David Murillo, pai de Isy Obed Murillo, se encontra detido desde a manhã de quinta-feira nas celas da Direção Nacional de Investigação Criminal, DNIC, de Juticalpa, no departamento de Olancho.
Isy Obed foi assassinado no domingo com um disparo na cabeça nas proximidades do aeroporto Toncontin, quando militares e membros da Força Aérea dispararam cerca de mil balas contra uma manifestação que exigia o retorno do presidente Manuel Zelaya deposto de seu cargo em 28 de junho.
O pai de Isy foi detido na quinta-feira, 9 de julho, às onze e meia da manhã ao sair dos escritórios do Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos, COFADEH, na capital Tegucigalpa em Honduras onde se reuniu com a Fiscal dos Direitos Humanos para dar seu testemunho sobre a morte de seu filho.
Vários elementos da DNIC estiveram desde horas antes rondando o local e ao sair David Murillo o prenderam e em um carro o conduziram à polícia e horas depois foi transferido a Juticalpa, em Olancho, a uns 150 quilômetros de Tegucigalpa.
David Murillo tem sido um ativista pela defesa do bosque em Olancho. Para afetá-lo, os inimigos dos ambientalistas disseram no ano de 2002 que alguns vizinhos acusaram a David de ameaças de morte. No entanto ele enfrentou as acusações e obteve uma carta de liberdade provisória.
A DNIC argumenta que David Murillo cometeu delito porque deixou de apresentar-se aos juízes de Juticalpa onde tinha a cada quinzena que assinar um livro de controle. A família Murillo, de escassos recursos econômicos, vive na aldeia de Santa Cruz no Município de Guayape, a umas quatro horas de Juticalpa.
Paradoxalmente a pessoa que apresentou a acusação faz sete anos mantém agora amizade com David e incluso esteve colaborando durante o velório de Isy Obed. Ele está disposto a apresentar-se aos juízes e retirar as acusações ou testemunhar a favor de Murillo.
Para Bertha Oliva, presidente do COFADEH, a detenção de David é uma mensagem de intimidação e supõem que os mesmos membros da Fiscalização dos Direitos Humanos avisaram à DNIC para que efetuassem a captura porque não se explica de que outra maneira puderam ficar sabendo que ele estaria a essa hora no escritório.
Oliva denunciou que uma irmã do jovem assassinado recebeu intimidação mediante mensagens escritas por seu telefone móvel e zombam dizendo-lhe “ha, ha, ha, sou teu papai. Sabes onde estou?”.
Nesta sexta-feira David Murillo deve ter sido apresentado aos juízes de Juticalpa e se teme que tenha sido enviado ao presídio da cidade.
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