico.

Durante o programa dominical Alô Presidente número 333, transmitido da Propriedade Agropecuária ‘La Bandera’, localizada no estado de Táchira (sudoeste), o mandatário venezuelano informou que "os mil 200 hectares de extensão desse centro de produção leiteira são terras recuperadas que estavam nas mãos do narcotráfico".

"Estamos mostrando como baseado no modelo socialista segue aumentando a produção nacional. Esta propriedade tem vacas que produzem cerca de 7,5 litros de leite diários (...) Propiedade de todos os venezuelanos", asseguróu.

Explicou que quando o Governo tomou essa propriedade, faz um ano e meio, havia 1.300 cabeças, e hoje se dispõe de 1.985, o que significa um incremento aproximado de 38% na produção.

"Vamos-nos rumo a ser um país com independência alimentar, soberania alimentar, e só desta maneira conseguiremos", sentenciou.

O presidente Chávez recordou que ao chegar ao Governo faz 10 anos o rebanho venezuelano passava um pouco dos 10 milhões de animais; logo se produziram o golpe de Estado de abril de 2002, a sabotagem econômica no final desse ano e o terrorismo e veio abaixo a produção.

Apesar disto, atualmente se está levantando a produção e se tem 12 milhões de cabeças de gado em todo o país, assinalou.

Nesse sentido, estima que para 2012 se chegue a 14 milhões de animais, o que permitiria pensar que durante a segunda década de gestão revolucionaria a Venezuela poderia estar exportando gado para ajudar a países que lamentavelmente não tem o potencial para alcançar essas metas.O Mandatário felicitou ao ministro do Poder Popular para a Alimentação, Félix Osorio, pelo funcionamento da Propriedade ‘La Bandera’, que depois de ser recuperada foi cedida à rede de Mercados de Alimentos (Mercal) para gerar o novo sistema produtivo socialista.
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Original em Telesur
Traduzido por Rosalvo Maciel
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sábado, 13 de junho de 2009

No mundo há 150 milhões de crianças vivendo na rua

Crianças das ruas, o desamparo eterno?
No mundo há 150 milhões de crianças vivendo na rua. Estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) asseveram que as crianças são os mais golpeados pela pobreza; nenhum outro grupo de idades é tão vulnerável.

María Julia Mayoral *
Traduzido por Rosalvo Maciel
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A ONU assegura que no mundo há uns 150 milhões de ''crianças de rua'', vivendo na mendicidade, vítimas muitas vezes da droga e da prostituição: um mal conhecido e em crescimento. Nenhuma região do planeta está isenta do drama diário dos menores abandonados à sua sorte. Para o año 2020 poderían chegar a 800 milhoes, alertan os especialistas.
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Estudos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirmam que as crianças são os mais atingidos pela pobreza; nenhum outro grupo de idades é tão vulnerável. ''Causa neles danos físicos e psicológicos para toda a vida''. Para a UNICEF, sobrevivência, proteção e desenvolvimento dos menores constituem imperativos de caráter universal e Forman parte integrante do progresso de a humanidade.

A Convenção das Nações Unidas sobre Direitos das Crianças, ratificada por quase todos os países, com exceção dos Estados Unidos e Somália, dispõe em seu artigo 39 responsabilidades claras. ''Os Estados participantes adotarão todas as medidas apropriadas para promover a recuperação física, psicológica e a reintegração social de toda criança vítima de qualquer forma de abandono, exploração ou abuso; tortura ou outra forma de tratamento ou castigos cruéis, desumanos ou degradantes; ou conflitos armados''.

