Além do Cidadão Kane

terça-feira, 24 de março de 2009

Greve na Petrobras: trabalhadores controlam a produção

Apesar das ameaças e pressões das gerências da empresa, os trabalhadores do Sistema Petrobras entraram em greve à meia-noite desta segunda-feira (23), em todo o país. Com a paralisação, os petroleiros assumiram a produção em várias unidades de produção e distribuição de petróleo e gás.
.
Nas plataformas do Espírito Santo e da Bacia de Campos, a Petrobras bloqueou a comunicação dos trabalhadores, cortando telefones e o acesso à internet. Mesmo assim, os petroleiros da PPR-1 e da P-34, no Espírito Santo, fecharam a produção e entregaram as plataformas para as equipes de contingência da Petrobras — que estão tentando retomar a produção de gás na PPR-1 e de petróleo na P-34, primeira plataforma da empresa a extrair o óleo da camada de pré-sal.
.
Também na Bahia, os petroleiros mantêm três campos de produção de petróleo sob controle, nos municípios de Entre Rios e Esplanada. Um dos campos com produção controlada é Jandaia — o maior campo produtor de petróleo no estado. Na Bacia de Campos, os trabalhadores tentaram controlar a produção, mas foram coagidos a entregarem as plataformas para as equipes de contingência da Petrobras.
.
Os trabalhadores dos terminais de Solimões (AM), de Suape (PE), de Guarulhos (SP) e Cabiúnas (RJ) assumiram o controle operacional das unidades e estão controlando o bombeio. Nas plataformas do Rio Grande do Norte, os petroleiros também controlam 70% da produção de petróleo e gás. No Pólo de Guamaré, área de processamento de gás e óleo do Rio Grande do Norte, apenas uma unidade está em atividade, assim mesmo com carga mínima.
.
A FUP (Federação Única dos Petroleiros) repudia as ações autoritárias da Petrobras, que vem se utilizando de ameaças de demissões e coações, para impedir os trabalhadores de exercerem o legítimo direito de greve. A empresa também está ingressando com equipes de contingência em várias unidades, para assumirem a produção no lugar dos trabalhadores.
.
Tais equipes são formadas por gerentes, coordenadores e supervisores, que não têm capacidade de operarem as unidades — sem falar que os efetivos de contingência são reduzidos. Além de pôr em risco a segurança operacional das unidades e, consequentemente, potencializarem as chances de acidentes, esse procedimento da Petrobras é um atentado ao direito democrático e legal de greve.
.
A greve dos petroleiros segue até sexta-feira, 27, com reavaliação no quinto dia do movimento. O movimento tem os seguintes eixos: garantir os postos de trabalho nas empresas contratadas pela Petrobras; acabar com a precarização das condições de trabalho e os acidentes fatais; garantir o pagamento das horas extras dos feriados trabalhados; e estabelecer o regramento e distribuição justa da participação nos lucros e resultados.
.
Durante a greve, serão preservadas todas as necessidades da população quanto à produção e transporte de petróleo e gás.
.
Vermelho, com informações da FUP

Nenhum comentário:

Copyleft - Nenhum Direito Reservado - O conhecimento humano pertence à Humanidade.