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Mas apesar desses fartos recursos eles não só não protegem os empregos como não conseguem dar sinais de que terão competência para contornar os problemas que eles mesmos criaram.
O governo entrega dinheiro às empresas com a esperança de que eles não demitam e assim continuem produzindo e alimento o consumo e o ciclo produtivo. O que eles fazem, todavia, é resolverem seus problemas de caixa, assegurar bônus milionários aos seus executivos e cotistas enquanto reduzem o poder aquisitivo da população através das chamadas demissões oportunistas.
Fica evidente que essa política não funciona. É preciso colocar dinheiro público prioritariamente na mão do trabalhador. Ao invés de fundos bilionários para socorrer bancos e empresas deficitárias, fruto da incompetência privada, é preciso criar fundos de proteção ao trabalhador, como o FUNDO DE AVAL e o FUNDO DE COMPENSAÇÃO SALARIAL.
O primeiro protegeria o trabalhador da inadimplência e asseguraria aos empresários a tranqüilidade para continuar produzindo e comercializando pois teriam a proteção do colchão de aval desse fundo; o segundo asseguraria aos trabalhadores que eventualmente fossem ser demitidos a manutenção de seus salários pelo poder público até que a empresa, num determinado período, equilibrasse sua gestão e contabilidade. Se por acaso a empresa não fosse saneada o seu controle passaria para os trabalhadores organizados em forma de cooperativa.
A redução do PIB brasileiro no 4º trimestre teve como causa básica a retração do consumo das famílias. Fenômeno, aliás, que se expressa em todo o mundo. Parece claro que se o dinheiro público continuar financiando a incompetência da iniciativa privada logo mais será o gestor público que estará necessitando de socorro financeiro. Ainda é tempo de fazer essa correção de rumo e, sinceramente, torçamos para que não seja tarde.
Os três trilhões de dólares que Barak Obama está disponibilizando para salvar os “eficientes” banqueiros americanos seriam mais do que suficiente para assegurar 600 dólares de salários, por 138 anos, aos três milhões de trabalhadores americanos que perderam o emprego com a crise. Essa solução seria mais justa e mais eficiente.
O movimento popular e as forças progressistas precisam exigir do governo uma mudança de postura. Mas precisam apresentar soluções práticas e não meramente teóricas.
*Eron Bezerra, Engenheiro Agrônomo, Professor da UFAM, Deputado Estadual Licenciado, Secretário de Agricultura do Estado do Amazonas, Membro do CC do PCdoB.
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