Além do Cidadão Kane

sábado, 30 de maio de 2009

Novos escravos da Europa

Alsacia: polonesas e romenas recebem 6 euros por 10 dias de trabalho


Anna Maria Merlo
Il Manifesto

Traduzido por Gorka Larrabeiti/Rosalvo Maciel

A uma semana das eleições européias, a noticia tenderá a aumentar se cabe a perplexidade e o desapego em relação à construção comunitária. A CGT denunciou há pouco as condições escandalosas de trabalho de um grupo de trabalhadoras agrícolas romenas e polonesas que recolhiam morangos e aspargos em Brumath, Alsacia. As jovens recebem cêntimos de euro por quilo, não mais de alguns euros por dia, sem respeito às leis francesas, que estabelecem um salário mínimo horário de 8,71 euros. Os inspetores de trabalho alsacianos abriram uma investigação e dezenas de estas pessoas, como conseqüência da denuncia da CGT, partiram em ônibus até seus países de origem. As trabalhadoras se alojavam em um acampamento levantado sobre um terreno lamacento, delimitado por uma vala. "Jaulas con vasos sanitários", afirma a CGT, que denuncia condiçoes de vida "desumanas" e "escravistas". O prefeito de Brumath, Etienne Wolff (do UMP, partido de Sarkozy) condenou este fato. O proprietário do terreno é um alemão de Freuenstadt, na Selva Negra, que está há anos alugando o terreno na Alsacia para produzir fruta e verdura, que logo vende a preços imbatíveis. O dono já havia sido condenado no passado por casos semelhantes, mas apelou (o que suspende a pena). "Quando visitamos este acampamento - dizem desde a CGT - tivemos a impressão de voltar ao passado. Esta situação desumana à qual submetem as mulheres vítimas da miséria através da exploração trabalhista deve cessar imediatamente".
.
Original em: Libération
Versão espanhola em Rebelión

Nenhum comentário:

Copyleft - Nenhum Direito Reservado - O conhecimento humano pertence à Humanidade.