Essa recuperação e reintegração, agrega o texto, ''se levará a cabo em um ambiente que fomente a saúde, o respeito de si mesmo e a dignidade da criança''. Entretanto, em 2008 o informe da UNICEF sobre o Estado Mundial da Infância indicou que cerca de 10 milhões de crianças morrem anualmente; algo ''inaceitável, especialmente quando muitas destas mortes se podem evitar''.
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Apesar dos compromissos internacionais, legislações específicas e ao trabalho de diversas instituições, inclusive organizações não governamentais, o problema se agrava, e as crianças de rua constituem uma das faces mais visíveis do conflito. Diversos projetos governamentais respondem com freqüência a esquemas isolados de proteção à infância em extrema pobreza ou a decisões de assistência direta mediante a entrega de comida, roupa, medicamentos ou outros bens de sobrevivência. Poucas vezes aparecem visões integradoras que pretendam mudar o status quo gerador e reprodutor da exclusão social. Nada garante que possa haver melhorias sensíveis se a humanidade continua submetida à lógica do capital; só pelos canais financeiros e comerciais os países ricos deslocam com força os impactos da presente crise às nações subdesenvolvidas.
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De acordo com estudos internacionais, dentro do Terceiro Mundo estão em queda os investimentos estrangeiros diretos e a entrada de remessas, enquanto continua a transferência clara de recursos ao Norte desenvolvido por meio dos pagamentos da dívida externa.

Devido à crise e condicionados pelos entes financeiros internacionais, muitos governos têm hoje as reservas minguadas e recorrem a redução nos investimentos, entre eles os dedicados a aliviar problemas sociais a longo prazo. Instituições não governamentais que trabalham no resgate de crianças e adolescentes das ruas tampouco exibem uma situação favorável; enfrentam a falta de apoio financeiro para continuar seus programas.

Vistas essas condições em conjunto, como esperar melhor destino para as crianças de rua? A priori poderia pensar-se que o conflito reside na falta absoluta de recursos, mas a realidade mostra o contrario; somente em 2008 os gastos mundiais em armamentos militares cresceram em quatro por cento, ao elevarem-se as despesas a 1,46 trilhões de dólares. Em seu informe sobre o tema, o Instituto Internacional de Estudos para a Paz também alertou que a cifra equivale a 2,4 por cento do Produto Interno Bruto no planeta.
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Enquanto isso segue crescendo de maneira exponencial o número de pessoas com menos de um dólar diário para seu sustento. Estadistas como o líder cubano Fidel Castro asseguram que a cobrança de uma taxa de apenas um por cento sobre as operações especulativas no planeta bastaria para financiar o desenvolvimento de todo o Terceiro Mundo. Para UNICEF, ''a continuada marginalização econômica e social dos mais pobres está privando a um número crescente de meninos e meninas do tipo de infância que lhes permitiria converter-se em parte das soluções do amanhã em vez de passar a engrossar os problemas''.

Mudanças na América Latina durante os anos mais recentes indicam a possibilidade de promover bem estar aos mais humildes a partir da participação do Estado, renacionalizando recursos naturais em função dos interesses do país e desenhando políticas de beneficio social com participação cidadã. Reconhecida internacionalmente por instituições como UNICEF, a experiência cubana na atenção à infância oferece referenciais a levar em conta. Com o desaparecimento do campo socialista e da União Soviética, a nação caribenha perdeu mais de 70 por cento de suas importações; a população padeceu diversas necessidades, mas nenhuma criança foi deixa a viver na rua.
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Não há fórmulas pré-fabricadas para chegar a soluções, cada nação poderia ter as suas próprias; mas o drama das crianças de rua convida a observar com olhar crítico a lógica do capital, porque dói tanto desamparo durante tanto tempo.
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*Jornalista da Redação de Centroamérica de Prensa Latina.
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Original em Telesur

domingo, 31 de maio de 2009

Iraque: A corrupção está a minar o programa de ajuda alimentar do estado?

Fonte: uruknet
Tradução de Guadalupe Magalhães

O sistema de racionamento de comida gerido pelo estado, no Iraque, está a desmoronar-se e a corrupção das altas esferas do poder terá responsabilidade nisso.
Um novo inquérito lançado pelo Ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Cooperação apurou que das 120.000 famílias que foram consideradas para beneficiarem de ajuda alimentar em 15 das 18 províncias do Iraque, 18% não receberam nove produtos a que tinham direito durante 13 meses; 31,5% durante 7-12 meses; 14,5% durante 4-6 meses, 22% durante 2-3 meses e 14.5 durante um mês.

