O diretor-geral da FAO (agência da ONU para agricultura e alimentos), Jacques Diouf, disse nesta terça-feira no Itamaraty que a entidade pretende realizar uma cúpula mundial sobre o tema em novembro. Após elogiar os programas brasileiros na área, ele revelou que pode até mesmo nomear o encontro como "Cúpula Fome Zero no Mundo".
O Brasil é um exemplo da luta contra a fome. Esperamos que o país possa mostrar essa experiência e discutir com outros países como melhorar seu sistema.
Para o diretor-geral, o sucesso brasileiro nesta questão se deve a uma série de instrumentos integrados que garantem recursos para que pequenos agricultores possam produzir e vender seus produtos em mercados com preços satisfatórios para que populações carentes subsidiadas pelo governo possam adquiri-los.
Além disso, no Brasil, a luta contra a fome não é apenas uma decisão política, mas também eleitoral, pois elegeu por duas vezes um presidente. Não conheço caso semelhante.
Segundo Diouf, o presidente Barack Obama também já foi procurado para debater a realização da cúpula. De acordo com dados da entidade, cerca de 1 bilhão de pessoas passam fome no mundo, e seriam necessários mais US$ 30 milhões anuais para erradicação da mazela. Além disso, a produção de alimentos precisa dobrar para atender os 9 bilhões de habitantes do planeta em 2050.
O diretor lembrou que a crise alimentar de 2007 mostrou as consequências do problema para a segurança mundial. Ele citou as revoltas populares em todo o mundo ocasionadas pela falta de alimentos. Para ele, é preciso evitar que a crise financeira internacional continue afetando o comércio e produção mundial de alimentos.
Desde julho os preços das commodities e do petróleo caíram bastante. Mas não dá para explicar porque o preço dos insumos agrícolas, como fertilizantes, continua tão elevado. Isso inviabiliza a produção nos países que mais necessitam.
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