“A Colômbia perderá sua soberania e se converterá em uma base de operações, uma espécie de porta-aviões, contra os países vizinhos”, afirmou o senador do Partido Liberal, Rafael Pardo, ex-ministro da Defesa colombiano, sobre a pretensão do governo de Álvaro Uribe de concretizar um novo acordo militar com os EUA que prevê a instalação de cinco novas bases norte-americanas no país.
O líder do Pólo Democrático colombiano, que reúne partidos progressistas do país, Carlos Gaviria ressaltou que “é vergonhoso como se chegou ao acordo, que deve ser objeto de um debate político. Estamos sendo convertidos em um país súdito dos Estados Unidos”.
PREOCUPAÇÃO REGIONAL
Países vizinhos à Colômbia também rechaçaram o novo acordo. O vice-presidente da Venezuela, Ramón Carrizales, denunciou que o governo de Álvaro Uribe acusa o governo venezuelano de entregar armas para as Farc com a intenção de “justificar a expansão da presença norte-americana no país”.
“A Colômbia quer justificar o injustificável”, afirmou Carrizales, se referindo a “grande quantidade de militares dos EUA que entrarão” no país com a instalação das bases.
O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou, após encontro com a embaixadora da Colômbia em Caracas, Maria Luisa Chiappe, que “as relações que vinham se consolidando com a Colômbia, sobre a base da solidariedade e o respeito, recebeu uma bofetada por parte do governo colombiano, ao anunciar a abertura de várias bases militares dos Estados Unidos nessa nação”.
O ministro venezuelano destacou que com o acordo pretendido entre Colômbia e EUA “se abre a porta a uma ameaça não só contra a Venezuela, mas sim contra a região”.
Maduro destacou que “estão a ponto de chegar a um acordo que rompe com as regras de jogo, e cria uma nova situação, um novo marco, que joga fora todos os avanços que vinham ocorrendo”.
O chanceler informou que o governo venezuelano transmitiu as suas preocupações à Colômbia. “Tivemos conversações com a embaixadora da Colômbia em nosso país e lhe transmitimos, em nome do presidente Hugo Chávez, as preocupações e a visão que temos do novo estado em que entram as relações entre nossos países”, acrescentou Maduro.
O ministro ressaltou que a revisão integral das relações conduzirá a “anúncios de medidas específicas”, a fim de garantir a paz, a estabilidade e a tranquilidade dos venezuelanos.
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