O vice-governador da província de Farah, Yunus Rasooli, disse na sexta-feira à Reuters que moradores de duas aldeias bombardeadas nesta semana apresentaram listas com os nomes das 147 pessoas mortas.
A questão das vítimas civis é uma fonte de grande atrito entre o governo afegão e seus apoiadores norte-americanos. Os bombardeios acabaram ofuscando a reunião desta semana entre os presidentes Karzai e Barack Obama em Washington.
Karzai disse à CNN que há sete anos, no começo da guerra que depôs o regime islâmico do Taliban, os afegãos toleravam os bombardeios, mas que o crescente número de vítimas civis solapou tal compreensão.
"Não podemos justificar de qualquer maneira, por qualquer número de talibans ou qualquer número de terroristas significativamente importantes, a perda de civis, acidentalmente ou como for", disse ele.
Karzai afirmou que, no encontro de quarta-feira na Casa Branca, Obama manifestou "pesares e desculpas" pelas mortes na província de Farah.
A violência neste ano atingiu seu maior nível desde a deposição do Taliban, em dezembro de 2001, apesar da crescente presença militar estrangeira. Os EUA pretendem mais do que dobrar o seu contingente no Afeganistão neste ano, elevando-o a um total e 68 mil soldados.
As autoridades ainda estão investigando o incidente nas duas aldeias e tentando confirmar os nomes das vítimas, segundo Rasooli.
Se o número de vítimas civis for confirmado, esse teria sido o incidente mais letal envolvendo não-combatentes desde o início da ocupação norte-americana, em 2001.
Paul Eckert
Nenhum comentário:
Postar um comentário