O inquérito também revelou preocupações acerca da qualidade dos produtos: 16% das famílias inquiridas disseram que os produtos em Abril eram maus, 45% que eram aceitáveis, enquanto 29% afirmaram que eram bons.

No topo da lista de maus produtos estavam o chá, seguido pelo arroz, farinha e açúcar.

Entretanto, um membro do parlamento afirmou em 18 de Maio que o Ministro do Comércio Abdul-Falah al-Sudani irá enfrentar uma moção de censura, na próxima semana, no parlamento, devido a acusações de desvio de dinheiro e corrupção – principalmente relacionadas com a importação de comida para o esquema de racionamento conhecido como Sistema de Distribuição Pública.

“Até agora já reunimos 110 assinaturas de membros do parlamento para apoiar esta moção. A corrupção no Ministério do Comércio vai até ao mais alto nível, especialmente a relacionada com a importação de produtos impróprios para consumo humano disse o Sheikh Sabah al-Saidi, porta-voz do Comitê para a Integridade.

O mesmo acrescenta que “bilhões de dólares foram desperdiçados por este ministério e isso levou a que os cidadãos tenham recebido produtos impróprios nos últimos anos, bem como atrasos na distribuição em alguns lugares”.

Uma maioria simples de 275 membros do Parlamento é suficiente para destituir o Ministro do Comércio.

Em 16 e 17 de Maio, Al-Sudani apareceu perante o Parlamento onde reconheceu que havia certos casos de corrupção no seu Ministério e admitiu que “ alguns produtos estavam estragados”.O irmão do Ministro e outro oficial foram presos, enquanto mais sete oficiais, incluindo outro irmão, ainda estão à solta.

A ajuda alimentar ainda é vital

O inquérito conclui que “apesar dos pontos negativos registrados no mesmo, as famílias entrevistadas ainda consideram que o sistema de auxílio alimentar é a única garantia de assegurar a sua sobrevivência”.

A ajuda alimentar conhecida como Sistema de Distribuição Pública foi implementada em 1995 como parte do programa das Nações Unidas “petróleo – por – comida” que se seguiu à invasão do Kuwait pelo Iraque há 17 anos. Contudo, tem-se vindo a deteriorar desde a invasão dos Estados Unidos ao Iraque devido à insegurança, má gestão e corrupção.

As rações mensais do Sistema de Distribuição Pública devem conter: arroz (3 kg por pessoa); açúcar (2 kg por pessoa); óleo alimentar (1,25kg ou 1 litro por pessoa); farinha (9kg por pessoa); leite para adultos (250g por pessoa); chá (200g por pessoa); feijão (250g por pessoa); leite para crianças (1,8kg por criança); sabão (250g por pessoa); detergentes (500g por pessoa); pasta de tomate (500g por pessoa).
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Original em Tribunal Iraque

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Desnutrição golpeia crianças colombianos

