As oito principais centrais sindicais levaram às ruas mais manifestantes do que em 29 de janeiro deste ano, quando foram realizadas as maiores passeatas dos últimos 20 anos.
No total, as centrais estimam em mais de três milhões o número de manifestantes em mais de 200 cidades francesas.
A grande mobilização do setor público, tradicional na França nas convocações para as greves gerais, desta vez teve o marcante apoio de trabalhadores de empresas privadas, afetados pelas consequências de uma crise que está provocando demissões e fechamentos de postos de trabalho.
Os principais líderes sindicais classificaram as manifestações como um “êxito sem precedentes”.
Para eles, não valem mais as promessas feitas pelo presidente Sarkozy há um mês, quando pôs sobre a mesa 2,6 bilhões de euros em forma de um pacote social para enfrentar as consequências da crise econômica.
Agora, os dirigentes sindicais querem “medidas concretas”, como assegurou o secretário-geral da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), François Chereque.
Tais medidas passam por acabar com as demissões no funcionalismo público, aumentar os salários para estimular o consumo e proteger os avanços sociais conseguidos nos últimos anos, os quais, segundo os sindicalistas, o governo está enfraquecendo, como as 35 horas semanais de trabalho.
Na sexta-feira os líderes sindicais se reunirão para estudar as consequências desta greve geral e, eventualmente, convocar outra, caso o governo não cedo.
Eles terão o primeiro sinal esta noite, quando ouvirem na televisão o primeiro-ministro francês, François Fillon, o qual há poucos dias já avisava que não haveria novas despesas sociais, independente do que houvesse com a greve geral.
“Ele não pode virar a cara para não ver, mas terá de voltar à na mesa de negociação”, disse o líder da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Bernard Thibault, entusiasmado com a “fantástica” recepção da greve.
As manifestações contaram com amplo apoio da opinião pública, como reflete uma pesquisa publicada na terça-feira passada em 78% dos franceses declararam-se a favor dos trabalhadores.
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