Sabemos muito bem como começam e terminam os golpes de Estado que sempre se apresentam como a "inevitável" solução ante a quebra institucional, assinala um editorial titulado "Os deveres do Chile ante um golpe de Estado".
O periódico recorda que o Chile "tem uma obrigação moral de assumir uma atitude ativa de denuncia e de busca de caminhos de superação da quebra da democracia em Honduras".
Apos assinalar semelhanças e diferenças entre o golpe hondurenho e o que derrubou ao presidente Salvador Allende em 1973, La Nación aponta que "o que está claro é que em ambos os casos se terminou com o sistema democrático".
A estratégia operacional das forças armadas hondurenhas não difere muito da que se intentou aplicar no Chile: na madrugada, o Exército ocupa as ruas e busca ao Presidente da República para pô-lo em um avião e mandar-lo para fora do país, precisa.
No Chile, o presidente Allende também se dispunha a anunciar a convocação para um ato eleitoral para resolver um conflito institucional, como sucedia em Honduras, pontualiza o editorial.
Alerta que, se bem que a condenação chilena ao golpe em Honduras tenha sido unânime, políticos direitistas, como o candidato presidencial Sebastián Piñera, já pronunciaram frases que insinuam que "Zelaya o buscou", porque "provocou aos militares".
Denuncia ainda que "os grandes meios de comunicação chilenos, aqueles que apoiaram o golpe militar em 1973, se desfizeram em eufemismos para caracterizar a situação de Honduras".
São os mesmos – sublinha - que até faz muito pouco falavam de "pronunciamento" para referir-se ao ocorrido em 1973 e que hoje preferem disfarçar a quartelada militar hondurenha como um "repasse do poder ao Congresso".
Outros, através de um tom doutoral, falsamente acadêmico e depreciativo, preferem referir-se a "uma crise institucional mais das imaturas democracias centro-americanas", aponta La Nación.
Por último, chamou aos chilenos a estar alertas ante a derrubada de um Presidente Constitucional, eleito pelo voto popular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário