O ministro do Exterior indicado por Bini-amin Netaniahu (que está montando o novo governo de Israel) é Avigdor Lieberman, que, durante o recente bombardeio contra Gaza – quando foram assassinadas 1.400 pessoas, mais de 400 crianças, destruídas 5.000 casas e danificadas 17.000 – sugeriu que a agressão prosseguisse e que se fizesse uso de bombas nucleares. “Devemos fazer exatamente aquilo que os EUA fizeram com o Japão na Segunda Guerra Mundial”.
O próprio Beniamin Netaniahu, do partido Likud (antes dirigido pelos terroristas Menachem Begin e Ariel Sharon) – que deve encabeçar o novo gabinete de Israel e que chamou Lieberman e seus partidários a compor o governo, declarou durante a campanha que se opõe ao estabelecimento do Estado Palestino e a retirada das tropas israelenses do Golan, território sírio ocupado por Israel desde 1967.
.
Um ministério formado por candidatos a novos crimes de guerra e partidários da continuidade da limpeza étnica que atinge o povo palestino há mais de meio século.Quanto a Lieberman, no ministério do Exterior, é a mais escancarada cara que o regime nazista instalado em Israel já apreseintou ao mundo. Isso, do ponto de vista de suas declarações que destilam veneno racista – claro – pois, do ponto de vista dos atos, o carniceiro de Sabra e Chatila, Ariel Sharon, já deixara bem clara a profunda degeneração pela qual passa o regime que predomina em Israel, degeneração que se aprofundou com a ocupação de 1967.
Durante negociações entre Sharon e o governo dos EUA em que se propunha a libertação de algumas centenas dentre os milhares presos palestinos, Lieberman contrapropôs que o governo israelense deveria afogar estes presos no mar morto. “Eu, como ministro dos Transportes, enviaria os ônibus para transportá-los até lá”, disse o nazista.
Agindo de modo diferente dos racistas que ocuparam o centro do poder em Israel desde a sua fundação e que executaram uma limpeza étnica friamente planificada, mas procurando disfarçar seus sentimentos e sem assumir abertamente esta intenção, ou melhor negando-a, Lieberman advoga abertamente a ampliação da limpeza étnica para que Israel seja um Estado só de judeus. “Os árabes que quiserem permancer em Israel (atualmente mais de 20% do total da população) devem passar por testes para comprovar sua fidelidade. Quem não passar nos testes perde sua cidadania”, disse ele durante sua campanha ao Knesset (parlamento de Israel) cujo lema era “Sem confiança não há cidadania”, onde advogava que os árabes, deixassem - se não na totalidade, em sua grande maioria, as fronteiras de Israel. Em declaração de 2002, o fascista disse: “não há nada de antidemocrático na transferência de populações”. E, em 2004: “Não há lugar para eles aqui. Ele podem pegar as trouxas deles e sumirem”...
.
.
.
Nos comícios em que ele participava a reação a sua arenga racista eram gritos de “morte aos árabes”, sem que ele esboçasse a menor oposição a eles.
Referindo-se à forma como Israel deveria reagir às ações da resistência palestina contra a ocupação, ocorridas em março de 2002, Lieberman declarou: “se dependesse de mim, eu notificaria a Autoridade Palestina de que amanhã às oito da manhã bombardearemos os centros comerciais, ao meio dia, os postos de gasolina e às duas, os bancos deles”.
Até o escorregadio Shimon Peres se viu obrigado a contestar: “Declarações como esta nos colocam como criminosos de guerra”. Hoje, como presidente, Peres silencia diante da indicação de Lieberman…
Em 1988, quando o governo egípcio apoiou declarações de Yasser Arafat pelo Estado palestino, Lieberman propôs o bombardeio da Represa de Assuam “para inundar o Egito”.
Nathaniel Braia
Nenhum comentário:
Postar um comentário