Além do Cidadão Kane

quinta-feira, 5 de março de 2009

Barbárie sem vencedores

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O número de vítimas mostra o uso desproporcional da força por Israel: entre 2001 e 2008, foram 330 palestinos para cada israelense morto
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O brutal ataque de Israel contra a Faixa de Gaza, iniciado em 27 de dezembro, é mais uma guerra sem vencedores no longo conflito que o governo de Tel Aviv promove contra a população palestina. Quando o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, visitou a região atacada, no dia 20 de janeiro, foi saudado por multidões que agitavam a bandeira verde do Hamas, que Israel pretendia destruir ou enfraquecer.
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"Eu vi apenas parte da destruição.
É chocante e alarmante", disse Ban Ki-moon, da
ONU. “As cenas que vi são de cortar o coração”.

.O pretexto de Israel foi aquilo que chamou de “direito de defesa” contra os foguetes que o Hamas lançava contra seu território. Entretanto, há notícias de que a “Operação Chumbo Derretido” estava planejada desde o começo de 2001. E ela foi uma resposta desproporcional contra o Hamas, que desautoriza o absurdo argumento de “direito de defesa”. Entre 2001 e 2008, o Hamas lançou 3.050 foguetes de alcance limitado, matando 15 israelenses; nesse período, Israel matou mais de 5.000 palestinos, número 330 vezes maior, além de impor o bloqueio contra a Faixa de Gaza, tornando precária e infernal a vida da população.
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A loucura dos ataques de Israel feriu, segundo a ONU, mais de 5.300 pessoas e matou 1.314, quase todos civis (entre eles 416 crianças e 106 mulheres). Entre os feridos estão 1.855 crianças e 725 mulheres.
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Além disso, 80 mil palestinos tiveram suas casas destruídas e precisaram se alojar em campos de refugiados. A infraestrutura da região foi destruída, falta energia elétrica e 400 mil pessoas (quase um terço do 1,5 milhão de moradores locais) ficaram sem acesso à água. Além disso, faltam eletricidade, comida e remédio, a população de Gaza sofre com o aparecimento de doenças infecciosas, em conseqüência da fraqueza provocada pela fome e pela falta de combustível para o aquecimento e para cozinhar, e também pelo lixo e entulho amontoados nas ruas. Um levantamento do governo palestino revela que 4 mil casas foram completamente destruídas e mais de 20 mil sofreram algum tipo de dano. O total das perdas materiais pode chegar a 2 bilhões de dólares.
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Original em Classe Operária

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