Apesar de ser um país produtor de alimentos, Colômbia exibe hoje cifras alarmantes de desnutrição em sua população infantil, cujo flagelo provoca anualmente em média a morte de cinco mil crianças menores de cinco ano.
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O Fundo de Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar (ICBF) qualificaram como grave a crise pela falta de alimentos para os infantes, sobretudo nas zonas rurais do país.
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Conforme com a diretora do ICBF, Elvira Forero, 12 em cada 100 famílias colombianas não estão em condições de garantir a alimentação de seus filhos, enquanto 17 em cada 100 padecem desnutrição no campo.
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Em tanto, oito em cada 100 crianças apresentam problemas de sob peso, o qual constitui uma ameaça para seu normal crescimento e desenvolvimento, segundo a fonte.
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Por sua vez, o representante da UNICEF na Colômbia, Paul Martin, advertiu que ao redor da terceira parte da mortalidade infantil de menores de cinco anos esta relacionada com a desnutrição.
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Estas cifras evidencian um facrasso da responsabilidade familiar, então o que se precisa é um plano de sensibilização, de priorização e que dentro deste palco o Estado responda, sublinhou.
Martin também assegurou que cerca de 12% da população infantil na Colômbia apresenta desnutrição crônica.
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Não vão morrer, mas sim sofrerão mentalmente e por isso estas crianças não vão estar em capacidade de oferecer à sociedade colombiana o cem por cento de suas habilidades, disse, depois de manifestar sua preocupação pelas estatísticas reveladas.
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A sua vez, informou que em um estudo realizado pela UNICEF na Colômbia desde o ano 2005, se descobriu que existem menores com sintomas de desnutrição a partir de três anos de idade.
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Ao resumir as funestas conseqüências deste flagelo, Martin indicou que essas crianças apresentarão cérebros atrofiados, pelo que exortou ao governo nacional e as prefeituras locais a prestar atenção a essa população.
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Uma criança que em seus três primeiros anos não seja alimentado de forma devida é uma pessoa que poderia ser improdutiva em toda sua vida, enfatizou.
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Colômbia como produtor principal de alimentos não pode deixar morrer crianças por causa da desnutrição, disse.
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As fontes também revelaram que os departamentos com maior incidencia pela baixa alimentação são Chocó, Boyacá, Guajira, Cauca, Cesar, Amazonas, Nariño, Casanare e Caldas.
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Esta problemática será analisada nos dias 3 e 4 de junho próximos durante o VIII Encontro de Governadores pela Infância, a Adolescência e a Juventude, que terá lugar em Bucaramanga, departamento de Santander.
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Em dita cita os governadores tratarão em torno das políticas públicas de segurança alimentária em suas respectivas regiões a fim de diminuir este flagelo.
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Além da fome, as crianças colombianos também sofrem de violência, abandono e pobreza.
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Segundo fontes especializadas, em 2005 apresentaram-se uns 29.900 casos de maltrato infantil, o qual supera as estatísticas de delitos como furto, lesões e seqüestros.
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Em tanto, mais de quatro milhões de infantes no país vivem na pobreza e não contam com serviço de saúde, educação e alimentação adequada, de acordo com cifras dadas a conhecer pelo Departamento Administrativo Nacional de Estatística.
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A todo isso se soma o flagelo da deslocação forçada interna, onde mais de 900 mil famílias se viram obrigadas a abandonar seus lugares de origem.
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Texto: Prensa Latina
Publicado em Pátria Latina

quinta-feira, 7 de maio de 2009

ONU: crise provoca fome em mais de 100 milhões

Jornal do Commercio, PE

Mais de 104 milhões de pessoas passarão fome em todo o mundo em 2009 por causa da crise econômica, elevando o número de subnutridos a quase um bilhão, declarou ontem Jacques Diouf, diretor da agência da ONU para a Alimentação e a agricultura (FAO).

“Estimamos que mais 104 milhões de pessoas não terão este ano um acesso adequado à alimentação devido à crise econômica e financeira”, disse Diouf durante uma entrevista coletiva em Paris.

“Assim, quase um bilhão de pessoas ficarão privadas de seu direito fundamental à alimentação”, acrescentou, destacando que este número é o mais elevado da história.

Em 2008, o número de pessoas subalimentadas aumentou 40 milhões por causa da disparada dos preços dos produtos alimentares, lembrou Diouf, frisando que o aumento foi de 75 milhões em 2007.

