A guinada à esquerda do continente americano estava fazendo perder o sono ao imperialismo. Seu pátio dos fundos estava diminuindo como uma “pele de zapa”(1). Olhando bem, o processo continua e, portanto, a tensa insônia segue torturando-o. Era obvio, pois, que em algum momento reagiria para tratar de reafirmar as posições ameaçadas. Nesta reação (nunca tão bem empregado o termo) se inscrevem uma serie de ações, aparentemente desconexas, em uma serie de países latino-americanos.
O mais impactante tem sido o golpe de Estado que pretende destituir ao presidente legítimo, Manuel Zelaya. Já vai mais de um mês desde que se produziu a repudiada gorilada e apesar do repudio internacional e sobre tudo a pesar da heróica luta do povo hondurenho Micheletti pretende não mover-se da cadeira tão cínica e brutalmente usurpada. Para isto há uma só explicação: Existe toda uma trama de ações e manobras entre as quais está a “mediação” de Oscar Arias, conhecido manipulador que, nos fatos, está outorgando legitimidade aos golpistas querendo constituir um inaceitável “governo de unidade”. Mas os golpistas nem isso aceitam e postergam cada dia a adoção de uma posição. Entretanto, ditatorial mente, reprimem ao povo que não está disposto a aceita-los, sob nenhuma hipótese.
Vejamos outros: Os computadores do Comandante Raúl Reyes seguem funcionando e ali Mono Jojoy, importante comandante das FARC supostamente afirma que ajudaram economicamente à campanha do agora presidente equatoriano Correa. A denuncia vem da Colombia. Ato contínuo e apesar de que se demonstra a falsidade da acusação, a artilharia midiática de Uribe se vira contra Chávez na Venezuela. Esta, supostamente haveria entregado armas (lança-foguetes AT4) às FARC. Nem sequer tiveram o pudor de exibi-las; só fotos de arquivo. Em troca Venezuela foi contundente. Exibiu provas das tentativas da Colômbia de enviar mercenários a seu território desde há vários anos. Desenterrou um vídeo o qual se mostra 130 paramilitares de carne e osso que foram detidos na fazenda, próxima a Caracas, propriedade de um cubano contra-revolucionário, Albert Alonso. As ações do governo de Uribe não são outra coisa que uma cortina de fumaça para aumentar as bases e o número de soldados estadunidenses em seu país. O desmantelamento da base de Manta no Equador, o império, quer compensá-lo na Colômbia servil de Uribe. Esta mudança é tão perigosa que tem despertado a inquietude de governos, pouco suspeitos de radicalismo, como o de Bachelet e o de Lula. Ambos solicitaram uma reunião urgente do Conselho de Defesa, criado no âmbito da UNASUR.
O imperialismo está movendo todas suas fichas. As passadas desconfianças entre Peru e Bolívia, se inscrevem neste plano de reverter a perda de posições. Alan García é uma ponta de lança. Tampouco é casual a reativação das oposições de extrema direita, no interior da Bolívia e seus virulentos ataques ao Presidente. Não se pode dizer outra coisa da acometida contra Ortega na Nicarágua, a Lugo no Paraguai e até a Funes em El Salvador.
Por tudo isso é necessário por na linha aos golpistas, belicistas e conspiradores. Há uma imensa força política para isso e haverá que partir da certeza de que a roda da historia não retrocede, se os povos não o permitem.
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