por Larissa C. S. Silva
A Frente de Resistência Popular de Honduras prepara-se para continuar as marchas antigolpistas até a recuperação da institucionalidade democrática
Os setores populares aguardavam nesta quinta-feira o presidente constitucional, Manuel Zelaya, seqüestrado e levado por militares encapuzados no domingo passado, mas a volta prolongou-se até o fim de semana.
O estadista deu esse passo atendendo ao prazo de 72 horas dado ontem aos golpistas pela Organização de Estados Americanos para que deponham sua atitude ou caso contrário o governo de fato ficará suspenso desse organismo.
Em uma grande manifestação ontem, dirigentes populares chamaram aos simpatizantes da Frente na capital a contribuir para ajudar às pessoas que vêm do interior, geralmente dos setores mais humildes.
O candidato presidencial independente Carlos H. Reis pediu à multidão para fazer contribuições monetárias para arcar com a alimentação dessas pessoas e inclusive uma mulher convidou a fazer "um selo da resistência".
Quase de imediato, surgiu a iniciativa de investir os guarda-chuvas e dezenas de pessoas acercaram-se a realizar suas doações, até que uma dirigente feminina anunciou que na primeira meia hora se recolheram mais de oito mil lempiras (uns 400 dólares).
A cifra pode parecer insignificante, mas procedendo dos setores de menos rendimentos da sociedade, é significativa em um tempo tão curto.
Minutos depois, um representante do Movimento Cristão Popular anunciou a doação de 50 colchonetes por essa organização e outras pessoas ofereceram suas casas, as sedes de sindicatos e outros locais como alojamentos.
A Frente, criado no domingo último pelas organizações sindicais, camponesas, estudantis, juvenis, de direitos humanos, feministas, entre outras, convocou para hoje outra em massa demonstração antigolpista.
Nesta quinta-feira entra em seu quarto dia o desemprego total declarado por essas forças para opor-se à ação golpista e conseguir a restituição do presidente Zelaya.
Resistiremos o tempo todo que seja necessário, sublinhou o candidato presidencial independente e veterano dirigente sindical, Carlos H. Reyes.
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