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Defensor histórico do regime cubano, Niemeyer avalia que o governo de Barack Obama conta com abertura programática para buscar a reaproximação diplomática. O arquiteto considera um "absurdo" as restrições comerciais à ilha caribenha e acentua a importância do Brasil no fortalecimento político dos países latinoamericanos.
“O Brasil está ligado com os países da América Latina, para se defenderem. O Brasil está ótimo com Lula ligado ao povo e compreendendo os problemas internacionais”, afirma Niemeyer. Confrontado com as críticas à suposta ausência de democracia na ilha, governada pelo Partido Comunista há 50 anos, Niemeyer afirma que o povo cubano não vive sob uma ditadura e evoca o presidente venezuelano Hugo Chávez:
“A democracia está ótima lá (em Cuba). O povo tem o presidente que ele quer. É feito Chávez. Chávez é um guerreiro. Ele está lutando pela defesa do país dele”, rebate Niemeyer. Para um dos criadores de Brasília, a "Revolução Cubana é um exemplo para a América Latina, que deve se libertar da opressão do capitalismo."
O arquiteto não teme desvios do regime depois da troca na linha de comando, com a ascensão de Raúl Castro à presidência do Conselho de Estado, em 31 de julho de 2006. “Está tudo caminhando bem. O irmão de Fidel está de acordo com a política dele, que é a política da América Latina contra o imperialismo. Acho Fidel Castro um exemplo de luta política.”
A admiração é mútua. Em dezembro de 2007, num artigo em que cogitou aposentar-se — "meu dever elementar não é agarrar-me a cargos" —, Fidel Castro citou o arquiteto: "Penso como Niemeyer, que se deve ser consequente até o final."
O arquiteto e escultor brasileiro — que não conhece, pessoalmente, o ex-guerrilheiro Raúl Castro — apoia a abertura do diálogo com Obama. Na visita ao Brasil, em dezembro de 2008, Raúl defendeu a troca de prisioneiros com os Estados Unidos. Niemeyer confia na habilidade política do irmão de Fidel: “Ele está consciente de que a luta continua.”
As discussões diplomáticas pretendem libertar os cubanos Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González, presos na Flórida em 1998 e condenados em 2001. Chamados de “os cinco cubanos”, são tratados em seu país como heróis nacionais.
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