Além do Cidadão Kane

domingo, 7 de junho de 2009

Escândalo incontrolável por execuções extrajudiciais na Colômbia

Camila Carduz

Novas revelações em torno de execuções extrajudiciais cometidas supostamente por militares colombianos mantêm hoje incontrolável o escândalo, o qual enloda a imagem da instituição armada.

A Promotoria colombiana ditou nesta semana medida de garantia contra um oficial, dois sargentos do Exército um informante, supostamente implicados no desaparecimento e posterior assassinato de dois jovens apresentados como mortos em combates.

Tal cautela foi dada por um promotor de direitos humanos, que investiga os envolvidos como possíveis cúmplices de homicídio em pessoa protegida, falsidade ideológica em documento público e por apropriação.

Os crimes ocorreram em 16 de abril de 2007 em uma zona rural do departamento de Casanare.

Ali, membros do Grupo de Ação Unificada contra o Seqüestro e a Extorsão (GAULA) realizaram uma operação na qual foram assassinados os irmãos Luis Guillermo Robayo Mora e Rubén Darío Avendaño Mora, assinalados como supostos extorsionários.

Não obstante, a Promotoria determinou que as vítimas não eram delinqüentes e que pertenciam a uma família de agricultores.

Durante a semana o ente acusador também revelou novas irregularidades cometidas supostamente por 19 militares, incluído um coronel aposentado do Exército, envolvidos em execuções extrajudiciais.

Segundo investigações, pelo desaparecimento e posterior assassinato de Julián Oviedo é suspeito um reporte de integrantes da Força Pública.

A Promotoria também assinalou encontrar evidentes irregularidades nas ordens de operações do suposto combate entre tropas do Batalhão Santander e dois supostos membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que manobravam no nordeste do país.

Em 3 de março de 2008, dia em que morreu Oviedo, não havia nenhuma ordem para realizar operações militares na zona, onde o jovem foi supostamente abatido em confrontos com o Exército, revelou o ente acusador.

Pese às tentativas do governo colombiano de tender uma cortina de fumaça ante os casos relacionados com execuções extrajudiciais, de acordo com organizações de direitos humanos, denúncias e qüestionamentos de diversos setores políticos e sociais mantêm latente o escândalo.

Estes sustentam que o assassinato de jovens inocentes, apresentados como membros de grupos insurgentes mortos em combate, não são casos isolados e alertaram que "respondem a uma cultura institucional".

Por outra parte, a audiência virtual, acompanhada desde Washington, ao ex-chefe paramilitar Salvatore Mancuso centrou também a atenção das notícias da semana na Colômbia.

A Promotoria imputou Mancuso parcialmente de vários delitos, que permanece preso em um cárcere de segurança máxima nos Estados Unidos.

Estas acusações correspondem ao desaparecimento forçado, homicídio agravado, terrorismo, deslocação forçada de população civil, furto agravado e fabricação e tráfico ilegal de armas.

Muitas são as revelações que são esperadas do ex-chefe paramilitar, as quais poderiam implicar a altos servidores públicos do governo e inclusive ao presidente Álvaro Uribe, segundo declarações.

ocs/acl/cc
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Original em Prensa Latina

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