Se trata de um ataque "desumano", disse o representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), que relatou ante o Conselho da organização hemisférica como se "intensificaram progressivamente as técnicas de tortura" contra os que se encontram na embaixada.
O embaixador assinalou as "pesadas restrições" aos diretos humanos impostas às pessoas que se encontram sitiadas na legação.
A embaixada, aonde a comida chega contada e registrada, está cercada por forças policiais e militares desde que Zelaya ingressou nela, em 21 de setembro.
As casas vizinhas à sede diplomática foram evacuadas para "facilitar as medidas de restrição", entre elas cortes de água e luz.
Além disso, do lançamento de gás lacrimogêneo, ondas sonoras e outro gases de efeito não identificado dos primeiros dias, se somaram, segundo contou, "torturas psíquicas" através de potentes lâmpadas de luz que apontam para as janelas durante a noite e os intensos ruídos que impedem dormir e descansar aos funcionários que estão dentro.
Explicou que um dos focos aponta diretamente para a janela do aposento onde se encontra Zelaya, que ainda que esteja coberta com revistas, papel alumínio e plástico escuro "a intensidade da luz é insuportável".
Outro foco aponta para a garagem onde se encontra o pessoal da embaixada, ao que se unem as buzinas que tocam toda á noite e outros ruídos provocados pelos policiais imitando sons de animais para evitar que possam dormir.
Alem disso, assinalou que 24 horas por dia há guardas armados, postados em duas plataformas instaladas na frente da embaixada, vendo claramente o interior do edifício e que controlam todos os movimentos com binóculos.
Quanto à comida, relatou que o acesso é "limitado", vem preparada do exterior, é revisada e farejada por cães, mesmo que nem sempre se entregue imediatamente, inclusive, ás vezes, é deixada ao sol durante horas o que em uma ocasião provocou uma crise de diarréia generalizada.
Lima Casaes "deplorou" as ações do Governo de fato e exigiu "o fim da situação de tortura à qual estão submetidos os cidadãos brasileiros e hondurenhos" no interior da embaixada.
Ainda recordou que o artigo 2 da Convenção Interamericana contra Prevenção e Castigo da Tortura diz que anular a personalidade da vítima ou diminuir sua capacidade física ou mental ainda que não cause uma dor física ou angustia psíquica "também é tortura".
Os embaixadores e representantes dos 33 países que atualmente são membros da OEA mostraram seu apoio ao Brasil e em suas intervenções individuais pediram que acabe o sitio à embaixada.
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