Mais de 104 milhões de pessoas passarão fome em todo o mundo em 2009 por causa da crise econômica, elevando o número de subnutridos a quase um bilhão, declarou ontem Jacques Diouf, diretor da agência da ONU para a Alimentação e a agricultura (FAO).
“Estimamos que mais 104 milhões de pessoas não terão este ano um acesso adequado à alimentação devido à crise econômica e financeira”, disse Diouf durante uma entrevista coletiva em Paris.
“Assim, quase um bilhão de pessoas ficarão privadas de seu direito fundamental à alimentação”, acrescentou, destacando que este número é o mais elevado da história.
Em 2008, o número de pessoas subalimentadas aumentou 40 milhões por causa da disparada dos preços dos produtos alimentares, lembrou Diouf, frisando que o aumento foi de 75 milhões em 2007.
A "insegurança alimentar" afeta principalmente 32 países no mundo que precisam de uma "ajuda urgente", insistiu o diretor da FAO, afirmando que a produção alimentícia mundial tem que ser "multiplicada por dois". Diouf também exortou os países ricos a cumprirem suas promessas e em matéria de ajuda aos países pobres. "Não se pode comparar o trilhão de dólares concedido pelos governos para resgatar o setor financeiro com as somas que são necessárias para permitir às pessoas satisfazerem sua necessidade mais fundamental, o ato de se alimentar".
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