A "insegurança alimentar" afeta principalmente 32 países no mundo que precisam de uma "ajuda urgente", insistiu o diretor da FAO, afirmando que a produção alimentícia mundial tem que ser "multiplicada por dois". Diouf também exortou os países ricos a cumprirem suas promessas e em matéria de ajuda aos países pobres. "Não se pode comparar o trilhão de dólares concedido pelos governos para resgatar o setor financeiro com as somas que são necessárias para permitir às pessoas satisfazerem sua necessidade mais fundamental, o ato de se alimentar".
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quinta-feira, 9 de abril de 2009

A cada seis segundos uma criança morre de FOME

A cada seis segundos uma criança em algum lugar do mundo morre de desnutrição, informou o relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Olivier De Schutter, no tema do direito à alimentação.
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Numa sessão da Assembleia Geral da ONU, o funcionário também disse que há 1 bilhão de pessoas famintas no planeta, a maioria delas mulheres e crianças, e que a dimensão da crise alimentar global está longe de ter diminuído neste ano.
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"Pelo contrário, a alta excessiva dos preços e os eventos relacionados com o clima inevitavelmente agravarão a situação em 2009, com os pobres como os maiores afetados", disse De Schutter.
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As razões da FOME mundial, indicou o especialista, são marginalização, pobreza, falta de terra e de empregos decentes, além do injusto sistema de comércio internacional que originou uma diminuição nos investimentos em projetos agrícolas durante os últimos 30 anos.
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O relator propôs projetar de novo o comércio internacional com o objetivo de impulsionar o crescimento econômico, assim como avaliar o potencial de diferentes modelos de desenvolvimento agrícola orientados a alimentar as populações mais vulneráveis.
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Da mesma maneira, De Schutter urgiu a aplicar os incentivos e regulamentos necessários para assegurar que as companhias agroindustriais multinacionais contribuam ao desenvolvimento dos países que lhes servem como fonte de recursos.
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Original em Granma

segunda-feira, 30 de março de 2009

Dez milhões de crianças desnutridas por aumento de preços de alimentos

Cerca de 400 mil menores morreriam até o final do ano

A crise econômica internacional provocou desnutrição a mais de dez milhões de crianças, devido ao aumento global nos preços dos alimentos e pode causar a morte de até 400 mil delas até o final do ano, sustentou em 28 de março num relatório o grupo britânico Save the Children (Salvem as crianças), citado pela ANSA.

O organismo não-governamental com sede em Londres advertiu aos chefes de Estado e governantes do G-20, que se reunirão em 2 de abril numa cúpula mundial, que devem resolver o problema da crescente pobreza mundial "no menor tempo possível".
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Segundo o grupo, milhões de crianças estão em perigo de fome devido ao impacto da recessão mundial, especialmente nos países em desenvolvimento, combinado com o contínuo aumento dos preços dos alimentos.

"Cerca de 3,5 milhões de crianças morrem por ano devido à desnutrição. A crise econômica internacional poderia matar outros 2,8 milhões antes de 2015, o ano em que os líderes do G-20 tinham prometido erradicar a extrema pobreza e a fome no mundo", sublinhou a ONG.
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quarta-feira, 25 de março de 2009

Fome atinge 15 por cento da população mundial

"Enquanto os preços dos alimentos caíram internacionalmente, como indicado pelo índice de preços alimentares da FAO, esta ferramenta mostra que nos países em desenvolvimento não têm caído tão depressa", disse Liliana Balbi, uma economista sênior da FAO.

“A base de dados será uma fonte de informação inestimável para a política e os responsáveis pelas decisões na produção agrícola e o comércio, o desenvolvimento e igualmente o trabalho humanitário.” A FAO notou que uma ascensão nos preços dos alimentos bate mais duramente nos países mais pobres, o valor do alimento em suas despesas totais é muito mais elevada do que aquela de populações mais ricas. Quando o alimento representa aproximadamente 10-20 por cento da despesa do consumidor em nações industrializadas, pode ser tanto quanto 60-80 por cento em países em vias de desenvolvimento.

Dependendo dos fundos disponíveis, FAO planeia adicionar países novos à base de dados.

De acordo com a agência, 963 milhões de pessoas, cerca de 15 por cento da população do mundo, estão sofrendo atualmente de fome e da má nutrição.

Publicado por Pátria Latina

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