Tudo isso devido a um movimento de greve de professores e funcionários da instituição. Os trabalhos da USP estão paralisados desde o dia 5 de maio e levantam a bandeira pelo aumento salarial, contra a ameaça de demissão de 5 mil trabalhadores, pelas demandas do hospital universitário e outras pautas específicas, além da reintegração de Claudionor Brandão, diretor do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP).
A demissão de Claudionor é produto da perseguição política aos trabalhadores e ao sindicato, protagonizada pela reitoria e pelo governo do estado. Trata-se de uma política marcada pela prática anti-sindical e antidemocrática, que abre um gravíssimo precedente para todos os trab alhadores brasileiros. É inegável a expedição tucana contra a legítima mobilização em defesa da democracia na universidade sofram esta coerção policial.
"Os policiais estão com uma atitude provocativa frente aos trabalhadores, arrancando as faixas dos grevistas, buscando abertamente causar incidentes. Isso se dá justamente após a reitoria, apoiada pelo governo do estado, ter suspendido as negociações com os trabalhadores de maneira completamente arbitrária", relata a Comissão de greve.
Histórico de repressão
Essa personalidade ditatorial vem se desenvolvendo na gestão do governador há um bom tempo — vide o caso do Largo São Francisco, onde, em um ato truculento, a tropa de choque foi enviada para retirar os cerca 400 manifestantes que dormiam no pátio da faculdade. Na época, o movimento ocupou pacificamente a reitoria do campus e publicou a sua posição em permanecer simbolicamente no local por 24 horas.
No entanto, a ordem de reintegração partiu de uma determinação do governo tucano requerida pelo diretor da faculdade, João Grandino Rodas. O Centro Acadêmico XI de Agosto, ocupado por cerca de 30 estudantes, também foi encurralado pela Tropa de Choque e resistiu à reintegração por cerca de quatro horas.
Segundo lideranças estudantis, em nenhum momento houve negociação — eles apenas eram ameaçados de prisão. Tampouco houve a invasão do local porque o Centro Acadêmico é uma propriedade particular, que pertence aos alunos.
Como forma de protesto, o professor José Sérgio Carvalho ministrou aula na rua ao lado do edifício onde os policiais se concentram na Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo. O professor da disciplina, filosofia da educação, discutia o conceito de autoridade em voz alta, que competia com o som alto do microfone vindo do carro de som dos grevistas, postados em frente à reitoria.
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